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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Theodore Amilcar

THEODORE AMILCAR

Theodore Amilcar.jpg

Theodore Amilcar: Escritor, poeta e declamador angolano. Nasceu dia 20 de setembro de 1999, cidade de Saurimo, provincia Lunda-Sul, país Angola. Cursa Contabilidade e Administração na Universidade Católica de Angola/Huambo. Obra, Lenda Urbana, Publicada no Wattpad dia 25/09/2020, obra digital. Poemas, publicações mensais revista The Bard Brazil, tem participação nas antologias brasileiras, "Encantos nordestinos", "Taverna Poética" e outras.

 

Instagram: @theodore_amilcar

1 - Balas não tem cérebro

​​

Uma bala uma historia

O menino já está morto

Quem cai já não volta a vida é só um sopro

 

Corpos preso no chão

Carro ensaguentado

Mas um sonho pro caixão mas um destino cortado

 

Fui direitamente ao ponto

Pois é o ponto que disponta a ponta

Uma ponta solta no meio doque se conta

 

A bala atravessa o vidro

E quebra a cabeça do menino

Bala perdida promove a disgraça quando encontra moradia

 

Tudo porque o malandro foi atrofiado

Por uma multidão de favelados

Eles têm antibalas a gente só tem esse peito inchado

E a barriga vazia reclamando

 

Estás de azul eu estou de preto

Vem comigo não tenha medo

Teu problema é meu problema

Estamos juntos lado a lado

 

Uma bala uma historia

Dois tiros já estão mortos

Um cai dois se levantam ninguem para a voz do povo

 

Mas a bala não tem cerebro

Atravessa a multidão

Inocente perde a vida

Mãe chora pai grita

Só tinha 8 anos e amava piano

Ele ia fazer historia

Só tinha 8 anos  e tocava piano

 

Uma bala uma historia

Dois tiros já estão mortos

Um cai dois se levantam ninguem para a voz do povo

Poesia1

2 - Aranha maldita

Como em todo discurso

Eu estou dividido entre falar bonito e falar a verdade

Só que a Verdade é bela então não preciso mentir

Crias o big bag de sentimentos

Que explicam os multiversos que crio

Não tem como fingir

 

Tu és o eixo que engrena o meu cosmo

Sem ti a rotação do meu mundo não faz sentido

Sempre teve no fundo

Mas infelizmente demorei a perceber

E hoje eu vivo a lástima mas profunda que um mortal pode viver

Por isso andei atrabalhar no homem que precisas

Vem cá conhecer

 

Por favor não diga que sou uma aranea maldita

Por não te largar mesmo não podendo te comer

Minha linda borboleta

Pode se acabar as horas do relógio

Pode esfriar o café

Eu não pergo  a fé

Não vou desistir de te amar

Poesia2

3 - DESISTÊNCIAS​​

A terra existe

E existe a natureza arrimada nela

O tempo transpõe-se veloz

Nos olhos de quem ama

Na eternidade dos beijos

É míngua as horas que passam

Abreviadas no intervalo de 30 segundos

 

A luz entra incerta na janela

Um novo dia bate a minha porta meio forte

Deixando para trás o fardo da noite

Pois por outro lado

O dia me quer renovado

 

Vou para a rua

Vejo uma folha caindo nua

Caí torta até ao chão sem paraquedas

A terra a amortece para a queda

O som das costelas quebradas

Ditam uma canção

Na incerteza ambígua de manter-se no ar

A queda nasce como a última opção

Poesia3
Poesia4

4 - Mutondo Uculo I

Eu pensei que minha avó a havia plantado

Mas foi sua avó quem a plantou

O segredo de que me lembro

Este pau velho me contou

 

Hoje nem dá frutos

Mas foi dele que saíu o homem esquisito

O homem trazia lágrimas na voz

Em sua fala pesava a voz do passado

 

Era esquisita sua filosofia

Mas cada palavra sua me trazia uma grande epifania

Ele disse que os erros devem ser enviados à todo custo

Porque o carma não respeita nem heróis de odisseia

 

Olhou para mim bem fundo e foi dizendo:

Olisses o cavalo de Tróia foi profundo

Mas furar o olho de quem só tem um olho

É sem dúvida o cúmulo dos absurdos

Que move a voz do submundo

 

No fundo eu quis desculpar-me

Mas ele disse que seu coração era um amontoado de nuvens negras

E  o cosmos era engrenado pela mão suprema

Poseidon!? - Perguntei

Não, o Alfa e o Omega- Respondeu

5 - Flecha

​​

A Diferença na naturesa é a coisa mais bela

Um quebra cabeça não de monta com peças iguais

Lembro daquele calor de Benguela

Lembro da tua voz dizendo  que não dava mais

E eu voltei ao frio do Huambo

Dia passa dia passa e o meu coração se rasca

Quando o vasio cobre o outro lado da cama

 

Oposto atraem-se?!

Não rolou conosco

EU bandido tu santa

A gente era muito oposto

Do jeitinho que contraria o titado

Cada dia, descobrias, um defeito move meu e Eu tinha prazer mostra-los

 

Sem duvidas eu fui um babaca

Mas hoje sei que és tu a minha amada

Levei com a flecha do cubido se não voltares ela me mata

Poesia5
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