Grandes escritores, grandes reflexões. Aqui, todas as vozes podem se expressar.
Leia, reflita, comente!
QUÃO LONGE CONSEGUIMOS IR POR AMOR?
por Joana Pereira
IG: @temjuizo_joana
Corre, corre a passo apressado! Luta com a mesma intensidade que te bate o coração no peito! Não deixes que te fuja o amor da tua vida! Mas, não permitas que te percas nessa correria.
No amor, os horizontes são longínquos e cada um mais desalinhado que o outro. As percepções são desconexas, algumas compulsivas, outras coagidas. Julgas que foram as estrelas que te atribuíram a alma gémea e lançaram-na à terra para a tentares encontrar? Podia dizer estrelas, como outra entidade qualquer, seja lá aquilo em que acreditas.
Mas… quão longe consegues ir nesse jogo? Porque, se realmente estamos todos destinados uns aos outros, o “amor da tua vida” passou a ser um jogo.
Falhas no alvo, voltas à casa inicial. Tiras uma carta fora do baralho, andas três casas para trás. E, quando estás mesmo a chegar ao fim, sai-te uma pista com rasteira e perdes o jogo.
Quão sedutor é este desafio, para o estares constantemente a jogar tornando-se na história da tua vida?
O amor é viciante… aquela sensação de desejo, de ser desejado(a), o medo de não o ser, as borboletas na barriga que, às vezes, parece que andam de patins no estômago (talvez um patim chegue para cada uma delas).
Era bonito afirmar que o mundo se move pelo amor, mas estaria a ser hipócrita. Quem diz isso, mente! E, aqui, ninguém é santo!
No entanto, vais enfrentando este jogo agridoce, arriscado, só para garantir que não acabas só.
Afinal, quanto vale isso? Qual é o valor a pagar para a não-solidão? Todo o valor é pouco. Não conhecendo as entranhas dos corpos celulares à nossa volta, resta-nos a própria companhia, órfã de preço.
Então, quão longe és capaz de ir por amor? O amor vai até onde quiseres que ele vá. Mas se tiveres de ir, vai junto. Não faz sentido ir longe sozinho, quando o objetivo é estar complementado.
Se tens de continuar a correr sozinho para fora dos limites dos teus valores e princípios (tipo corredor de fundo), talvez quanto mais perto te chegas dele, mais longe estás do amor-próprio e o teu respeito foi levado na brisa que te passou por ambas as orelhas.
Poderia ter um milhão de respostas a esta pergunta, mas julgo que quanto mais lutamos de forma desvairada, mais nos vamos perdendo pelo caminho, e no fim, acabamos tão sós, que nem sequer perto de nós mesmos estamos.
CICATRIZ
por Ipê (Odilon Azevedo Filho)
Facebook: Odilon Azevedo Filho
Por eu ter ferido
ou por ter cuidado,
quando eu morrer,
tudo o que fiz
ficará no mundo,
como cicatriz.
A SOCIEDADE DO ABSURDO
por Antônio Carlos Machado
IG: @machadisses_ac
Um homem é sufocado numa viatura de polícia, de maneira cruel, premeditada, um ato de barbárie.
Não importa o seu nome, a sua condição civil, se é ou não um bandido, ou um cidadão comum, importa o ato, quem o fez, sob que circunstâncias, por quê?
A cena repugnante, odiosa, nojenta, aconteceu em território brasileiro em pleno século vinte e um e me faz pensar diversas coisas.
Há quem vincule o comportamento da polícia, que é uma instituição que deveria funcionar, agir de maneira independente do governo, seja ele municipal, estadual ou federal, logo não é uma “Bolsonarice” ou qualquer outra coisa que o valha, não deveria pelo menos ser produto de uma doutrina ou ideologia política de governo.
Quantos tem esse discernimento? De que as instituições devem funcionar segundo preceitos que independem do viés ideológico de qualquer governo, seja ele de esquerda ou de direita, ou ainda será que fala aqui um ingênuo que imagina que o que deve ser, nunca foi ou nunca será dessa maneira?
A primeira pergunta que já me fiz outras vezes em outros episódios de matança indiscriminada ou de atuações no mínimo de caráter duvidoso de nossas polícias é:
Como anda o preparo de nossa polícia? Que tipo de pessoas, qual é o perfil de nossos policiais, como são recrutados? Que espécie de treinamento recebem?
Ouvimos dizer que a polícia existe para nos proteger, para proteger o cidadão de bem, mas quem classifica quem? E em que momento? E o que é pior de há muito sabemos que precisamos também nos proteger da polícia, por tudo que a mídia expõe e sabemos que a mídia expõe muito mais os casos negativos, os que mancham a imagem do policial.
Eu suponho que em condições ideais um servidor público deva ser testado e mais do que treinado deva ser formado para aquilo que se destina as suas funções e isso é claro que parece apenas retórica, que, na prática, tudo é diferente, e é, mas até que ponto essas distâncias entre a prática e a teoria podem ser diminuídas?
Quem é o policial que nos protege? Atua de que forma, com que instrução? Que cursos frequenta? Em que ambientes transita? Será que recebe um salário condizente com os riscos e responsabilidades de uma tarefa dessa envergadura?
A verdade, essa mesmo que nós apenas deduzimos e intuímos, é que a polícia, assim como as demais instituições de estado, são reflexo de uma sociedade.
Uma sociedade que está se acostumando a naturalizar, a banalizar os absurdos, como este apavorante que culminou com a morte desse homem, um brasileiro, repito, não importa quem seja, um brasileiro morto por brasileiros numa atitude animal de pessoas.
Um reflexo de nossa sociedade que, aos poucos, vai perdendo a noção de ética, de humanidade e que naturaliza o desprezo pela vida, pelo respeito a vida, uma sociedade do absurdo.
VENCENDO AS INQUIETAÇÕES
por Alessandra Valle
Nessa semana, uma pessoa muito querida me apresentou sua inquietação. Apesar do dia agitado, das difíceis decisões que teve que tomar em relação ao trabalho, das preocupações no seio familiar, manteve-se equilibrado para ir ao centro espírita e refletir ao máximo sobre o tema do Evangelho apresentado durante a palestra. Entretanto, o sono, durante a explanação, lhe foi inevitável.
Confessou-me que a pessoa que o acompanhara lhe cutucou inúmeras vezes, na tentativa de acordá-lo e, isso, o constrangeu.
Busquei acalmá-lo, primeiro, informando que não se trata de influência espiritual de ordem inferior, depois, dando-lhe uma dica: leve uma garrafinha de água e vá ingerindo o líquido pouco a pouco, por vezes, demore a engolir.
Dessa forma, duvido que ele deixe o sono se instalar. Mas, alertei-o de que algumas palestras são descontraídas e situações apresentadas pelos palestrantes nos fazem rir. Logo, deve tomar cuidado para não cuspir a água nos outros frequentadores.
Quantos ruídos confusos e sons estrídulos confundem nossa mente no decorrer do dia? A minha, muito se aturde.
Diariamente, quantos acontecimentos desequilibrados são noticiados, ou por nós vivenciados, são capazes de tirar a paz da nossa consciência?
Estamos inseridos nesse contexto destrambelhado e dele não podemos nos insular, entretanto, nos cabe buscar um equilíbrio que permita vivermos com relativa sanidade.
Precisamos estar no mundo sem sermos do mundo, mas como alcançar o autocontrole?
“Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á.” Dessa forma, nos orienta Jesus.
Do ponto de vista moral, essas palavras de Jesus significam que podemos pedir a Deus, através da prece, a luz para clarear nosso caminho, as forças para resistir ao mal, a assistência de bons espíritos, o equilíbrio emocional e a sabedoria para lidar com as paixões do mundo.
Mas não podemos nos iludir, pensando que apenas com orações estaremos a salvo. A orientação de Jesus nos impulsiona ao trabalho, através das ações em prol de nós mesmos.
“Buscar” significa viver no mundo, experimentar as dificuldades que nos impulsionam ao progresso.
Essa caminhada não será fácil, encontraremos e toparemos com pedras e percalços, por isso, não nos afastemos da prece, pois é a forma de obtermos o concurso dos bons espíritos que nos acorrem e nos sustentam em suas boas resoluções, inspirando-nos ideias sãs.
Desejo que essa pessoa tão querida, adquira desse modo, a força moral necessária a vencer a dificuldade e aproveite ao máximo suas reflexões durante as palestras no centro espírita.
Fontes de consulta:
O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. XXV, Buscai e achareis.
Evangelho de Mateus 7, 7 – 11.
NÃO CHOQUE OS OVOS DO CUCO
por Luiz Primati IG: @luizprimati
Você tem suas próprias ideias? Você planeja sua vida ou você choca os ovos de cuco?
Insisto sempre no mesmo assunto sobre a importância de decidirmos nosso próprio destino. Não podemos deixar que outras pessoas escolham o que comemos, o que vestimos, que música ouvimos, que livros lemos, e até mesmo em quem votamos.
Temos que planejar nossa vida. Caso contrário, outra pessoa nos providenciará isso. Há muitas pessoas interessadas em planejar sua vida, se você se deixar influenciar.
Ou você se senta no banco da frente de seu veículo, lúcido, e escolhe seu destino, ou você se senta no banco de trás e fecha seus olhos, e alguém o guiará. No banco de trás, parece mais confortável porque você não precisa prestar atenção à estrada, e quando chega ao seu destino, você simplesmente desembarca e segue as pessoas.
Se você não pensa, está sendo pensado, se não planeja, está sendo planejado. Alguém planeja sua vida se você não se preocupa com ela.
Quando dizemos que não nos comprometemos com coisa alguma, já nos comprometemos e com a pior das ideias: alienação. Isso é o que acontece quando você se recusa a fazer escolhas e outra pessoa escolhe por você.
Sei que pensar é cansativo, demorado e às vezes é mais fácil seguir as ideias de outras pessoas. Entretanto, se você está fazendo isso, você está chocando um ovo de cuco.
Este é um excelente momento para descobrir um pouco para aqueles que não sabem como vivem os cucos. Estas aves não chocam os ovos que põem. Em vez disso, elas ficam a esperar que uma ave esteja chocando vários ovos. Quando essa ave deixa o ninho, ela vai para o ninho e substitui um dos ovos por seu ovo. Quando a ave mãe volta ao ninho, não percebe a troca e continua a chocar os ovos. Então algo curioso acontece: o ovo do cuco eclode primeiro porque eclode muito rapidamente, porque é o primeiro, a mãe pássaro não percebe a diferença porque ninguém mais eclodiu ainda para compará-los. A descoberta nunca ocorre porque o cuco se torna adulto em 2 semanas, depois se livra dos outros ovos, e desta forma, a mãe pássaro nunca descobre que criou um filhote que não era dela.
Esta é a analogia perfeita para aqueles que não têm ideias e assumem uma ideia implantada em sua cabeça por outra pessoa. Ele acaba defendendo essa ideia com unhas e dentes sem perceber que não deveria fazer isso, pois ela nem mesmo veio de sua própria cabeça.
Portanto, devemos estar vigilantes, estar atentos e tomar precauções para não acabarmos chocando um ovo de cuco.
AS CASAS DAS MINHAS AVÓS
por Simone Gonçalves
IG: @apoetizar_se
Hoje minhas lembranças me remeteram para a casa da minha vó. Melhor, para "as casas das minhas avós". Sim, tive o privilégio de aproveitar minhas avós ao mesmo tempo, pelo fato de morarem na mesma rua.
As casas são no morro, uma NA parte de cima e outra na parte baixa. Ah! É fato que ainda continuam lá, já não da mesma forma como antes, mas continuam lá.
Minha avó paterna tinha um farto sorriso, sempre deixava a porta da sala aberta e todos que passavam na rua podiam ver tudo, rsrs.
Já a avó materna, um pouco mais reservada, mas sempre carinhosa e gentil.
Avó paterna gostava de ver os netos todos brincando, na bagunça mesmo.
Avó materna só tinha eu e meus 3 irmãos de netos e então o quintal era só nosso. Lá dizíamos ser uma floricultura e nossa imaginação fluía alto nas brincadeiras como vendedores das flores da vó...
O café na casa da vó paterna tinha que ter "biscoito com farinha de milho", ao contrário não tinha graça. Já com a vó materna era com pãozinho da padoca.
Minha vó paterna veio da roça, foi criada com toda a grandeza daqueles que cultivavam seu próprio alimento. Avó materna já era da cidade grande mas também carregando no sangue a preciosidade dos que trabalhavam na lavoura.
E se eu ficar aqui dizendo tudo que carrego, juntando toda a história dessas mulheres que tanto me ensinaram, começo o livro da minha vida. Mas uma coisa deixo registrado, com todo orgulho e felicidade que com elas tive o privilégio de sentir durante muito tempo, que se não fosse com elas jamais viveriam o lado doce de ser uma criança tão feliz e sendo hoje a pessoa que carrega a essência do bem que faz meu coração bater todos os dias...
Dedicado às minhas amadas avós Sebastiana (paterna) e Maria (materna). Minhas estrelas que tanto brilham no céu! Saudades eternas...
MERITOCRACIA
por José Juca
Sou Ser do mundo!
Mundo a discutir meritocracia…
Meritocracia sem acesso à saúde de qualidade,
Meritocracia sem educação de…
Meritocracia…
Mas…
Sem conhecimento da filosofia,
Sem conhecimento da história,
Sem conhecimento da arte,
Sem conhecimento da cultura,
Sem meio ambiente,
Da diversidade em perigo,
Da desigualdade em questão…
Meritocracia da discriminação…
Meritocracia do desrespeito a LGBTQIA+...
Meritocracia do desrespeito ao negro…
Meritocracia do desrespeito ao índio…
Meritocracia do preconceito a/das religiões…
Meritocracia!!!
Do poder que não conhece o Ser…
Do poder que não conhece ou reconhece poderes…
Meritocracia do foro privilegiado,
Meritocracia do agronegócio, sem agricultura familiar…
Meritocracia do insumo da fome…
Meritocracia da tecnologia da inflação…
Meritocracia de petróleo abundante…
Meritocracia de refino inflacionário…
Meritocracia de exportação de doutores acadêmicos…
Meritocracia de importação científica e tecnológica fúnebre…
Meritocracia da política inflacionária…
Meritocracia da economia condenada a crescer como fake news…
Meritocracia da saúde “todo mundo vai morrer um dia!”
Meritocracia da educação do “no meu tempo era assim!”
“Esses meninos não têm respeito, responsabilidade…”
Meritocracia neoliberal…
Hipocrisia neoliberal…
Neoliberal, cinco por cento/ noventa por cento… Meritocracia.
Merito… Cracia…
Merito… Cracia… lopram…
Merito… Cracia… rapina…
Merito… Cracia… zepam…
Merito… Cracia… zolam…
Meritocracia
Hipocrisia…
ERA DIFÍCIL, MAS ERA BOM
por Arléte Creazzo
IG: @arletecreazzo
Estes dias em uma conversa com tias e primas, passamos a comparar produtos modernos com os do passado.
Engraçado como muitas coisas antigas, que hoje nos parecem difíceis de acreditar até que existiram, se tornavam brincadeira.
Lembro-me o dia de passar escovão na casa. Para os que não sabem o que é um escovão, seria algo parecido com um mop spray, só que feito de ferro e bem pesado, ainda mais para crianças.
Apesar de ser difícil, eu e meus irmãos nos divertíamos passando esfregão por toda a casa. Colocávamos uma flanela grande embaixo e enquanto um puxava o esfregão o outro ia sentado na flanela. Tornávamos o trabalho diversão, e amávamos.
Outra diversão era escolher arroz. Hoje em dia o arroz não precisa mais ser escolhido ou lavado (a maioria deles), mas no passado, havia muito mais sujeira do que grãos bons para consumo.
E isso virava brincadeira. Nossas mães pediam às crianças que escolhessem o arroz, mas deixavam claro que tinha que ser muito bem escolhido. Isto fazia com que apostássemos quem teria o maior monte de sujeira, e consequentemente o arroz ficava bem escolhido.
A televisão que era em preto e branco, se tornava colorida com uma película plástica com três faixas de cores: azul, vermelha e verde.
Além de não ter cor, o aparelho de TV era ligado através de um transformador, que levava uns dez minutos para “esquentar” e começar a passar a imagem.
Nas festinhas, os bailinhos eram feitos com uma vitrolinha, onde as músicas eram colocadas uma a uma conforme o disco de vinil escolhido.
Não tínhamos panelas elétricas, nem TV a cabo, ou pacotes com quinhentos e noventa e nove canais. Lembro-me de existir praticamente meia dúzia de canais e todos com programas onde no início aparecia a idade permitida para assisti-los e nossos pais não nos deixavam ficar na sala se o programa fosse impróprio.
E para ser um programa impróprio, não precisava ser uma novela das oito, mas bastava ser falado um mínimo palavrão ou ter um soco em cena, que isso já era considerado impróprio.
Mas nem ligávamos muito para TV, já que podíamos brincar na rua até a mãe de alguém chamar, o que desencadeava todas as outras mães chamando.
Os carros tinham que ser ligados um tempo antes da partida, para que o motor esquentasse. No frio eles sempre demoravam um pouco mais.
Viagens para praia levavam horas (no mínimo seis), apesar de morarmos apenas a cento e quarenta quilômetros.
Tudo era ótimo, assim como hoje também é.
O importante é sabermos valorizar cada momento, e tudo o que temos.
Meu pai uma vez me disse uma frase que carrego para vida: NÃO TENHO TUDO O QUE AMO, MAS AMO TUDO O QUE TENHO.
UTOPIA DE ASAS: ILUSÃO
por Miguela Rabelo
IG: @miguelarabelo
Sonhos são aquilo que nos motiva continuar caminhando, com brilho nos olhos, com borboletas no estômago em sentir-se apaixonados pelas possibilidades de conquistas e satisfação pessoal.
Os sonhos nos inspiram a levantar da cama mesmo diante os dias mais deprimentes, lavar o rosto e continuar em frente... junto claro, com muita fé e café.
Porém, os sonhos são a idealização e nem sempre corresponde com a realidade que se apresenta. Então de repete a realidade bate a tua porta e se apresenta:
— Bom dia! Sou seu sonho materializado…
E você percebe ali que o sonho "cor de rosa" com roteiros já elaborados, vem dentro de uma caixa com peças desencontradas e o êxito do sonho almejado está justamente em conseguir montar aquele "quebra-cabeça"...
Isso não é somente uma metáfora... é algo real e uma constância na minha vida e em tudo que permeia praticamente todos os sonhos idealizados e materializados...
Houve alguns que infelizmente não consegui montar e reconheci minha incapacidade... outros ainda luto diariamente… e apesar das dificuldades, continuarei lutando..., pois talvez o êxito deste sonho, não esteja na simples realização dele..., mas, na busca deste processo… porque o sonho e desejo tem raízes semelhantes..., mas, do desejo deixo para outro dia com mais fôlego..., pois, hoje as frustrações dos sonhos de outrora já me roubaram o fôlego que ainda restava…
MEMÓRIAS
por Lina Veira
IG: @linaveira
— A casa não me pertencia mais.
Ela disse com prazer, e pedi a Deus perdão por isso.
Você descobre que nasceu para ser artista com os seus piores familiares
Desde do berço
Aos primeiros gestos
Com as músicas que mamãe cantava para dormir
Minha inspiração.
Cresci naquela casa
"Para viver bastante
Basta se cuidar" — ouvia de vovô.
O amor mais puro que conheci
Mas cedo a morte o levou de mim
E fiquei sem sua paz em casa
Sem seus livros sentado no canto do sofá da sala, de frente para televisão.
Sem sua voz terna chamando meu nome
Sem sua atenção e olhar
Nem tive tempo de lhe falar, que um dia escreveria nossa história:
A cadeira de balanço, bogari...
Não tive tempo de lhe abraçar.
Desde sua partida escrevi sobre as coisas que aprendi com você
E sei que nunca diria que nossa casa não me pertencia mais.
Vi mamãe chorar muito todos os dias sem entender sua fé.
Quando se é criança é isso. E adulto também. Mal entendemos nós.
Um dia entrei no seu quarto e vi sua rede armada, com o pinico ao lado.
A cama no quadro que nos últimos momentos de vida deitou. O oxigênio do lado me ensinando que você era importante para todos nós, era para mim.
Mas precisava ir. Você foi. Eu lembro de tudo.
O caixão ficou na sala onde lhe via fumar seu cachimbo com prazer.
Parceria apenas dormir sorrindo
E eu continuei a morar na casa que fui feliz com você, até me casar.
Desculpe ter ido embora também vovô,
Mas como o senhor, precisei ir também.
SER E VIVER
por Stella Gaspar
Acima de nós, tem um céu, e perto de nós uma pluralidade de seres completos ou incompletos, não somos apenas um corpo ou um nome, não somos inteiros e metades, quem somos?
Somos guerra ou paz, podemos também ser instrumento ou joguete, brinquedos. Ser e não ser, pensamentos e sentimentos. Tudo habita em nossos corpos e conhecimentos. Podemos voar, então somos inspirações.
Entre o Ser e o viver experimentamos dores e prazeres, então como não se alegrar com essa dialética da vida!
Ser loucura, ser desejos, ser criações, nunca é tarde demais para fazer da vida momentos de doçuras, amar e querer o bem. Estes são virtudes elevadas, que crescem em nossos corações.
Ah! Somos seres de superações, sedentos por satisfações, procurando não causar sofrimentos a nós mesmo. Seres que tem vozes capazes de mover montanhas, vales e planícies.
É preciso...
Autorizar-se a aprender com determinação.
Há sempre uma vida suportável, somos todos seres de amor.
Amamos viver!
De bem com a vida, procuramos entender o sentido da felicidade.
Aprendendo a sermos leves, voamos, somos livres, esperançosos.
Deixando raios e brilhos de estrelas, brilhando em nosso amor.
Ser e viver
Criando coisas bonitas ao nosso redor, rindo, amando e perdoando.
OS SE'S TALVEZ
por Joana Rita Cruz
IG: @joanarc_poetisa
Se ao nascer soubesse
O que o destino me reserva
Talvez escolhesse
Vida nova, paixão certa.
Se ao abrir
Meus pequenos olhos
Eu visse sorrir
Aqueles que realizam sonhos.
Oh se os se's fossem menos
E as lágrimas secassem no choro
Talvez eu vivesse sem medos
E me deixasse desfazer de decoro.
Bato o pé a ser feliz
Deixo o trabalho vir primeiro
Bato o pé para ser infeliz
Deixo-me sentir o amor rasteiro.
Eu fiz-me triste.
Se naquele primeiro momento
Ouvisse os cantos dos anjos
Gritar meu nome com alento
Talvez cedesse aos festejos.
Se naquele primeiro beijo
Eu me deixasse apaixonar logo
Talvez houvesse menos bocejo
Neste viver que não tem fogo.
Oh se os se's fossem menos
E as lágrimas secassem no choro
Talvez eu vivesse sem medos
E me deixasse desfazer de decoro.
Mas que tal os se's não me ditarem a vida?
Ao nascer de nada eu sabia
A primeira lufada de ar foi surpresa
O choro foi uma natural sinfonia
E o primeiro sorriso uma beleza.
E quando abri os olhos
Oh já nem me consigo recordar
Mas conseguia ver os sonhos
Tenho a habilidade de imaginar.
Só ouvia a voz de minha mãe
E nada me dizia sobre crescer
Mas tudo o que a vida tem
Eu tenho de sozinha ir aprender.
Saboreei já um pouco da vida
Mas pensei muito mais
Começo agora uma jornada despida
Mas cheia de arrufos sentimentais.
"Oh se os se's fossem menos
E as lágrimas secassem no choro..."
Afastei os se's talvez
E vou torná-los nos agora
Meu coração já muito se desfez
Está na hora de fazer história.
O destino que se prepare de vez
Porque eu ei de ficar em memória
E mesmo se não for para ser dez
A felicidade será minha glória.
VIDA E LUZ
por Wanda Rop
Sou guiada pela luz da fé
Eu conheço seu poder
Nesta vida de passagem
Estou sempre a aprender
Que para ser feliz
É preciso amor e amar
É preciso, sem receio, na vida se lançar
Viver, intensamente, cada segundo
Sem vacilar, sem desistir
Dos seus sonhos neste mundo
Há um Deus que tudo sabe
E seus passos ele guia
Se você quer chegar longe
Olhe bem por onde pisa
Seu caminho é sua ordem
Seu arbítrio faz e desfaz
Mas a ELE deves tudo
Seu viver e seu sonhar
Ser humano persistente
Vá e lute sem parar
Ame de todo coração
Abrace a vida com fervor
E nunca esqueça de onde veio
E nem para onde irá voltar
Tudo na vida passa
E você também passará
NOSSOS COLUNISTAS
Da esquerda para a direita: Alessandra Valle, Luiz Primati e Antônio Carlos Machado. Depois Joana Pereira, José Juca e Ipê. Depois Joana Rita Cruz, Simone Gonçalves e Miguela Rabelo. Por último: Wanda Rop, Arléte Creazzo, Stella Gaspar e Lina Veira.
Eu adorei todos, me sinto muito bem aqui neste caderno, onde posso escrever um pouco do que penso acerca de um tema. Abraços fraternos para todos 🤗
Parabéns a todos colunistas do Caderno Reflexões!
Maravilhoso! Maravilhoso! 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Cada domingo, para mim, é um orgulho gigante q me cresce no peito. Adorei todos os temas, parece mesmo que combinamos, porque alguns completam-se, outros encadeiam-se…
Alessandra, marcou-me com as inquietações. Luiz, que grande titulo, que belissima e necessária reflexão. José juca, consegue-se sentir tudo o que queres transmitir relativamente à meritrocacia…
parabéns a todos! É um enorme orgulho estar aqui com vocês!
Wanda Rop e Alessandra nos trouxe temas espirituais. Simone e Lina, lembranças da família. Antônio Machado falou de um tema que quase escrevi, e penso que é de cada um essa barbárie. Não dá para responsabilizar a todos pelo comportamento animal de uma pessoa. Isso é questão de evolução. Na minha religião sei que todos já agimos dessa forma animal e só não fazemos mais porque evoluímos. Esse policial, ou policiais, ainda terão longo caminho para evoluir. Odilon foi direto na ferida e deixou "cicatrizes". Arléte fala da evolução, da tecnologia. Até onde chegaremos? O que hoje achamos o "máximo", amanhã poderemos rir ao compararmos. Stella faz-no pensar em quem somos. José Juca contesta esse mundo da Meritocracia. Premiar as pessoas é benéfico para…