GESCÉLIO COUTINHO
Nascido em Quixeramobim no Ceará, Professor especialista em História e Geografia, toca violão e canta, serviu por muitos anos na igreja, no momento se encaixa como Poeta: Escreve poesias, poemas e cordéis. Tem poemas publicados em Antologias como: Poesia Brasileira de 2021, Antologia Poética Toma Aí Um Poema, Cordéis lançados pela editora Aluá Cordéis, atualmente está com o poema a Resiliência no Sertão na Antologia Poética 1001 Poetas e concorre a diversos concursos no ano de 2022. Atualmente produz poemas com temas diversos temas.
Instagram: @gesceliopoeta
1 - VIDA SEVERINA
De muitas vidas Severinas
E de vagar pelo Sertão
Será que mudas essa sina
Ou só sucumbi o cidadão.
Por meio então deste poema
Podemos ver o sofrimento
De um povo pobre de dar pena
Fez ‘’João Cabral” o seu lamento.
Um retirante nordestino
Se deslocou internamente
Buscou mudar o seu destino
E restejou como serpente.
E deparou-se com amargura
De um povo pobre ou castigado
Não sei se a culpa é a seca dura
Ou se o Homem é o culpado.
Jamais castigos tão medonhos
Se tinha visto em um lugar
Pois se ficar, fico tristonho
O melhor mesmo é regressar.
Foi submetendo-se aos fazendeiros
Agropecuarístas afamados
Sofria então por um emprego
No qual jamais foi aclamado.
Pôde encontrar na caminhada
Morte e Cidades vazias
Dá desespero em não ver água
Até o rosário sumiria.
Mar que é difícil de alcançar
Pois o que se tinha era tristeza
Lidar com mortos pra lucrar
Se quis botar o pão na mesa.
Explicou Zé também Severino
Ao retirante uma luz
Que nasceria um menino
E pôs-se a fé em Jesus.
A vida tá lá na frente
Só resta a nois conhecer
Que se formos todos resistentes
Um dia o Nortista vai vencer.
2 - A INVEJA QUE CONSOME
Eu busco compreender
Qual o sentido da inveja
Por que as pessoas sentem
E dizem que mata e aleja
Não dá para a gente ver
Se ela mora em você
Como será o jeito dela?
Me dá logo um arrepio
Um sentimento tão frio
A cobiça anda com ela.
Como é que ela cresce?
Se ela só tenta diminuir
Não acrescenta na vida
Nem permite prosseguir
Te dá parabéns de mentira
Por dentro está cheia ira
Está por fora do coração
É grande amiga da derrota
Com nada ela se importa
Destruir é a sua missão.
Eu ainda não entendi
A forma como ela se instala
Na cabeça das pessoas
De todo mundo ela fala
É preciso ser bem forte
Para não ter a triste sorte
E ser pego de surpresa
Em ter alguém ao seu lado
Com dois olhos arregalados
Desejando sua riqueza.
Então fui bisbilhotando
Para entender como se dá
Vi mesquinhesa e maldade
Gente pronta para fofocar
Seres de um coração duro
Que vivem no mundo obscuro
Sem ter nenhuma compaixão
Dando rasteira no nada
Adora a vida humilhada
Para qualquer cidadão.
Já que vencer é difícil
É necessário aprender
Lidar com tanta intriga
Que tramam contra você
Busque escolher os seus
Entregue nas mãos de Deus
Lute com fé e resistência
Esqueçam os invejosos
Pois eles vivem chorosos
Pra sujar a tua essência.
3 - ALMA RENOVADA
Depois da minha partida
Percebi como era a vida
As coisas não valorizadas
Que por mim, foram esquecidas.
Senti o cheiro do abraço
Vi a verdade, onde acreditei ser mentira
Não agradeci pelo prato
Da comida bem cozida.
Não andei de braços dados
Com a vergonha intrigante
Nem brinquei com meus pais e filhos
Por ser mais que ignorante.
Desde o começo perdi
Pelo tal chamado orgulho
Incomodei-me com meu vizinho
Pensando que o conviver faz barulho.
Deixei de viver
Pensando em juntar dinheiro
Não desfrutei meus parentes
Eu nunca fui companheiro.
Vivia como um sultão
No meu castelo isolado
Rodeado de donzelas e fartura
Sem nunca compartilhar um bocado.
Portanto, vivamos para sempre
Amando a todos iguais
Por que quando vamos embora
O tempo não volta jamais.
Ame sem Medidas!
4 - O SALDO DE UMA GUERRA
A guerra divide a paz
O homem faz seu cercado
Fronteiras são corrompidas
O ódio tem aumentado.
Na guerra vemos a dor
As vidas perdem o sentido
Muita ganância se espalha
Do amor não se escuta o estampido.
O som da destruição
Os obriga a regressar
Deixando todo o conquistado
Pra talvez nunca mais encontrar.
Em meio aos cacos sobrados
Vai ficando suor e história
E os “grandes” ficam como reis
Mais nunca encontrarão a glória.
Por serem seres egoístas
Que respiram a pura opressão
Não sabem o que é amor próprio
Parecem não ter coração.
E quando tudo isso passar
Veremos ou não o final
Que restem vidas sensatas
E que Deus perdoe todo o mal.
5 - PÁSSARO SERTANEJO
Passarinho, sei que sabes cantar;
Plana no ar livre,
Pousa nas árvores,
Enfeitiça com o canto,
Com suas asas coloridas,
Soa lindo aos olhares,
Adormeces com melodia.
Teu bico afiado,
Tua penugem remete o algodão,
E por ela aquece os amores,
Dos filhos são protetores;
Pássaro sertanejo,
Exorciza sobre as tristezas!
Solta no ar o amor do teu canto,
Traz a distância de vários lugares
Onde havia várias espécies,
Sob o zelo do teu companheiro,
Que se mostra quando se arrepia
Que te convence com a paixão