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Foto do escritorLuiz Primati

DIÁRIO DA PANDEMIA — 17/03/2023


Imagem gerada com IA
 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
 

ISOLAMENTO DIGITAL


A pandemia que abalou nossas vidas em 2020 e se estendeu até o final de 2022, foi uma experiência difícil para todos nós. De repente, tivemos que nos adaptar a um mundo cada vez mais digital e virtual, com aulas online, reuniões por videoconferência e compras pela internet. Para muitos, essa mudança foi relativamente fácil, mas para outros, a transição foi mais difícil.


Conheci uma senhora, que chamarei de dona Maria, que nunca se interessou muito por tecnologia. Ela preferia a companhia dos amigos em um café ou uma conversa com as vizinhas na calçada. Quando a pandemia começou, ela se sentiu perdida. Seus amigos estavam isolados e ela não conseguia falar com eles pessoalmente. As conversas por telefone não eram suficientes para matar a saudade. Ela tentou usar o computador e o celular, mas achou tudo muito complicado e desistiu.


Com o passar dos meses, a saúde de dona Maria começou a piorar. Ela se sentia sozinha e triste, sem a companhia dos amigos. Sua rotina tinha mudado completamente, e ela não conseguia se adaptar. A falta de contato humano estava afetando sua saúde mental e física. Ela se sentia mais cansada, sem apetite e sem vontade de sair de casa.


Felizmente, em 2023 a pandemia chegou ao fim. Mas, mesmo assim, dona Maria continuou a sentir as consequências da falta de conexão humana. Seus amigos ainda estavam um pouco receosos de se encontrarem pessoalmente, e ela ainda não conseguia lidar muito bem com a tecnologia. Ela se sentia um pouco isolada e desamparada.


Infelizmente, dona Maria não foi a única pessoa que sofreu com a pandemia. Muitas pessoas idosas ou com dificuldades em lidar com tecnologia passaram por situações semelhantes. Elas se sentiram isoladas e desamparadas, sem saber como se conectar com o mundo.


A pandemia nos mostrou que, mais do que nunca, precisamos estar atentos às necessidades das pessoas mais vulneráveis. Precisamos encontrar maneiras de incluí-las na nova realidade digital, para que não se sintam deixadas para trás. É importante lembrar que, por trás de cada tela, há uma pessoa que precisa de conexão humana. E isso é algo que nenhum aplicativo ou dispositivo pode substituir.


 

AUTORA ECLAIR DITTRICH


ECLAIR DITTRICH. Sou o resultado do minúsculo grão de areia, da poeira do universo poético, que por tempos foi incomodado, irritado a sair do ostracismo. Feito a uma Azaléia branca que, depois de um longo inverno hibernando, com seu olor e beleza colore a primavera; cá estou eu, cambaleando a maneira dos pequenos, em seus primeiros passos. Poderás achar-me entre estrelas, n'algumas antologias nascidas nesta era pandêmica. Para quem ainda não me conhece: - Prazer! Quando nasci, registraram-me ECLAIR, mas, se quiser, AYAdittrich podes me chamar. Te asseguro, sorrindo, meu coração agradecerá.
 

PANDEMIA


De uma ponta a outra

A pobre e rica terra

De ponta cabeça

Viu-se, de repente...


As portas e janelas

Trancafiou -se, em si.

Sem sentir, perdeu

Sua autonomia, perdeu!


Nada mais tocar podia

Sem perceber, no abraço

Só o vazio, frio, se fazia

Pela ausência presente.


Foi um longo e espaçado

Tempo onde o vento

Filtrado às narinas chegava

Úmido, abafado, sem olhar ao lado!


Ainda a pouco, o inimigo oculto

Alardeava, roubava, a sensação

De segurança e liberdade

Que por toda terra morava...


Um assalto a céu aberto!


 

AUTOR BERNIVALDO CARNEIRO


Francisco Bernivaldo Carneiro nasceu em Jaguaretama-Ceará em 10 de fevereiro de 1950, é Técnico de Edificações, Geólogo com Especialização em Engenharia de Saúde Pública e Ambiental e estudou Administração Pública. Em 2017, depois de 37 anos como funcionário público federal, aposentou-se e desde então se dedica à escrita. Estreou como ficcionista em 1998 e hoje tem nove livros editados como autor solo, sendo três no gênero técnico-científico, cinco de ficção (três romances e dois de crônicas) e um registro histórico e outros quatro praticamente no prelo: dois de contos e dois e crônicas. Além do quê, possui dezenas de prefácios, orelhas e coautoria em Antologias (inter)nacionais, coletâneas e mais de uma centena de artigos publicados em diversos veículos de comunicação, sendo a maioria em informativos, jornais, revistas, coletâneas e Antologias das duas Academias de Letras e de outras duas Instituições Literárias a que pertence como membro efetivo. Venceu alguns certames literários, com destaque para um promovido pela Internet sobre obras de sátira em 2008, concorrendo com autores de renome (inter)nacional, dentre outros, Gregório de Matos, Leonardo da Vince, Chico Anysio, G. H. Chesterton, Gil Vicente, Decio Junio, Revista MAD.
 

ORELHAS

Ciente de que eu era o organizador desta Coletânea, a tríplice parceria entre a antena, o roteador e a Web abriu caminho ao Wi-fi, que, sentindo-se muito à vontade, descarregou em meu e-mail o conteúdo da mesma. E assim já íntimo da matéria, não me foi custoso compor esta aurícula literária.


No todo são 47 participantes, alguns com estendido trânsito pela escrita, outros com menos bagagem e até debutantes. Dois promissores literatos recém-saídos da pré-adolescência, aqui dizem tchau ao ineditismo editorial.


Apesar de o tema destas 148 páginas ser a pandemia do Corona-Vírus, engana-se quem porventura achar que o assunto é restrito e limitado. Não é mesmo, a roupagem desta compilação é de temática diversificada e interessante. Um hibridismo em prosa e verso que vai do pessimismo ao otimismo, passando, obviamente, pelo realismo – senão vejamos:


Enquanto certos textos cuidam do histórico e do modo como o “mal” está sendo enfrentado (sublinhe-se: o viés político foi evitado ao máximo), outros enveredam pelos conselhos e lições de como evitar o contágio. Enquanto alguns autores ressaltam o crescimento da fé e do humanismo pessoal e grupal, a melhoria do ar do planeta e da vida marinha; há os que se queixam do distanciamento de familiares e amigos. Sem esquecer aqueles que expõem saudosismo e nostalgia e quem discorre sobre o que fizeram nestes dias: cursos, produções artísticas, leituras, Lives... Já outros, preferindo as notícias verdadeiras ao pânico, confessam desprezo ao controle remoto e apego às redes sociais. E por falar em reuniões remotas, alguém, mantendo-se fiel ao próprio estilo, vai da ironia à irreverência, da galhofa ao bom humor. Só não me pergunte quem é o gaiato porque sou suspeito para delatá-lo. O que não me impede de lhe direcionar, ó bisbilhoteiro leitor, para a página 23.


E já que estamos todos de orelha escancaradamente em pé, vamos à leitura de Refúgio nas letras sem nos darmos aos circunlóquios, perífrase se rodeios.


 

AUTORA MÁRCIA NEVES


Márcia Maria Santos Neves (1982), professora, graduada em Letras pela Universidade Católica de Santos e pós-graduada em Alfabetização e Letramento pela Universidade Santa Cecília; multiplicadora do EducaMídia; brasileira, baiana de origem, vicentina e santista de coração, mamãe do Yohan, amante das letras e da poesia e apaixonada pela educação. Autora do livro de poesia Grades de liberdade e do livro infantil Poesia – o mundo encantado das crianças. Coautora no manifesto “Korja Sacrílega”. Participou da 1ª Copa Poesia Portugal e da IV Copa Poesia Brasil em 2022 pela Cronópolis. Com mais de cem textos publicados no site Recanto das Letras. Desde 2002 reside no litoral sul do estado de São Paulo. Acredita na força reflexiva de suas poesias e busca tocar o coração de seus leitores a cada escrito que publica. Co-autora em mais de 10 antologias.
 

ISOLAMENTO

(NEVES, Márcia. Grades de liberdade. São Paulo, SP: Ed do autor, 2022. P. 44)

Tenho aprendido

Tanto a pensar

Que penso em nada

O tempo todo

Tenho visto

Alguns chegam

Permanecem

Outros nem voltam

Tenho sido

Companhia perfeita

Pros eus

Que despertam em mim

Outros modos

De esperançar

Que a vida siga

Que eu me encontre

Que todos fiquem

Onde gostam de estar

De tanto pensar

No despertar dos tempos

Respostas buscar

Sabe-se somente

Que a vida sempre foi

De alguma forma

De si, o único e verdadeiro isolamento


 

AUTOR SIDNEI CAPELLA


Sidnei Capella, natural e residente em São Caetano do Sul — São Paulo, Graduado em Administração. Escrevendo e publicando poesias e contos nos cadernos semanais da Editora Valleti Books. Participou da II copa de poesias da revista Cronópolis, em janeiro de 2022. Escreve textos poéticos, contos e mensagens, grande parte dos seus textos são publicados na página do Instagram que administra. Utiliza a frase criada por ele: “Inspiração me leva a escrever sobre tudo, a inspiração vem de Deus, escrevo para o meu próximo, de modo a despertar sentimentos e mexer com suas emoções.”
 

ARTE CONSOLO DO CONFINAMENTO


Nos dias que trancafiados

em um mundo, dentro

de um período pandêmico

aonde… os adoradores da arte

tinha como companhia:

A caneta, o papel e o tinteiro.

Nasceram poemas, sonetos, músicas e

pinturas…

Lagrimas derramadas por sofrimento,

foram vertidas pela dedicação da arte

e na ponta da alegria se fazia o nascimento.

E muitas dessas obras estacionaram,

em olhares sofridos, nas pessoas que de

tristeza choravam…

Procurando um consolo e um abrigo.


A cada leitura de uma obra.

Uma angústia era curada!

A cada apreciação de uma pintura.

Uma ferida era cicatrizada!

A cada música ouvida.

Pessoas das tristezas,

eram libertadas!


No período de isolamento,

despertaram poetas, pintores e músicos.

Libertaram de dentro do íntimo,

o dom da arte, que para eles era um

alivio do sofrimento.

Para o mundo foi alivio, no confinamento.


E no período de Covid19

em meio de tantas tristezas e incertezas

o show da arte foi fenomenal.

E para vida das pessoas,

foi algo fundamental.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
 

CORTINAS FECHADAS


De repente tudo muda até a simplicidade dos abraços em amigos a um beijo descontraído, no rosto de uma criança.


O mundo adoeceu, tudo ficou triste, e da liberdade veio a obediente sensação de medo, tudo era receio: de morrer entre a falta de ar e a alma querendo viver.


As cortinas fechadas e a vida guardada no dia a dia, que às vezes não passava, as horas pareciam estarem presas em relógios.


Vivendo e aprendendo, perdendo amigos, parentes, parecia que a realidade de uma pandemia nunca teria fim.


As cortinas fechadas, não permitiam que o sol nos convidasse para dançar e nem as estrelas, com as suas magias, nos levassem para sonhar em um bar, em uma praia, em um passeio noturno com pessoas ao lado, com casais de namorados, com crianças e seus brinquedos.


O mundo parou, e o meu desejo era fugir de todo aquele medo, mas para onde? Tudo estava indefinido, proibido e eu queria usar meus vestidos, meus batons, queria me cuidar em um salão de beleza, ir a um restaurante, sorrir com a vida em plenitude.


As notícias eram várias, cada palavra doía, apavorava, sem a minha paz.


Eu chamava por meu Deus. Rezava e levantava às mãos para o céu agradecida por não estar com a COVID 19, um inimigo sem rosto, sem destino e faminto por vidas.


Uma tragédia, inúmeras mortes, do artista ao ser humano desempregado, da mulher com família para cuidar, ao empresário.


Sentimentos profundos, uma paisagem de desolação, nunca as cidades foram tão silenciosas, tudo estava vazio, na arte de esvaziar.


Aprendi muito, nesse tempo, a valorizar minha existência, pois eu sabia que tudo ia passar e as cortinas seriam abertas para sentirmos o cheiro dos jardins.


Finalmente, após meses, as rosas estavam lá, me esperando para novamente doarem inspirações.


Muitos se foram, e o amor por quem se foi e por quem permaneceu, foi o vencedor.


 

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1 Comment


Stella Gaspar
Stella Gaspar
Mar 17, 2023

Pandemia... eis nossos textos, nossas angústias relatadas. Mas o pior passou e em águas mais calmas, ficam as lembranças e o agradecimento pela vida que fica, que segue. Um grande abraço amigos escritores! 🤗

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