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Foto do escritorLuiz Primati

BECO DOS POETAS Nº 62 — 20/06/2024

Atualizado: 24 de jun.

Grandes textos, grandes poesias! Leiam, comentem, compartilhem!


Imagem criado com IA Midjourney
 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.

 

PROMESSAS VAZIAS

Agarro firme nossa aliança, girando-a nervosamente em meu indicador. Meu olhar vagueia, fixando-se nas águas obscuras do lago à minha frente. Com um rugido de desespero, atiro a jóia - nosso símbolo de promessas passadas - nas profundezas do desconhecido.

Ontem, éramos um par, dois destinos fundidos numa única trilha. Lembra-se? Nossos corações batendo juntos, a promessa do “para sempre” pendurada no ar. Mas, de repente, sem aviso, sem entender, você me deixou na sombra da incerteza, anunciando que precisava de tempo para refletir.

Em vez de poupar meu coração, a verdade sangrou: Você se rendeu a outro amor. Um amor que, em sua visão míope, sugere ocultar a realidade de mim, pensando que isso iria me proteger. Mas ele não te conhece como eu, jamais entenderia a complexidade que você traz.

A recordação de nós surge. Você, a minha primeira namorada; eu, o teu primeiro amor. O casal que desafiou o ceticismo da paixão, consumando o nosso amor sob a penumbra de uma noite quente e envolta em afeto.

Compartilhamos risos, sonhos, preferências em filmes e músicas; nossos beijos, uma doce harmonia, como saborear a divina sobremesa dos deuses. Então, pergunto-me: o que desmoronou? O que transformou nosso amor em um enigma insolúvel?

Meus abraços tornaram-se como o manto cruel dos espinhos? O sabor dos meus beijos tornou-se amargo? Será que o meu toque se tornou um arranhão desagradável em sua pele? Temo que nunca terei as respostas.

Mas consigo imaginar que você foi seduzida por um futuro mais brilhante, enquanto eu, ainda jovem e sem rumo aos 20, vivia intensamente o presente.

Agora, embora uma vida confortável me acompanhe e a possibilidade de ter qualquer amor ao meu lado seja real, sinto-me vazio. Você não está aqui. Com a esperança que habita no meu peito, desejo que não tenha se arrependido daquela despedida, naquele ônibus que partiu sem ao menos um olhar de compaixão.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

SONHOS - IMPOSSÍVEL NÃO OS TÊ-LOS


Impossível não arrumarmos um lugar para eles

Muitos deles, despudoradamente românticos

Outros interrompidos

Mas, sempre comoventes

Chorosos, podem ser...

Mas também apaixonantes.


Sonhos que nos levam a flutuar

Com pensamentos pós-sonhos especiais

Sonhos, podem ser presentes maravilhosos

Podem ter barulhos felizes

Plenos de quase tudo

Florescidos com doçuras de desejos

Satisfações pela manhã, em linguagens corporais

Com o coração acordado

Pelos convites dos sonhos, do sol.


Vida, visão de praias enluaradas

Olhos fechados e o barulho das ondas

Um tilintar de copos, com o vinho preferido.


Sonhos, acordando para o real

Mas, devagar, porque, é preciso continuar

A sonhar ... o sonho do dia;

faça um breve silêncio

É bom e necessário sonhar

Nas ausências, nas proximidades, nas fantasias

Sonhos somente nossos

O mundo não consegue ver.


Sonhos, pedaços de almas

Amor demais

Sabores de sentimentos

Sonhos que me vestem

Sem adeus!


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


SIMONE GONÇALVES, poetisa / escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

DESPEDINDO-SE DO OUTONO


Nas páginas amareladas do meu diário

Escrevo versos de despedida

Da minha estação preferida... o outono

Nas linhas curtas do pequeno diário

Crio meu mundo em segredos

Que ficarão guardados como num baú de memórias

Misturados às folhas que resgatei pelo caminho

Em belas manhãs de sol

Guardarei nas minhas lembranças

Cada detalhe dos dias de ares frescos

De lindos arvoredos que serviam como moradia

Aos pássaros e seus ninhos preparados com tanto zelo

À espera da nova cria

E de cada pôr do sol que encantava aos olhares

Dos apaixonados e românticos casais

Como nós dois

Que tanto éramos agraciados com rara beleza

Fazendo com que nossos corações se tornassem apenas um

Nos direcionando às noites de lua cheia

Onde nosso amor irradiava tal magia

Por sonhos que se realizavam

A cada entrega nos braços da felicidade

Na estação feita só para nós... o doce outono


Espero que estejamos juntos em todos os outonos que ainda virão por nossos caminhos...


 

AUTOR SIDNEI CAPELLA


SIDNEI CAPELLA, natural e residente em São Caetano do Sul — São Paulo. Escreve textos poéticos, contos e mensagens, participou de algumas antologias. Grande parte dos seus textos são publicados na página do Instagram que administra. Utiliza a frase criada por ele: “Inspiração me leva a escrever sobre tudo, a inspiração vem de Deus, escrevo para o meu próximo, de modo a despertar sentimentos e mexer com suas emoções.”

 

SONHO


Sonho que me completa.

Que me desperta.

Sonho em que ela entra;

Pela porta aberta.


Sonho que me refaz.

Do desejo voraz.

Sonho do beijo ardente.

Ao que me compraz.


Sonho da alma quente.

Que nasce na mente.

Sonho do apaixonado.

Do pensamento doente.


Sonho de pintar um retrato.

Que me deixa calado.

Sonho mais do que perfeito.

Com os olhos fechados.


Sonho do meu jeito.

Deitado no meu leito.

Sonho que acordo.

Do meu sonho desfeito.


 

AUTORA LUCÉLIA SANTOS


LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e minicontos infantis.

 

VENTOS FORTES


E de repente caiu em prantos

Naquele mar de silêncio

Ondas gigantes oceano extenso

E corpos se uniram assim e tanto


E as bocas unidas trouxe calma

E o olhar reacendeu a chama

Desfazendo assim aquele drama

E ofegante a respiração estava


Então voltou assim a remar

Após transmitir segurança

Ao coração e renovar a esperança

De um amor que não se acabará


Ao anoitecer essa chama a esquentou

Ventos fortes trouxe a canção

Ao amor mostrando gratidão

E a desejos fortes se entregou.


 

AUTOR WAGNER PLANAS


WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do  Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.

 

PANTUM - DANÇA DOS SENTIMENTOS XXVI


Um campo de girassóis,

Iluminado pelo Sol,

E nós a sós,

Rolando sobre a cama e o lençol.


Iluminado pelo sol,

Aquecendo nossas paixões.

Rolando sobre a cama e o lençol,

Disparando nossos corações.


Aquecendo nossas paixões,

Eu te fazendo minha amada,

Disparando nossos corações,

De dia e de madrugada.

Eu te fazendo minha amada,

Dando-lhe o amor mais puro,

De dia e de madrugada,

Dia claro ou escuro.


Dando –lhe o amor mais puro,

Que um homem pode entregar,

Dia claro ou escuro,

Juras de amor te mostrar.


Que um homem pode entregar,

E nós as sós,

Juras de amor te mostrar,

Um campo de girassóis.

 

 

AUTORA LILA LEITE


ELIANA ROCHA, da cidade de Brumado, interior da Bahia. Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB - Universidade do Estado da Bahia; Pós graduada em Psicopedagogia, pela FACINTER -  Faculdade Internacional de Curitiba. Professora aposentada, atualmente Coordenadora da Escola Particular "O Pequeno Príncipe" - Brumado.

 

O ÚLTIMO ADEUS


Quando soube que iriam transferi-la para o hospital do centro... Tive a certeza de que seria o último adeus.


O último adeus de um amor tão lindo!

Não teria mais o abraço apertado , o beijo roubado, as longas noites de conversas...


Não teria mais o bom dia, Mamis, aqui está tudo bem, (mesmo que não estivesse)...


O último adeus aos conselhos, às alegrias compartilhadas ao telefone, dos encontros de família , das trilhas que não perdia...


O último adeus de uma vida tão pouco vivida... Aos sonhos não realizados, à Faculdade quase concluída...


Um último adeus, carregado de dores, de angústia e de incertezas...

Daquele olhar tão puro e às vezes um tanto piedoso...


Sim, aqui na terra tivemos o último adeus...

Mas, espero em Deus que espiritualmente falando, seja apenas um até logo.


Te amo tanto filha! Mesmo depois do último adeus!  

 

AUTOR JOSÉ JUCKA SOULZ


JOSÉ JUCA P SOUZA, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.

 

INSPIRAÇÃO


Do universo, um fragmento, um nada!

Inspiratio, inspirare, termo latino…

Mais preciso, “soprar em”

“é inspirada” é theopneustos, é grego…

Theos (“Deus”) e pneu (“fôlego”, “sopro”) + tos

Se de um sopro ou de Deus

Não sei se “ Promēthéus”...

Titãs, deuses… Aquele que pensa antes…

Imagem dos deuses…

Enviado para reinar sobre a terra

Reina a poesia…

Inspira todo dia…

Uma palavra, frase, melodia…

Está na dor, na alegria, no amor…

Tristeza, melancolia, no dia a dia

No desamor, no impossível amor

Na cor, no odor, no galanteador

Porque não! O amador…

Uma flor, no sem pudor, rimas

Sem métricas, sem rima…

No passado, presente, talvez futuro…

Na saudade, na vaidade, em qualquer um…

Em qualquer lugar, fonte ou lar…

Qualquer coisa, com ou sem idade!

Na fantasia, no inanimado, animado…

No quê, O quê, Porquê, como, onde…

Está aqui, ali, no amor que poderia…

Que não pode, sem inspiração…

Também seria…

É minha musa… Qual seria?

Inspiração…

Expiração…

Do pulmão expulso ou

da finalização.


 

AUTORA GABRIELY BRANDÃO RAMOS


GABRIELY BRANDÃO RAMOS, 28 anos, nascida em Itaguaí – Rio de Janeiro. Técnica em mecânica, poeta, participou da sétima e oitava edição da coletânea de jovens poetas na cidade de Itaguaí. Viu na escrita uma forma de expressão da arte e cultura. Escritora na antologia suspiros poéticos.

 

NAQUELA RUA


Saudades da minha infância!

Era a memória que queria arremeter.

Saudades daquela rua de chão, onde poderíamos

Brincar e ser feliz!

Era brincadeira depois da escola e da lição de casa. Era brincadeira de queimado, taco, pique-esconde, guerra de mamona.

Que memórias inenarrável!

Não tinha tanta maldade naquele tempo.

Não tinhamos tantas preocupações, éramos apenas crianças.

Felizes, livres e sonhadores querendo ser um pouco de cada coisa.

Vivíamos em um mundo sem tantos preconceitos, eram apenas brincadeiras e momentos de felicidade!

Todos eles vividos naquela rua onde nasci.


 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA


ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

 

DESILUSÃO


Na estrada empoeirada da desilusão

A alma busca uma explicação,

Tanto amor desperdiçado

Como água no ralo.


Na escuridão do desamor

O coração soluça de tanta dor...

Submerso de desapontamento e tristeza

Procura o porquê de tanta frieza,


Nos caminhos pedregulhos da desilusão

Procura firmar o passo,

Esquecer os labirintos da decepção

E os tombos do coração.


 

AUTOR ANDRÉ FERREIRA


ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.


 

A ÚLTIMA NOITE


Foi em uma manhã de sábado

depois de uma noite de amor

ditada pela luxúria e pelo prazer,

regada com um bom vinho,

nossos corpos ardendo de desejo um pelo outro

e a sua beleza nua em meus braços

me devorando com tamanha voracidade

que eu me perdi nas curvas do seu corpo,

foi tudo tão intenso, tão puro

e impuro ao mesmo tempo,

nós nos amamos como nunca, minha querida,

mas eu não entendo o motivo e nem quero entender...

Lá fora!

O silêncio dos pássaros e um ar de calmaria,

tudo corria bem, até que ouço um estampido,

tão perto, mais tão perto

que o pavor invade Minh ’alma e dita o ritmo,

desço as escadas a galope à sua procura

e a angústia toma conta de mim,

e ao chegar na sala me deparo com você desfalecida,

sentada perto da lareira com um ferimento no peito,

olho a sua direita e vejo uma arma ao chão

e do seu lado esquerdo o seu lenço manchado de batom,

naquele instante eu queria

que a morte me levasse dali,

mas nada eu pude fazer

diante do que as minhas retinas

acabaram de presenciar,

ah, minha querida se eu soubesse

que seria a última noite,

eu teria te admirado mais,

te beijado mais, te acariciado mais,

e te amado mais e mais, e mais.


 

AUTORA MÁRCIA VIEIRA ÁVILA


MÁRCIA VIEIRA ÁVILA nasceu nos Açores, 1980. Ingressou em Arquitetura e posteriormente em fotografia na AR.CO em Lisboa. Exerceu em Arquitectura, Decoração e Design de Interiores (especialista em cozinhas e carpintaria fina). Actualmente trabalha como Técnica de Luz e Som em artes performativas no Espaço do Tempo em Montemor-O-Novo, Alentejo, Portugal. Cake Designer com marca própria há mais de 10 anos e formadora nesta área. Autora do Blog MissMaravi é também curadora Clube de Leitura Transatlânticos. Autora e ilustradora do livro ‘MARAVI a menina da ilha’ 2022; Escritora e autora em várias antologias de contos e poesia com um segundo livro infantil a sair já escrito e ilustrado. Fundadora da marca Mundo M de acção no mundo literário e cultural. Escreve activamente para vários Clubes de Escrita; Cronista quinzenal e membro da Equipa Editorial e de Gestão de Projecto no Repórter Sombra como também Colunista e membro da Direção da Revista Literária internacional Aorta.


 

BALADA DA MORTE


Bate leve, levemente

...

É mentira. Fantasia.


Não bate amor, nem amizade, nem discórdia ou humildade.


Nada bate na beleza do que se vê ou rejeita.

Mentiras, discórdias e injúrias.

Nada se sente na penumbra do que ficou e em nada se prende.


Bate leve, levemente.

Uma saudade que me mente a cada olhar

a cada cheiro

e a cada palavra

O que descobre cada verdade não é mais do que direito, desassossego ou dinheiro.

Mas o que desvenda cada saudade não é mais do que o teu cheiro


Qual enigma que me sussurra o que de mais belo possa sentir?

Qual desprezo possa viver num respirar ou num ouvir?


Não me cutuques

Não me arrepies

Eu não te quero mais sentir.


Desfaz-te nessa imensidão que é espuma ou nuvens ou ar

Desaparece nessa brutidão do que me atormenta a cada sonhar


Bate leve, levemente

Qual lágrima ou sangue ou guerra

Bate leve, levemente

Qual desgraça que me tapa a guelra


Não respires, só foge do dever de te manter à tona

Não olhes ou vejas ou observes, só desampara e deixa que tombe


Se eu fosse a chuva que bate levemente

Te diria que jamais virei e que nunca foste

Te diria que o mundo gira sobre pratos vazios de amor

Te diria que a morte não é mais do que um vento, uma gente desfeita do que podia ser gente.


Uma ode ao poema 'Balada da Neve' de Augusto Gil

 




Quais poesias capturaram seu coração?

  • 0%PROMESSAS VAZIAS (LUIZ PRIMATI)

  • 0%SONHOS - IMPOSSÍVEL NÃO OS TÊ-LOS (STELLA GASPAR)

  • 0%DESPEDINDO-SE DO OUTONO (SIMONE GONÇALVES)

  • 0%SONHO (SIDNEI CAPELLA)

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