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Foto do escritorLuiz Primati

BECO DOS POETAS Nº 43 — 15/02/2024

Grandes textos, grandes poesias! Leiam, comentem, compartilhem!


Imagem criado com IAMidjourney
 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.

 

O JOGO DA AMARELINHA

Nas calçadas gastas, onde os sonhos são partidos, desenho os quadrados de um jogo ancestral. O jogo da amarelinha, em sua simplicidade pueril, oculta verdades adultas, narrativas de amores e desamores, de sucessos e fracassos, traçando o caminho invisível da existência humana. 

Começo no início, pé descalço sobre a terra, olhos fixos no céu conquistado por pedras lançadas. Cada quadrado, uma fase, um momento, um pedaço de vida. Salto com alegria, na inocência dos primeiros passos, ignorantes das quedas futuras. O amor surge como esse primeiro salto, impulsivo, desmedido, sem medo do chão duro. 

Avanço, e os amores se multiplicam, transformam-se. Encontro desamores, corações partidos em quadrados sem saída, onde a pedra se perde e a alma se confunde. Mas o jogo exige movimento, e não há espaço para permanecer imóvel na dor. Salto novamente, buscando o equilíbrio tênue entre o desejar e o esquecer. 

Sucesso e fracasso se alternam como quadrados de sorte e infelicidade. Celebro cada conquista, cada avanço, mas o próximo lançamento pode me levar ao recuo, à reflexão. A vida, esse jogo de amarelinha, não se ganha apenas chegando ao final, mas aprendendo a cada salto, a cada queda. 

A alegria é o quadrado luminoso, onde os saltos são leves, e o coração se eleva. Mas nem todos os lançamentos me leva a ele. Conheço a tristeza, quadrados de sombra onde o peso do corpo surge, onde cada movimento é um esforço contra o próprio desânimo. 

E a solidão Ah, a solidão é o quadrado que todos temem, mas todos visitam. É o momento de lançar a pedra e não encontrar quem torça por nosso sucesso ou nos console nas derrotas. É o salto que se faz em silêncio, onde o eco dos próprios passos é a única companhia. 

Mas o jogo da amarelinha, assim como a vida, não é feito apenas de quadrados isolados. É a sequência, o encadeamento, a soma das experiências. Salto do amor ao desamor, do sucesso ao fracasso, da alegria à tristeza, e mesmo à solidão, na esperança de que, ao final, possa lançar a pedra para além do céu, para um lugar onde todos os quadrados se unem em harmonia. 

Assim, segui jogando, desenhando amarelinhas por calçadas da existência, lançando pedras, colecionando momentos. Porque, no fim, o que vale não é a pedra lançada, mas a jornada de saltos, a poesia vivida em cada passo incerto, em cada riso e lágrima derramada na busca incessante pelo quadrado final, onde todos os pedaços de vida se encontram e fazem sentido. 



 

AUTORA GABRIELY BRANDÃO


Gabriely Brandão Ramos, 28 anos, nascida em Itaguaí – Rio de Janeiro. Técnica em mecânica, poeta, participou da sétima e oitava edição da coletânea de jovens poetas na cidade de Itaguaí. Viu na escrita uma forma de expressão da arte e cultura. Escritora na antologia suspiros poéticos.

 

UMA DOR INEVITÁVEL


 É impossível mencionar alguém como vocês sem me emocionar. É inevitável não recordar cada sorriso, gargalhada e momento compartilhado, assim como todas as lições aprendidas com vocês. Sinto falta da comida caseira da vovó e do conforto que o meu pai proporcionava. A dor é insuperável e as lágrimas são incontroláveis. Ver cada pequeno detalhe me dói tanto, sabendo que um dia eu irei casar ou concluir minha formação acadêmica sem a presença de vocês ao meu lado. Não consigo expressar a sensação que seria ver o orgulho em seus olhos pela minha vitória. Tudo o que resta é uma saudade interminável, sendo as boas lembranças nossa única fonte de sobrevivência diante dessa dor inevitável.


 

AUTORA ALESSANDRA VALLE


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

EPILEPSIA


Em um universo de luzes e sombras,

Na dança frenética dos neurônios,

A epilepsia traz consigo o desassossego,

Um turbilhão de emoções e desafios.

Um clarão súbito, um distúrbio repentino,

O corpo se agita em movimentos desordenados,

A consciência oscila entre o aqui e o além,

Enquanto a batalha é travada sem trégua por aquele que quer ficar.

Nas ondas elétricas que percorrem o cérebro,

Há uma dança caótica de impulsos desenfreados,

E as convulsões são como trovões no horizonte,

Sacudindo a realidade, desafiando o destino.

Mas além da tempestade que assola o ser,

Reside a força inabalável da resiliência,

A determinação de enfrentar cada instante,

De reerguer-se com bravura, sem se render.

E no abraço caloroso da compreensão,

Encontra-se a solidariedade que acalenta,

A mão estendida em apoio e afeto,

Um farol de esperança que nunca esmorece.

Pois na jornada marcada por incertezas,

Há coragem para buscar novos horizontes,

Superar estigmas, quebrar paradigmas,

E desvendar os mistérios da própria existência.

E assim, em meio às ondas da epilepsia,

Floresce a força de viver intensamente,

Abraçando a singularidade de cada momento,

Com o poder de transformar o desafio em superação.

Quebrando as correntes da invisibilidade,

A epilepsia se revela em poesia,

Uma história de coragem e esperança,

Que ecoa no coração de quem luta todo dia.


 

AUTOR GIBSON SANTANA


Gibson Santana é nascido em Olinda/PE. Casado com Tacila Alves, pai do Kleiton Rafael e da Amanda Míryan. Escritor e organizador de Antologias. É organizador das antologias “Poemas dos 5 Cantos do Brasil”, “Pai, Meu Herói, Meu Primeiro Amor” e "Tributo à Vida”, pela Antologias Brasil. Coparticipante em 26 Coletâneas do Projeto Apparere, da Perse Editora, entre elas: A Vida é Muito Curta; Cotidiano Introspectivo – Centenário de Clarice Lispector; 4ª Coletânea de Poemas; A Lágrima e o Tempo; Amizade em Tempo de Pandemia e Eu Escritor. Autor do Livro “A Arte de Seduzir, a sedução pela boca”, pela Drago Editorial, e do Livro em PDF “Pensamentos em Fragmentos – Uma Vida em Poesias”, pela Amazon.com. Embaixador Internacional da Paz, pelo Fórum Mundial para a Paz e os Direitos Humanos. Participante do VI Festival de Poesia de Lisboa, Portugal/2021, Helvetia Editions Brasil, evento remoto. Participante da 2ª Copa de Poesia Brasil/Portugal, Revista Cronópolis. Classificado no Prêmio/Antologia Poesia Agora – Inverno 2021, Ed. Trevo. Fez parte da equipe de divulgação da Revista The Bard.

 

REVISANDO O MEU PASSADO


Revisando o meu passado

Percebi que meus sonhos de criança se perderam.

Se perderam nas minhas andanças pelas ruas do descobrimento,

Pelas ruelas das decepções,

Se esvaíram pelas vilas das dores das traições,

Pelas aventuras das palavras não ditas e malditas.

 

Revisando meu passado notei que meus anseios de adolescente se extraviaram,

Se extraviaram pelos maus pensamentos que tive,

Pelas ações vergonhosas que pratiquei,

Pelas escolhas erradas que realizei.

 

Revisando meu passado entendi que o homem que me tornei

Tem um pouco de tudo que outrora fiz,

Para o bem ou mal, compreendi que tudo que um dia fazemos,

Molda um pouco do que no futuro nos tornaremos.

 

Quem dera voltar no tempo,

Para não perder meus sonhos, não decepcionar tanto,

Dizer somente palavras afáveis, agir com honra,

E poder olhar p futuro, no futuro,

E ter orgulho do Homem que me tornei


 

AUTORA AIALA BASTOS


Aiala Bastos é uma escritora de 21 anos, nascida e criada em João Monlevade. Desde muito pequena sempre foi apaixonada pela leitura e com o passar dos anos descobriu uma paixão também pela escrita. Inicialmente a escrita era um refúgio dos problemas encontrados no dia a dia, uma adolescente que não sabia como lidar com tantos sentimentos existentes em si. Em pouco tempo o gosto pela escrita foi crescendo e transformando-se em uma paixão. Hoje aos vinte e um anos com a primeira obra publicada se encontra em um local de paz e serenidade pela mulher que se tornou, mas inquieta buscando melhorar e evoluir cada dia mais.

 

AQUILES


Aquiles certa vez disse “eu te reconheceria na completa escuridão, se você fosse mudo e eu surdo”

Eu nunca entendi o que Aquiles queria dizer

Até te conhecer

 

É que tu é luz em dias sombrios

É sensatez em meio a tantos desequilíbrios

 

Acreditei por anos que Aquiles era louco

Só nunca achei em ninguém apoio

 

Quis dar a volta ao mundo

Mas você já revirou meu mundo

 

Hoje entendo Aquiles

Eu também te reconheceria em outras vidas, outros tempos, outros corpos e sim, te amaria em cada um deles.


 

AUTOR RICARDO DUARTE SANTOS


Ricardo Duarte Santos é nascido no Rio de janeiro. Criado pela mãe,ainda viva aos 92 anos,Marido da Josina (Jo), Pai de duas filhas e avô de quatro netos. Admirador da Arte. Adorador daquele que criou todas as coisas.

 

AMANHECER


Tão lindo.

O pôr do sol,

O entardecer,

apreciar o arrebol.

Amarelar, avermelhar, escurecer.

A noite traz memórias

O medo de perder

Na conclusão da história.

No pensamento há solidão

No pódio, somente o campeão.

No escuro maior o medo.

Na experiência o segredo.

Vai amanhecer.

Brilhar o sol e reluzir

Mostrar o belo e o que há por vir

Recomeçar , brotar, crescer, frutificar.

A esperança não vai morrer.

Vai amanhecer.


 

AUTOR WAGNER PLANAS


Wagner Planas é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do  Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.

 

PANTUM DA VELHA DOR


Hoje trago meu coração,

Para falar da velha dor,

Uma dor sem Solução,

A perda de um grande amor.

 

Para falar da velha dor,

De um coração partido,

A perda de um grande amor,

Do grande amor perdido.

 

De um coração partido,

Da minha esperança arrancada,

Do grande amor perdido,

Da minha princesa amada.

 

Da minha esperança arrancada,

Como quem arranca praga com as mãos,

Da minha princesa amada,

Dona de meu coração.

 

Como quem arranca praga com as mãos,

Levaram junto minha alma,

Dona de meu coração,

Rainha da minha calma.

 

Levaram junto minha alma,

E Também meu sopro de vida,

Levaram junto minha alma,

Deixaram buracos e feridas.

 

E Também meu sopro de vida,

E o buraco foi crescendo,

Deixaram buracos e feridas,

E minha Terra foi morrendo.

 

E o buraco foi crescendo,

Com o passar dos dias,

E minha terra foi morrendo,

Com o raiar de cada dia.

 

Com o passar dos dias,

Anos e anos terra isolada,

Com o raiar de cada dia,

Virou terra abandonada.

 

Anos e anos de terra isolada,

Preparou a terra para o solo fértil,

Virou terra abandonada,

Mas não virou terra infértil.

 

Preparou a terra para o solo fértil,

Com cada gota de lágrima no chão,

Mas não virou terra infértil,

Lavorou para alma e o coração.

 

Com cada lágrima de gota no chão,

Saciou a sede da terra amada,

Lavorou para alma e coração,

Reflorestou a pátria amada.

 

Saciou a sede da Terra amada,

E hoje trago meu coração,

Reflorestou minha terra amada,

Uma dor sem solução.


 

AUTORA LAINE BOTTARO


Laine Bottaro é uma escritora e poetisa brasileira, nascida em Lençóis Paulista, cidade localizada no interior de São Paulo. Formada em Artes Visuais e atualmente cursando Ciências Econômicas e Administração. Desde a infância, foi apaixonado por livros e histórias de aventura e fantasia, o que a levou a começar a escrever suas próprias histórias. Seus livros são marcados por uma narrativa envolvente, personagens cativantes e tramas cheias de reviravoltas. Além disso, possui uma habilidade única de criar poemas marcantes que tocam o coração de seus leitores. Sua sensibilidade para a escrita poética é evidente em suas obras, transmitindo emoções profundas e reflexões sobre a vida em versos belos e inspiradores. Laine Bottaro também vem se destacando como coautora em diversas Antologias nacionais e internacionais, além de participar de inúmeras seleções literárias.

 

UM NOVO AMANHÃ


Em meio à escuridão que me consome,

Eu trago palavras de esperança e luz,

Pois sei que a dor presente me consome,

Mas um novo amanhã sempre reluz.

Nas nuvens cinzentas que obscurecem o céu,

Um raio de sol ainda insiste em brilhar,

A tristeza pode ser um manto cruel,

Mas o amanhã traz chances de me renovar.

Os dias de angústia não são eternos,

E a tristeza pode ser transformada em cor,

Existe um mundo além dos meus infernos,

Um horizonte vasto esperando o meu amor.

Nas lágrimas que molham meu rosto cansado,

Vejo o alento da vida se reinventar,

Cada derrota pode ser um passo adiantado,

Para um novo amanhã que irá chegar.

Um novo amanhã está à minha espera,

Repleto de cores, de sonhos e de amor,

Liberto-me da dor, abraço a primavera,

E descubro a felicidade em meu interior.

Não desisto, pois sou forte e valente,

Há um propósito maior me aguardando,

Em cada novo dia, há uma semente,

Que brota e me conduz para um futuro brilhante.

Confio no poder da transformação,

Permito-me abrir para a cura e o perdão,

Sou amada e mereço a redenção,

Acredito em mim mesma e renasço, então.


 

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2 Comments


Li, amei e percebo que o belo se eterniza realmente, nas poesias. Todas trazem uma pureza que o tempo não apagou, parabéns poetas e poetisas, seus escritos estão extraordinários! 😍💐

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Poesias que enchem nossa manhã de esperança... Luiz Primati - "O Jogo da Amarelinha"

A poesia utiliza a metáfora do jogo da amarelinha para explorar a jornada da vida, desde a inocência e alegria da infância até os desafios e aprendizados da vida adulta, abordando temas como amor, desamor, sucesso, fracasso, alegria, tristeza e solidão. Cada quadrado do jogo simboliza uma fase ou emoção pela qual passamos, e o poema reflete sobre a importância de cada experiência na construção do nosso ser, encorajando a resiliência e a busca pelo equilíbrio emocional.

Gabriely Brandão - "Uma Dor Inevitável"

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