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Foto do escritorLuiz Primati

ESTÓRIAS DO VALLETINHO Nº 14 — 24/12/2022


A Valleti Kids tem a honra de apresentar a edição especial de NATAL do caderno ESTÓRIAS DO VALLETINHO.


Os colunistas Alessandra Valle e Luiz Primati, apresentam contos para crianças, jovens e famílias.


Nos contos, vocês vão conhecer RUDOLPH, a rena do nariz vermelho e descobrir como ela salvou o Natal.


E ainda, vão ter a oportunidade de rever a dupla de sucesso literário, BEL e seu gato GRATO, em uma aventura natalina.


Vamos nos encantar com as ESTÓRIAS DO VALLETINHO desta edição.


Mães, pais, responsáveis e educadores encontrarão boas estórias para divertir, educar e entreter a criançada.


Aos sábados, quinzenalmente, uma novidade da Valleti Kids.


Alessandra Valle e Luiz Primati


 

AUTORA ALESSANDRA VALLE


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 — A MENINA BEL E O GATO GRATO — o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

Bel acordou cedinho, antes mesmo dos pais, afinal era manhã de Natal e os presentes foram deixados na árvore durante a madrugada, enquanto dormia.


Como a animação era grande, esqueceu de olhar para a porta da varanda, que deve estar sempre entreaberta para que seu gato, chamado Grato, possa entrar quando bem entender.

Neste ano, o pinheiro de Natal foi decorado com bolas e enfeites vermelhos, muitos deles foram confeccionados e pintados por Bel.


A menina de cabelos da cor dos enfeites de Natal era só alegria, ao passar pelo corredor e adentrar à sala, viu a árvore ainda iluminada e com quatro presentes arrumados à sua frente.

Distraída, Bel não admirou o presépio que os pais montam todos os anos na véspera do Natal e aguardam a manhã do dia 25 de dezembro, para deitar gentilmente, o menino Jesus na manjedoura.


Logo, acomodou-se sentada no chão e procurou as iniciais dos nomes em cada caixa e para sua surpresa o primeiro presente que pegou continha seu nome e um bilhetinho.


— É a primeira vez que papai Noel deixou uma cartinha para mim, deve ser por aprender a ler durante esse ano – refletiu, deixando o presente de lado e logo abrindo o envelope da carta.


Mas antes de começar a leitura sentiu falta de Grato, pois o bichano sempre aparece quando vê movimentação de pessoas na casa.


Levantou-se e deixou a carta sobre o sofá, caminhou até a porta da varanda e confirmou estar aberta para facilitar a entrada e saída de seu amigo felino.


Chegou até a varanda e chamou por Grato, mas o gato não apareceu.


Bel ficou apreensiva e voltou à casa, indo acordar seus pais para pedir ajuda e saírem à procura de Grato.


— Bel, por que está preocupada com Grato? Ele já deixou de aparecer antes e quando menos esperávamos ele retornou ao lar e ainda trouxe uma gatinha em sua companhia – considerou o pai tentando acalmar a filha.


— Mas pai, hoje é Natal e eu quero entregar o presente que papai Noel deixou para ele – justificou a menina.


A mãe de Bel não pensou duas vezes, se levantou da cama e foi logo se arrumar para em seguida saírem em busca do paradeiro do gatinho.


O pai, vendo a agitação da filha e da esposa, também se levantou, e, rapidamente, os três estavam prontos.


Antes de saírem de casa, Bel lembrou de buscar uma foto de Grato para poder mostrar às pessoas com as quais encontrasse pelo condomínio.


Quando todos estavam no elevador, a mãe se deu conta de que a tradição familiar de colocar o menino Jesus na manjedoura não havia sido cumprida e fez um pedido:


— Precisamos voltar à casa, pois o menino Jesus já nasceu e seu lugar é junto de seus pais, Maria e José.


Assim que o elevador chegou ao andar térreo, Bel apertou novamente o número do andar de sua casa e os três voltaram ao apartamento.


Tão logo a porta foi aberta, o pai buscou a estátua do bebê que representa o menino Jesus e o entregou a Bel para que o levasse até a manjedoura.


Para a surpresa de todos, deitado na manjedoura, havia um hóspede peludo e de bigodes que dormia e não queria ser incomodado.


— Só podia ser o gato Grato, folgado – falou a menina Bel, enquanto a família sorria alegremente.


Vocês pensam que a história acabou?


Claro que não, por favor ajudem a escritora Alessandra Valle e a editora Valleti Kids a completarem essa história votando na enquete publicada nos perfis:

@alessandravalle_escritora e

@valletibooks


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
 

A maioria das pessoas já ouviu falar de Rudolph, que no nosso português é Rodolfo, entretanto ainda prefiro manter o nome original. Acredito que muitos também saibam sobre o seu nariz vermelho. O que poucos sabem é como Rudolph se juntou às renas de Papai Noel.


O ano era 1939, dia 25 de dezembro. Papai Noel estava atrasado nessa noite, devido a um nevoeiro terrível que cobria a pequena cidade de Ribe, na Dinamarca. Ali era o território Viking, e funcionava como principal posto comercial do Mar do Norte. O centro medieval, a Vila Viking, as casas medievais e a catedral sempre encantaram os elfos. Noel também gostava dali, por isso era a última cidade que distribuía os presentes de Natal. Depois da missão cumprida, eles andavam pela cidade adormecida admirando a beleza oculta em sua bela arquitetura.


Esse Natal era importante para Papai Noel. Hitler iniciara a guerra contra a Polônia e a União Soviética também entrara nela. As notícias corriam na pequena cidade de Ribe e logo os alemães tomariam a Dinamarca também. As pessoas se agarravam a qualquer esperança lançada no ar. O Natal era a comunhão de fé do povo e a crença no Cristo e em sua salvação. As crianças, alheias à guerra, porque os pais as poupavam das desgraças, aguardavam ansiosamente pela noite mágica, Noel, suas renas voadoras, não esquecendo dos presentes.


⛄⛄⛄


Perto dali morava Jens e Anelise, duas crianças entre 4 e 5 anos. Seus pais, Soren e Karen eram agricultores. Nesse Natal não tinham dinheiro para comprar presente para os filhos, mas tinham o que comer. Na ceia de Natal, Karen preparou uma carne de porco com ameixas secas, batatas, beterraba e uma geleia de pera. Para a sobremesa, o risamalande, sendo um pudim de arroz com creme de leite batido. Karen agradeceu o alimento que, graças aos esforços dela e do marido, podiam proporcionar a ceia de Natal para os filhos. Quanto aos presentes, isso entristecia Soren. Queria manter a tradição do Pakkekalender, sendo 24 pequenos presentes que as crianças ganhavam a cada dia do mês de dezembro até o Natal. Fez o que pode, junto a Karen, para que seus filhos continuassem acreditando no Natal. Um dia Karen fazia um biscoito, no outro ganhavam uma ameixa, um bolinho. Soren se esforçava para achar algo pela fazenda, dando pequenos mimos aos filhos conforme encontrava aqui e acolá.


Esse ano, sem os presentes, tentavam fazer os filhos acreditarem que Papai Noel talvez não aparecesse. Contaram que ele estava muito ocupado e deveriam dormir sem aguardar pelos presentes. As crianças eram muito pequenas para entenderem.


— Papai, eu quero ficar acordada — disse Anelise.


— Eu também quero. Sei que o Papai Noel vai aparecer — completou Jens.


— Meus filhos, já está tarde. Eu sinto muito pelo Noel…


— Ele vai aparecer! — falou Jens convicto.


Soren ameaçou contar a verdade. Karen o impediu.


— Claro que ele vem, meus queridos. Venham aqui e deem um abraço na mamãe. — As crianças correram para Karen e quase a derrubaram. Ela beijou os dois na testa. — Agora vocês fiquem debaixo do cobertor e esperem pelo Papai Noel. Eu e seu pai, vamos dormir.


Os dois correram alegres para as cobertas. A lareira na sala os manteria aquecidos.


— Mas Karen… — Soren tentou argumentar.


— Chiu! Não acabe com os sonhos deles. Deixe‑os que logo pegarão no sono. Amanhã inventamos uma desculpa.


O casal se recolheu para o quarto. Soren precisava arrumar uma maneira de contornar a situação pela manhã quando as crianças acordassem e não vissem os presentes.


⛄⛄⛄


O nevoeiro se intensificou e Papai Noel pensou que nesse ano falharia em sua missão. Suas renas estavam exaustas e famintas. A falta de visão, causada pelo nevoeiro, guiou o trenó de Papai Noel em direção a um pinheiro. Corredora, a rena que guiava a todos nessa noite não percebeu que se aproximavam do obstáculo. Quase em cima da colisão conseguiu desviar, porém, algumas renas resvalaram nos galhos cortantes do pinheiro. O trenó chacoalhou um pouco, alguns presentes caíram. Foi aí que Papai Noel resolveu parar e repensar a estratégia.

Os elfos saíram atrás dos presentes perdidos. Papai Noel estacionou seu trenó atrás de uma casa com um grande espaço livre. Ali poderia examinar suas renas para diagnosticar os estragos. Corredora estava chateada.


— Noel, me desculpe. Não vi o pinheiro — Corredora estava se sentindo culpada.


— Calma Corredora. Não foi sua culpa. Você está bem? Se machucou?


— Estou bem Noel. No entanto, acredito que a Dançarina e a Raposa podem estar feridas.


— Vou examiná‑las.


— Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago, vocês estão bem? Alguma de vocês necessita de cuidados? — perguntou Noel para facilitar a busca por ferimentos.


Dançarina e Cometa pediram para que Noel olhasse alguns arranhões. Dois elfos ajudavam Noel e não era nada de mais. Logo os elfos passaram uma pomada mágica que fechou os cortes.


— Mais alguma de vocês estão feridas? — perguntou Noel para as renas.


Nenhuma delas respondeu. Noel entendeu que todas estavam prontas para seguir. Todavia, como fazer isso com tamanho nevoeiro? E ainda estavam aguardando os elfos que foram atrás dos presentes perdidos.


O tempo passava e o relógio marcava meia‑noite e meia. “Trinta minutos atrasados” — pensou Noel.


— O que será de minha reputação?


— Papai Noel, Papai Noel — gritou um dos elfos. — Olhe ali, eles estão voltando.


Os elfos traziam os presentes perdidos. Noel deu graças ao bom Deus por isso.


— Até que enfim vocês apareceram, já estava preocupado — resmungou Noel.


— O nevoeiro está muito denso; quase que não avistamos os pacotes. — Disse um elfo.


— Sinto informar, Noel, mas as renas não conseguirão nos guiar nesse nevoeiro. — Disse o outro elfo.


— Precisamos entregar os presentes restantes. Só falta uma rua e vocês precisam achar uma solução.


Um elfo cutucou o outro e cochichou. Noel notou o cochicho.


— O que vocês estão confabulando secretamente? Poderia nos dizer? — Disse Noel quase que irritado.


— Penso que temos a solução para o problema… — falou um dos elfos mantendo um ar de mistério.


— Então falem logo! — Noel perdera a paciência de vez.


— É que o senhor pode não gostar do nosso plano… — disse o outro elfo.


— Falem logo. Estamos nos atrasando cada vez mais — disse Noel.


— O senhor precisa ver com os próprios olhos. Venha conosco.


Papai Noel pediu para os outros elfos tomarem conta das renas e as manterem aquecidas. Saiu atrás dos elfos para ver o que era.


Após andarem por algumas dezenas de metros, finalmente os elfos chegaram.


— Noel, quando viemos buscar os presentes perdidos, achamos isso — apontaram para o canto de uma casa. Ali, no escuro, algo tremia.


— Não estou vendo nada.


— Venha aqui mais perto.


Ao se aproximarem, Noel pode ver uma rena. Amuada, encolhida, tremendo de frio.

— Outra rena? E, além disso, está doente… era só o que me faltava.


Papai Noel virou as costas e começou a retornar.


— Noel, Noel. Espere! É uma rena especial. — Gritou um dos elfos.


Papai Noel continuou caminhando sem olhar para trás.


— Por favor, Noel, veja.


Um dos elfos acariciou a cabeça da rena e um clarão vermelho se fez. Noel percebeu atrás de si a luz e se virou. Logo a luz se apagou. Novamente o elfo acariciou a cabeça da rena e a luz voltou a brilhar. Noel retornou para ver o que era.


— Meu Deus! Uma rena com uma lâmpada no nariz! — gritou Noel.


— Antes fosse uma lâmpada — disse a rena tristonha.


— Como é o seu nome, pequena rena?


— Me chamo Rudolph, mas meus amigos me chamam Rodolfo.


— Rodolfo! Bonito nome. E vocês elfos, retornem comigo.


— Noel, espere! Suponho que não entendeu… — falou um elfo.


— Rodolfo pode nos ajudar iluminando o caminho. Ele poderia ir à frente guiando as renas — falou o outro elfo.


— Veja você mesmo! — Os dois elfos começaram a acariciar Rodolfo na cabeça e seu nariz acendeu um vermelho forte. Dava para ver a metros de distância.


— Genial, elfos. Agora entendi. Precisamos saber se Rodolfo quer juntar‑se a nós. Você quer?


— Claro que quero.


— É um trabalho duro. São oito renas que terá que guiar. Será que você conseguiria?


— Eu consigo! Estou me sentindo tão sozinho. Preciso de uma família para me animar.


— Então temos que correr.


Todos retornaram para onde as renas estavam. Papai Noel apresentou a nova rena, aceita prontamente. Ela teria a missão de iluminar o caminho, guiando as outras renas. Os elfos colocaram Rodolfo na frente e logo partiram para as últimas entregas.


Rodolfo se saiu muito bem. Guiou todos pelo nevoeiro e os presentes foram entregues.


Como Noel gostava de fazer, desceu com as renas num canto da cidade. Ali as renas agradeceram a Rodolfo pelo excelente trabalho. Noel deu de comer para elas, as deixando num celeiro que, sabia ser seguro nessa época. Poderiam descansar enquanto Noel e os elfos passeavam pela cidade adormecida conforme fazia todos os anos.


Era por volta das 4 da manhã quando Jens despertou com uma claridade vinda da janela. Chegou mais perto para ver e logo chamou Anelise. Com a ajuda de um banquinho, puderam ver uma luz vermelha que vinha do celeiro. Convenceu a irmã que deveriam ir lá ver o que era.


— Está escuro, Jens. Vamos voltar a dormir.


— Bobagem. Tem uma luz vermelha lá vamos ver o que é.


Anelise seguiu o irmão a contragosto. Chegando no celeiro, abriram a porta de acesso. Rapidamente os elfos e as renas se tornaram invisíveis. Era uma habilidade que tinham para que os humanos não as vissem. Rodolfo ainda não sabia como fazer isso e ficou exposto.


— Olhe Anelise, é uma rena.


Rodolfo não sabia o que fazer. Jens chegou perto de Rodolfo e tocou seu nariz. A luz vermelha se acendeu. Jens e Anelise recuaram por um instante e depois se aproximaram novamente.


— Dá choque? — perguntou Anelise.


— Claro que não.


As crianças acariciaram a rena que ficou feliz e acendeu seu nariz iluminando a tudo.


— Vamos voltar. Se o papai nos vê aqui vai ficar bravo — disse Anelise.


— Está bem.


As crianças abraçaram a rena carinhosamente e retornaram para dentro de casa.


Ao chegarem na sala, viram os presentes deixados pelo Noel e começaram a gritar em direção ao quarto dos pais. Soren as ouviu gritando e pensou na desculpa que ia dizer aos filhos. Diria que Papai Noel ficou doente, ou que a cartinha tinha se perdido no correio, ou outra desculpa qualquer.


— Papai, mamãe. Venham ver — gritavam as crianças.


Os pais, sonolentos, foram até a sala e ficaram surpresos com o que viram. As crianças estavam com os presentes que pediram na cartinha.


— Foi você? — perguntou Soren para Karen.


— Eu ia te fazer a mesma pergunta.


— Papai Noel veio nos visitar, eu e a Anelise estávamos dormindo. Nós vimos as renas do Papai Noel — disse Jens.


— As renas não — corrigiu Anelise. — A rena.


— É papai, ela tem um nariz vermelho que fica acendendo e apagando.


Os pais se olharam e pensaram, quanta imaginação…


Mas aí todos na casa ouviram sinos de Natal, daqueles que soam quando o trenó do Papai Noel passa. Uma luz forte veio da janela e todos correram para olhar. Lá no céu avistaram Rodolfo com seu farol vermelho ligado, guiando as renas e o trenó, de volta para o polo norte. Papai Noel gritou um Feliz Natal e sumiu no nevoeiro.


Todos se abraçaram felizes. Soren e Karen, que tinham perdido o encanto pelo Natal, começaram a repensar. Talvez o mundo ainda não estivesse no fim. A guerra seria passageira. Puderam imaginar um futuro melhor para os filhos.


Todos foram convidados por Karen a irem para a cozinha onde ela prepararia rabanadas para o café da manhã.


— Papai, mamãe, depois nós podemos dançar em volta da árvore? Ontem a noite esquecemos — disse Anelise feliz, olhando para seu presente.


— Claro que vamos dançar, minha querida.


Foi um Natal diferente para a família simples da pequena cidade de Ribe. Ali nasceu a lenda da rena Rudolph e seu nariz vermelho. Na cidade de Ribe, até hoje guardam todas as tradições natalinas e sentem orgulho de dizerem que Rudolph foi a rena que nasceu ali.

FIM



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