THEODORE AMILCAR
Theodore Amilcar: Escritor, poeta e declamador angolano. Nasceu dia 20 de setembro de 1999, cidade de Saurimo, provincia Lunda-Sul, país Angola. Cursa Contabilidade e Administração na Universidade Católica de Angola/Huambo. Obra, Lenda Urbana, Publicada no Wattpad dia 25/09/2020, obra digital. Poemas, publicações mensais revista The Bard Brazil, tem participação nas antologias brasileiras, "Encantos nordestinos", "Taverna Poética" e outras.
Instagram: @theodore_amilcar
1 - Balas não tem cérebro
Uma bala uma historia
O menino já está morto
Quem cai já não volta a vida é só um sopro
Corpos preso no chão
Carro ensaguentado
Mas um sonho pro caixão mas um destino cortado
Fui direitamente ao ponto
Pois é o ponto que disponta a ponta
Uma ponta solta no meio doque se conta
A bala atravessa o vidro
E quebra a cabeça do menino
Bala perdida promove a disgraça quando encontra moradia
Tudo porque o malandro foi atrofiado
Por uma multidão de favelados
Eles têm antibalas a gente só tem esse peito inchado
E a barriga vazia reclamando
Estás de azul eu estou de preto
Vem comigo não tenha medo
Teu problema é meu problema
Estamos juntos lado a lado
Uma bala uma historia
Dois tiros já estão mortos
Um cai dois se levantam ninguem para a voz do povo
Mas a bala não tem cerebro
Atravessa a multidão
Inocente perde a vida
Mãe chora pai grita
Só tinha 8 anos e amava piano
Ele ia fazer historia
Só tinha 8 anos e tocava piano
Uma bala uma historia
Dois tiros já estão mortos
Um cai dois se levantam ninguem para a voz do povo
2 - Aranha maldita
Como em todo discurso
Eu estou dividido entre falar bonito e falar a verdade
Só que a Verdade é bela então não preciso mentir
Crias o big bag de sentimentos
Que explicam os multiversos que crio
Não tem como fingir
Tu és o eixo que engrena o meu cosmo
Sem ti a rotação do meu mundo não faz sentido
Sempre teve no fundo
Mas infelizmente demorei a perceber
E hoje eu vivo a lástima mas profunda que um mortal pode viver
Por isso andei atrabalhar no homem que precisas
Vem cá conhecer
Por favor não diga que sou uma aranea maldita
Por não te largar mesmo não podendo te comer
Minha linda borboleta
Pode se acabar as horas do relógio
Pode esfriar o café
Eu não pergo a fé
Não vou desistir de te amar
3 - DESISTÊNCIAS
A terra existe
E existe a natureza arrimada nela
O tempo transpõe-se veloz
Nos olhos de quem ama
Na eternidade dos beijos
É míngua as horas que passam
Abreviadas no intervalo de 30 segundos
A luz entra incerta na janela
Um novo dia bate a minha porta meio forte
Deixando para trás o fardo da noite
Pois por outro lado
O dia me quer renovado
Vou para a rua
Vejo uma folha caindo nua
Caí torta até ao chão sem paraquedas
A terra a amortece para a queda
O som das costelas quebradas
Ditam uma canção
Na incerteza ambígua de manter-se no ar
A queda nasce como a última opção
4 - Mutondo Uculo I
Eu pensei que minha avó a havia plantado
Mas foi sua avó quem a plantou
O segredo de que me lembro
Este pau velho me contou
Hoje nem dá frutos
Mas foi dele que saíu o homem esquisito
O homem trazia lágrimas na voz
Em sua fala pesava a voz do passado
Era esquisita sua filosofia
Mas cada palavra sua me trazia uma grande epifania
Ele disse que os erros devem ser enviados à todo custo
Porque o carma não respeita nem heróis de odisseia
Olhou para mim bem fundo e foi dizendo:
Olisses o cavalo de Tróia foi profundo
Mas furar o olho de quem só tem um olho
É sem dúvida o cúmulo dos absurdos
Que move a voz do submundo
No fundo eu quis desculpar-me
Mas ele disse que seu coração era um amontoado de nuvens negras
E o cosmos era engrenado pela mão suprema
Poseidon!? - Perguntei
Não, o Alfa e o Omega- Respondeu
5 - Flecha
A Diferença na naturesa é a coisa mais bela
Um quebra cabeça não de monta com peças iguais
Lembro daquele calor de Benguela
Lembro da tua voz dizendo que não dava mais
E eu voltei ao frio do Huambo
Dia passa dia passa e o meu coração se rasca
Quando o vasio cobre o outro lado da cama
Oposto atraem-se?!
Não rolou conosco
EU bandido tu santa
A gente era muito oposto
Do jeitinho que contraria o titado
Cada dia, descobrias, um defeito move meu e Eu tinha prazer mostra-los
Sem duvidas eu fui um babaca
Mas hoje sei que és tu a minha amada
Levei com a flecha do cubido se não voltares ela me mata