

AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.
FIM DO ROMANTISMO?
Imagine por um instante os “anos dourados” que tantos suspiram ao lembrar: o homem, de chapéu alinhado e olhar tímido, dedicando meses a cartas perfumadas e olhares furtivos, tudo para ganhar o privilégio de um sorriso. A mulher, com seu vestido esvoaçante, esperando o momento certo para ceder a mão num gesto que carregava mais peso que mil palavras. Era uma dança lenta, quase sagrada, onde cada passo era calculado, cada suspiro tinha significado. Mas, como um vinil riscado, essa melodia parece ter sido trocada por um ritmo frenético, onde as notas se perdem na pressa.
Hoje, o romantismo parece um filme em preto e branco que ninguém mais sabe operar o projetor. As etapas foram queimadas, como se o mundo, ansioso por resultados instantâneos, tivesse jogado o roteiro fora. As pessoas agora se “encontram” e se “desencontram” num piscar de olhos, numa troca casual que dispensa regras ou promessas. Não há mais espera, não há mais conquista — só o agora, o imediato, o descartável. E enquanto alguns se jogam nessa roda-viva de prazeres fugazes, outros, exaustos da superficialidade, sonham com algo diferente: um amor digital, imune à dor, programado para o “felizes para sempre”. Uma IA que não trai, não desiste, não exige — seria esse o refúgio perfeito ou apenas a prova de que desistimos de sentir?
Chamo isso de Amores Modernos, uma expressão que carrega tanto fascínio quanto vazio. Vivemos na era do “tudo agora”: sexo sem laços, conexões que evaporam como stories de 24 horas, fidelidade tratada como relíquia de museu. As relações líquidas, fluidas e sem forma, escorrem entre os dedos antes mesmo de podermos segurá-las. Mas pare um instante e pense: quem escreveu esse roteiro? Foi uma conspiração silenciosa, uma ideia plantada por algum gênio do caos? Ou será que nós, famintos por liberdade e dopados por velocidade, escolhemos esse caminho sem nem perceber?
Talvez nunca saibamos a origem, mas o fato é que o mundo mudou — e nós com ele. Ainda assim, no meio desse turbilhão, eu me pego confessando: “...eu sou aquele amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores...”. E você? Deixou-se levar pela correnteza ou ainda guarda um pedaço daquele romantismo que teima em não morrer? Talvez o romantismo não tenha acabado — talvez esteja apenas esperando alguém disposto a desacelerar, a dançar no ritmo de uma música que o mundo esqueceu. Qual será o seu próximo passo?

AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
SOL E DIA
Sol e dia, lindos momentos em um só acontecimento, também, em alegrias e cores. Ah, se eles não existissem, o sol enaltecendo as cores das flores, aquecendo os instantes, acompanhando nossos sorrisos, lá está ele sem pedir autorização. E o dia, como nossas amizades iriam renascer após o anoitecer? O dia é como um jardim em festa, como é lindo o despertar, recebendo a cortesia de um novo dia.
Busque aconchegos, nas mãos de quem você tem segurança, nas mãos que afugentam seus medos, e guarde na memória a ternura que em você transpira.
Sol e dia, em agradecimentos com sensível e profunda vontade em continuar na aprendizagem da arte de amar. Mesmo com as brutalidades deste mundo humano, vamos reivindicar a liberdade de dizer o que de bonito sabemos falar, de consciência limpa.
O amanhecer é uma das mais deliciosas e favorita gratidão, é uma forma especial de sentir fascinações, faça sol, calor ou frio.

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
JUSTIÇA
Era só mais uma noite
como outra qualquer!
Era só mais um
fim de expediente!
Era só uma menina
cheia de sonhos!
Era só uma menina voltando
do trabalho para casa!
Perseguida!
Sequestrada!
Torturada!
Vilipendiada!
Dopada!
Abusada!
Subjugada!
Assassinada!
Era só uma menina alegre!
Era só uma menina
cheia de sonhos!
Era só uma menina lutando
para sobreviver e para
ajudar os seus pais.
Era só uma menina
de dezessete anos,
que infelizmente despareceu
durante sete dias,
quando seu corpo
foi encontrado
em uma mata fechada,
enfim, com um trágico
desfecho, a angústia
da família terminou
deixando para trás
uma ferida aberta
no coração de seus
pais e de uma família
que agora está dilacerada
e com uma dor imensurável.
Dessa forma, atualmente,
pais estão diariamente
enterrando os seus filhos
e filhas, e isso é algo
que nunca deveria
acontecer, já que essa
não é a ordem natural
dá vida, por que aquilo
que naturalmente acontece
são os filhos enterrarem
os seus pais.
Enfim, as investigações
não descartam nenhuma possibilidade, e tiveram
o disparate de investigar
o pai de jovem que foi pego de surpresa com essa notícia absurda, e na briga pela
audiência na telinha
da TV. após perder sua
filha e sofrer com o luto
esse pai ainda se deparou
com a insensibilidade
de uma entrevista mal
feita que só queria
alcançar números altos
na guerra da audiência.
Seria um crime de um Stalkear!
Um crime de ódio!
Um crime de inveja!
As investigações seguem
se aprofundando, mas
quantas filhas ainda
vamos perder?
Quantas Helenas?
Quantas Marias?
Quantas Joanas?
Quantas Vitorias?
E quantas derrotas vamos
perder para essa violência
desmedida que impera dentro
da nossa sociedade
que está sentindo na pele
a dor da impunidade
diante de todos esses
atos de crueldade
que estão ferindo
a dignidade do ser humano
que está cometendo
cada vez mais atos desumanos.

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
ESTRANHOS AMIGOS
Outro dia estava em uma loja com minha neta, apenas olhando – na verdade eu olhava enquanto minha neta escolhia qualquer coisa que pudesse comprar – e uma senhora nos observando comentou que sua netinha era igualzinha, qualquer loja que entrasse tinha que sair de lá com alguma coisa.
Isso fez com que nos puséssemos a conversar sobre família. Ela começou a falar de sua neta, passou pelos filhos, o tempo de casada e eu ia falando da minha.
De repente estávamos em uma prosa, como se nos conhecêssemos a tempos, isso enquanto minha neta se deliciava em ver tudo o que continha nas prateleiras.
E cada corredor que minha neta entrava eu ia atrás e a senhora vinha comigo, já que pelo visto a conversa estava boa.
Ao sair da loja, percebi que soube muito de sua família, mas nada dela, nem ao menos seu nome.
Como a loja fica em uma cidade que não é a minha, também não soube de onde ela era.
Então fiquei analisando, quantos estranhos amigos passam por nós. Quantas pessoas cumprimentamos na rua, seguramos uma porta para que passem, pedimos ou damos informações... pessoas que nos agradecem com um sorriso e nos dão adeus com uma simpatia ímpar, mas que não se tornarão nossas amigas.
O mundo fica muito mais agradável com uma boa conversa, afinal um gesto amigo não faz mal a ninguém.
Na verdade, acho estranho pessoas monossilábicas, daquelas que você tenta puxar um assunto e apenas respondem um sim ou não. Pessoas que não se esforçam na simpatia, porque afinal não se tornarão nossas amigas.
Mas afinal, que mal faz termos um amigo por cinco minutos?
Viva a amizade passageira, já que uma breve amizade é melhor que nenhuma.

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a Kenia Maria Pauli. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
PROCRASTINAR EM RESPEITO AO PASSADO
Outro dia, sentei-me diante da tela em branco, pronto para começar um projeto importante. O prazo estava ali, piscando em vermelho na minha mente. Mas, em vez de escrever, senti uma estranha necessidade de arrumar gavetas, verificar e-mails sem importância e até assistir a um vídeo sobre como dobrar lençóis de elástico — algo que eu, sinceramente, jamais pretendia fazer.
Por que, afinal, eu adiava aquilo que mais precisava ser feito? Era só preguiça? Falta de disciplina? Talvez. Mas e se houvesse algo mais?
Foi assim que me lembrei de uma história que minha avó contava. Falava sobre um antepassado, que perdera tudo em uma crise econômica. Um homem que trabalhava de sol a sol e, ainda assim, mal conseguia colocar comida na mesa. “Ele dizia que gente honesta sua, mas não enriquece”, repetia minha avó, como quem crava um destino na terra.
E ali estava eu, décadas depois, empurrando para amanhã o que eu poderia fazer hoje. E me perguntei: será que estou, sem perceber, sendo fiel a essa história? Será que, em algum canto da minha alma, eu temia que avançar significasse desonrar aqueles que não puderam ir tão longe?
Então, diante da tela em branco, eu me perguntei: E se eu pudesse avançar não apesar deles, mas em honra a eles?
E me veio uma imagem: aquele ancestral, com suas mãos calejadas, me olhando nos olhos e dizendo:
“Vá em frente. Eu fiz o que pude com as condições que tive. Agora, você pode mais.”
Naquele instante, refleti e compreendi mais uma vez que honrar a dor dos que vieram antes não significa carregá-la como uma corrente nos pés. Significa dar novos passos, em reverência ao caminho que eles abriram, mesmo que com sangue e suor.
Levantei-me, fiz um café e voltei à tela. Escrevi sem pressa, mas sem adiar. Como se, ao terminar, eu dissesse a todos os que vieram antes de mim:
“Eu vejo vocês. Eu carrego sua força, mas não o seu fardo. Eu escolho avançar.”
E o prazo, de repente, deixou de ser um inimigo. Tornou-se somente mais uma chance de seguir em frente.
Me libertei do peso.

AUTORA MIGUELA RABELO
MIGUELA RABELO escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
AMIGO SECRETO
Recentemente, estava em terapia e vejam a importância disso: eu estava lá, desaguando meus dissabores e algumas emoções represadas, quando, de repente, me despertei com um insight genial e catártico sobre os encontros amorosos.
Curiosamente, eles se assemelham muito às festas de fim de ano com o tão esperado “amigo secreto”. Na ocasião, você, como um sujeito consciente e empático, preocupa-se com todos os detalhes do presente e usa sua empatia em sua máxima potência para tentar satisfazer o outro.
Lembro do mais memorável amigo secreto de que participei, onde uma amiga prendeu minha atenção do começo ao fim. Com bilhetinhos típicos dos trilhos de terror e suspense, ela me surpreendeu com a pessoa incrível que eu estava conhecendo. Nunca esperei, nem imaginei, receber uma caixa de Bombons Mundi azuis, artigo de luxo para a época. No entanto, eu não esperava que o melhor presente ainda estava por vir: o surgimento de uma das mais belas amizades que cultivamos há mais de duas décadas. Te amo, amiga!
Mas… infelizmente, nem tudo são flores, e a surpresa pode ir na contramão dessa bela recordação. Afinal, quem irá te presentear pode não ter a mesma reciprocidade que você. Assim como aquelas pessoas que tocam a vida de forma apressada e distraída, passando pelas lojas mais baratas e comprando a primeira bugiganga que encontram pela frente – algo aparentemente funcional, que engana à primeira vista, mas que logo se quebra e estraga, tamanha a sua fragilidade.
Diferentemente de você, que pensa na qualidade, funcionalidade, beleza e durabilidade. Não é evidente esse descompasso e inevitável o descontentamento que surge disso?
A situação piora quando você presenteia o amigo e ele sai satisfeito, mas com um olhar desconfiado e um sorriso amarelado. Agora é a vez dele… e, surpresa: o amigo secreto dele era você! Ele te entrega uma imitação barata de um kit de Tupperware.
Sua expressão de descontentamento é evidente, e a saída dele pela tangente também. Ele quer apenas esquecer aquele “malfeito” e buscar mais um presente para a próxima festa, na noite seguinte, levando, é claro, mais um kit barato de vasilhames de plástico descartáveis, como o que ele oferece, para além da “bela apresentação” em PowerPoint.
Então, a amiga sai da festa com dor de cabeça, sem entender como a gratidão e a empatia podem ser artigos tão escassos. Por isso, ela se promete nunca mais cair na ilusão de reciprocidade em meio aos lagos rasos e voláteis das promessas sem fundo de verdade, nesse vasto submundo de ilusões baratas e selvagens, onde, infelizmente, o “ter”, “reter”, “estremecer” e “fazer perecer”, entre tantos outros “er”, contabilizam bem mais que a qualidade do ar, do luar, do tocar, dançar, cantar e mergulhar no mar – que assim palpita verdadeiramente na construção real, nua e crua, do amar, sem filtros e “amigos ocultos” brochantes.
Entretanto, espero que ela consiga superar isso e continue a dançar e festejar, que é uma das melhores coisas que ela sabe fazer, pois sua energia ilumina por onde passa. Mas rezo para que ela se lembre da decepção passada e que, quando a caixinha de nomes passar para o próximo “amigo invisível”, ela apenas diga: “Por hoje, não. Mas obrigada”.
Soa bastante pessimista, eu sei. Porém, há um punhado de realidade amarga em toda essa expectativa de encontrar alguém atualmente que valha a pena. As pessoas, diante do imediatismo, não sabem esperar o maturar das emoções, nem ajustar as diferenças. Estão em busca do fast food mais rápido para simplesmente matar a fome e seguir viagem.
Infelizmente, são poucos os que percebem e entendem que a importância não está exatamente na chegada ao destino, mas sim na beleza e no aprendizado de ajustar as velas, trocar o pneu, sentar e observar a paisagem. O meio de transporte não importa. O essencial é a metamorfose que aquela experiência única nos proporciona, para que possamos voar e transcender como pessoas distintas.
Acredito que essa seja a verdade sobre essa viagem chamada vida e a misteriosa conexão que existe nas relações humanas. Independentemente das intempéries vividas, quando tudo passa e sobrevivemos à nossa odisseia pessoal de retorno a nós mesmos… acreditem: sempre voltaremos maiores do que antes.

AUTOR AKIRA ORDINE
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
SOU DE OUTRO MOMENTO
Cheguei à conclusão que sou um jovem incrivelmente careta e desinteressante para o meu tempo. Às vezes inclusive chego a pensar que nasci na época errada ou simplesmente não estou adaptado às condições e nuances desse mundo do século XXI. E não, não há nenhuma carga reacionária ou saudosista na minha fala, já que não só me identifico como alguém progressista, como sou graduando em História, nasci em 2006 e enquanto escrevo esse texto tenho somente 19 anos. Mas fato é que hoje em dia tudo é muito automatizado, artificial e efêmero.
Os assuntos de hoje, amanhã já se tornarão saturados e obsoletos. Todo mundo sabe da vida de todos o tempo inteiro já que ninguém sai das redes sociais. Não há mais espaço hoje para um romance, uma história de amor, é tudo resumido a "ficante", um relacionamento não oficial sem conexões oficiais e que pode terminar a qualquer momento. A organicidade das coisas vem se perdendo de forma escalar.
Não consigo me sentir pertencente a isso tudo. As coisas são parcas, o medo da morte é constante já que a guerra total se aproxima. Tudo se tornou vazio, as pessoas não conseguem mais desenvolver relações verdadeiras e duradouras de fraternidade e empatia. Os anos viraram instantes e ninguém sabe como será o dia de amanhã.
Tenho profunda dificuldade no amor justamente por conta disso. A pessoa pergunta: "o que você mais gosta de fazer?". E eu respondo: "Ler, escrever e tocar piano". Isso infelizmente não atrai quase ninguém hoje em dia. Minhas aptidões me tornam alguém elitista aos olhos da sociedade e que provavelmente leva a alcunha de "nerd" pelos demais.
Tudo se tornou bastante mercadológico, leiloável. E isso me assusta profundamente pois parece que não há mais espaço para a sinceridade, para o orgânico entrelaçar, para a poesia. A beleza definitivamente precisa de abrigo nessa realidade explosiva e autodestrutiva.

AUTORA ILZE MATOS
Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
ESCUTAR
Conversar por horas a fio é muito bom, mas saber escutar é ainda melhor. Com uma escuta cuidadosa, percebemos detalhes, como se enxergássemos o interior da pessoa. Escutar é cuidar do bem-estar do outro, fazendo com que ele se sinta amado e confortável para desabafar. Escutar, cuidar e aconchegar é ter uma luz interior que ilumina e acalma um amigo.

AUTORA MARINALVA ALMADA
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português/Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizei o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
CORRIDA PELA VIDA
Nascemos, crescemos e lutamos pela vida todos os dias. A cada dia um desafio, uma conquista. Todo dia, surge uma nova oportunidade de sermos mais fortes, felizes, empáticos e mais resilientes.
Sabemos que a vida é curta e não podemos perder tempo com coisas que não nos fazem crescer, portanto é preciso priorizarmos aquilo que nos faz bem e não é prejudicial a ninguém.
Como diz a música cantada por Jota Quest:
"Vamos amar no presente
Vamos cuidar mais da gente
Vamos pensar diferente
Porque, daqui só se leva o amor".

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
RUGIDO DO CORAÇÃO
A vida é multicolor
Já ficou rosa, azul, lilás
Quando o amor floresceu.
Outras vezes ficou cinza, breu
Quando o sentimento morreu.
A vida é uma explosão de sentimentos,
Depende de cada momento.
Quando há reciprocidade
O íntimo exala felicidade.
Quando há mentiras, traição
A dor é devastadora.
O rugido do coração
É um grito de desilusão,
Ecoando no peito ferido,
Transpassado de decepção.
Foi tratado com libertinagem
E resolveu seguir só.
É necessário coragem
Para desatar os "nós".
Precisa ser convencido
A desistir de "desistir",
O rugido passará
E voltará a sorrir.
Amo o farol no meu caminho que suas palavras deixam para mim.
Obrigada caros e talentosos escritores 💯