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Foto do escritorLuiz Primati

REFLEXÕES Nº 37 — 11/09/2022


Leia, reflita, comente!

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, entre eles, romance, ficção, contos, infantil. É autor de mais de 10 livros, disponíveis atualmente na Amazon. A descoberta da escrita foi logo que aprendeu a escrever, mas, a chama foi definitivamente acesa em 1981, quando participou do grupo teatral TER (Teatro Estudantil Rosa). O próximo projeto que lançará é o livro de terror: "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM", em parceria com Vivian Duarte. Hoje é editor da Valleti Books, onde ajuda escritores amadores a realizar o sonho de publicar seus livros.
 

ACEITANDO A IDADE


Hoje a saudade me visitou. Foi num show de Billy Idol, no Rock in Rio que todas as emoções vieram à tona. Primeiro foi a euforia quando ele cantou “Dancing With Myself”. Fechei os olhos e fui transportado para os anos de 1980.


Jovem e sem grandes objetivos na vida, vivia conforme a direção que o vento soprava. Entre paixões e decepções, sofria, sentia raiva, me desesperava. Era um turbilhão de emoções numa mesma noite onde, quase sempre, escondia as decepções atrás de um copo de cerveja, dormindo abraçado ao sol nascendo, com os olhos encharcados de angústias.


Fora anos difíceis, os quais pensei que não sobreviveria.


Por Deus ou força do destino, não me tornei um drogado e nem um alcoólatra. As feridas me fizeram um poeta solitário, triste e temeroso às decepções amorosas.


Encontrei a minha parceira, me casei, tive filhos e netos e isso foi tudo que sempre sonhei. No entanto, os anos 80 nunca saíram de minha vida. Posso dizer que as cicatrizes que carrego em meu espírito foram obtidas nessa década que, apesar de tão amarga, sempre foram a garantia de que toda a minha vida valeria a pena.


Você que me lê ou escuta, pode não saber do que falo, pois, nunca sentiu ou viveu algo tão intenso. Mas garanto que a sensação é como se eu alcançasse o nirvana.


Voltando para a realidade, Billy Idol iniciou a canção “Eyes Without a Face” e esqueceu como a cantava. Entrou errado, pediu para o guitarrista recomeçar e errou de novo, recomeçando até acertar.


Admiro as pessoas que não sentem medo de recomeçar e nem vergonha de assumir isso. Eu mesmo sou assim: sinto medo, angústia, solidão, alegria, tristeza. Choro ao ouvir uma música, rio ao olhar o sol surgindo num dia cinzento, me calo quando todos falam. E não sinto medo de dizer tudo isso a vocês, pois, isso é sentir-se vivo!


O que espero das gerações atuais é o respeito. Apesar da idade que carrego, meu espírito ainda é o mesmo de quando eu tinha 18 anos, acrescido de um pouco de experiência.

E você? Sente vergonha de assumir o seu passado?


 

AUTORA BETÂNIA PEREIRA


Maranhense. Historiadora/Enfermeira. Colunista da revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas e de contos. Escreve de forma artística desde que foi alfabetizada. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Busca descrever todas as pessoas que rondam as vidas já vividas e as que ainda iremos viver. A história do cotidiano de todos nós.

 

CARTA ABERTA AO SISTEMA


Onde talvez você caiba nela também.


Senhor sistema aqui está alguém cansado, oprimido dilacerado por vossas regras. Pela quantidade exacerbada de trabalho, de mentes pensantes e algumas "inquietas" no mesmo ambiente. De bocas ecoando gritos, conversas paralelas, que estressam, sufocam.


Aqui está alguém que senhor sistema não visto, não se lembrado nas suas necessidades, não alimentado na alma. Que se encontra com o psicológico esquecido! Todo o dia se escuta: xingamentos, agressões verbais, físicas, olhares agressores e tudo isso acumula forma um emaranhado de dores físicas, psicológicas, um esgotamento físico e mental que senhor não cobre, não libera para a cura e não está disposto a falhas. Não ver as noites de insônia, as refeições saltadas, filhos deixados para depois, enxaqueca, etc.


Como anda os nossos psicológicos?


Aqui tem um profissional que nunca têm direitos, só tem deveres. Aqui tem alguém cansada de pais omissos, de não reconhecimento dos governantes, do excesso de discentes em salas, de barulhos e gritos, de falta de educação, de agressões com gestos, palavras e atitudes. Dá falta e do excesso.


Este grito pertencente aos profissionais educadores de todo o país, pertence aos profissionais que são subjugados e obrigados a cumprir normas e regras de sistemas que os tratam como maquinas, que não avalia o psicológico, a saúde física e mental. São gritos de pessoas cansadas de obedecerem e não serem obedecidas. São ecos e pedidos de socorro, de pessoas que não suportam mais as falhas do sistema. São pessoas que cobram respostas para os seus questionamentos. Essa luta é minha e a sua. Vamos?


 

AUTORA JOANA PEREIRA


O meu nome é Joana Pereira e sou autora no blog "Tem juízo, Joana!". Nasci em Lisboa e segundo as estrelas, sou Leão - ascendente Touro. A minha identidade atravessa cores, ritmos, dança, música e palavras. Gosto de ler e de escrever, acreditando ser na escrita que me torno mais consciente. Numa voz firme e rebelde escrevo entre o certo e o errado, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

 

ESCREVE, JOANA


Desde que comecei isto de escrever, de ter um blog, fazer da escrita algo mais frequente e um hobbie na minha vida, tenho sentido algumas mudanças interiores...


Sinto que comecei uma nova fase na minha vida, uma fase de maior esclarecimento, de maior lucidez.


É difícil explicar. Sinto-me mais eu, sinto-me mais real, em maior contacto comigo mesma.


Tudo se tornou mais presente. Mais genuíno. E passei a dar mais importância a coisas que, outrora, não dava importância alguma. Ou a merecida.


Sinto-me perto e livre. É estranho. Sinto que, escrevendo, tomo uma consciência que nunca tive. Ou que nunca estimulei.


Sempre gostei de escrever, mas em momento algum da minha vida me esforcei para se tornar em algo palpável. Excepto agora que só tenho vontade de o fazer, de livre e espontânea vontade.


A escrita tem um poder incrível.


E sinto-me uma felizarda por haver pessoas desse lado que gostem de me ler.

Louca por escrever, grata por me lerem!


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

CLAVE DE SOL


Lá no topo do céu,

Ela nos indica qual caminho

Deve ser nossa trilha

Como uma bússola que nos orienta

Em forma de estrela guia,

Aquecendo e clareando

Assim nosso dia.


Sinalizando que a canção

A ser ouvida deve ser aquela

Que palpita no íntimo

Dos nossos corações,

Nos ensinando que precisamos

Aprender primeiro a dança

Que emana do pulsar

Desta singela canção.


Porém, que nem sempre

Consegue ser percebida

Diante ao caos que habita

O externo e também interno

Desta casa solitária

Que necessita...

Apenas de afeto pessoal

E Genuíno...

Mas que por ilusão,

Busca reflexo no espelho convexo

Que se encontra na multidão…


 

AUTOR GESCÉLIO COUTINHO


Nascido em Quixeramobim no Ceará, Professor especialista em História e Geografia, toca violão e canta, serviu por muitos anos na igreja, no momento se encaixa como Poeta: Escreve poesias, poemas e cordéis. Tem poemas publicados em Antologias como: Poesia Brasileira de 2021, Antologia Poética Toma Aí Um Poema, Cordéis lançados pela editora Aluá Cordéis, atualmente está com o poema "A Resiliência no Sertão" na Antologia Poética "1001 Poetas" e concorre a diversos concursos no ano de 2022. Atualmente produz poemas com temas diversos. Pseudônimo: "O Poeta do Sertão".

 

O MEU EU E A HUMILDADE


O egoísmo se faz interessante

Desde que ele não seja constante

É preciso pensarmos em nos amar

Desde que o amor eu não deixe de espalhar.


Ser egoísta às vezes nos deprecia

Desde que eu não tenha uma vida vazia

Um ser egoísta por vezes quer se esconder

Desde que ele não se exclua de outro ser.


Há momentos que o egoísmo é permitido

Desde quando não me permito ser metido.

Percebemos o egoísmo em todo lugar

Desde quando não me deixo infectar.


É preciso ter orgulho de conquista

Mas não seja uma pessoa egoísta.


 

AUTORA ARLÉTE CREZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas, todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

GENTE GRANDE


Gente grande é esquisita. Sempre se esquece que foi criança um dia.


Tudo o que não gostavam que era feito com eles quando criança, fazem com seus filhos.


Detestavam quando seus pais os obrigavam a cumprimentar todos os parentes adultos, um a um, sendo que nem conheciam aquelas criaturas.


Quando eram obrigados a comer algo que não gostavam, só porque era saudável, ou simplesmente porque os pais queriam, juravam de pés juntos que nunca iriam obrigar seus filhos a comerem o que não gostassem.


Horário de dormir então nem se fale. Sempre diziam que quando crescessem não teriam hora para dormir.


E então ficam grandes. Seus filhos passam a ter que cumprimentar cada tio, tia, vizinho, vizinho do tio, tia do vizinho, e todas aquelas mesmas criaturas que seus pais também não conheciam quando crianças.


A hora da refeição virou sessão nostalgia. Tudo o que abominavam comer, obrigam seus filhos a comerem, pelos mesmos motivos que seus pais os obrigavam.


Na hora de dormir não tem conversa. A televisão é desligada, as luzes se apagam e o silêncio imediato não é opcional.


Mas o que é mais estranho em gente grande, é que não carregam sua própria criança consigo.


Todas as brincadeiras feitas, todos os jogos e todos os amigos de infância se tornam ultrapassados.


Passam dez anos de sua vida estudando e brincando com os mesmos amigos, que além de frequentarem a mesma escola, também moravam na mesma rua.


Crescem, casam-se, muitas vezes se mudam até de país, e tudo o que vivenciaram na infância fica para trás.


Um belo dia, as crianças que brincavam na rua e estudavam na mesma sala, se encontram já adultos.


E para surpresa de alguns, muitos se tornaram estranhos.


Não sorriem mais ao se cumprimentarem. A alegria do reencontro não é a mesma de quando se encontravam na escola ou na rua.


As pessoas se tornam velhas antes mesmo de se tornarem adultas.


Gente grande não lembra mais como se brinca.


Não me importo que digam que sou utópica, mas gosto de me sentir e brincar como criança.

Revejo meus amigos de longa data, como se fizesse dois dias que deixamos de nos ver. O problema é que na maioria das vezes, não há reciprocidade.


Para quem me conhece, sabe que sou uma senhora idosa com 5 anos, se chegar a tanto.


Sou alegre e não tenho medo de demonstrar. Se quiser me criticar, primeiro pague minhas contas.


Crescemos e não há como evitar, mas podemos nos proibir de nos tornarmos severos com nós mesmos.


 

AUTORA JOANA RITA CRUZ


Joana Rita Cruz nascida a 11 de março de 2002, é portuguesa e estudante de Engenharia Informática. Começou a escrever inicialmente no género de ficção com especial interesse em literatura fantástica, mas em 2015, escrever poesia tornou-se uma parte integrante da sua vida.
 

CONFISSÃO EM DIA DE BLOQUEIO


Este é mais um daqueles dias, em que me sento na minha cadeira a tentar escrever, e não me sai nada. Talvez as palavras estejam secas, talvez a fonte das mesmas no meu coração tenha secado temporariamente por falta de consideração.


Tenho procurado ditar aos meus dedos, que abraçam o lápis sempre de forma “incorreta”, sempre de forma peculiar, algumas palavras menos honestas. Não porque o meu pensamento fosse imoral, mas porque nem sempre as ideias abundam ou a vontade de escrever me assola.


E talvez por isso hoje, escreva sobre isso mesmo.


O que eu realmente queria, aqueles sonhos que parecem quase tão intocáveis como as nuvens, era escrever histórias fantásticas alinhadas à mais pura poesia. Gostava de escrever como os meus escritores preferidos, mas com o meu próprio toque de magia e de ser um dia a escritora favorita de mim mesma e de alguém.


Hoje é apenas mais um dia, em que o bloqueio criativo me assola o peito e as células que fazem correr a escrita no meu sangue são escassas. Eu queria escrever, ou se calhar, eu tinha de escrever por alguma razão… um prazo, uma publicação, uma meta de vida. Mas a arte não vem quando se quer e muito menos quando achamos que ela é precisa, não o sendo na verdade.


As coisas mais belas da vida dão-nos não aquilo que queremos ou que precisamos a curto- prazo, mas sim aquilo que precisamos mesmo. Tal como naquele dia há tantos anos a traz em que me deixei tomar pela imaginação e a palavra ou aquele dia ligeiramente menos distante em que me deu a epifania da poesia.


Por ora, o que precisava, o que não se importava de sair e o que me tomava em seu colo era apenas este texto.


Uma reflexão das razões por que a minha alma não escreve sempre, uma confissão daquilo que sinto e de tudo o mais que sou e quero.


Uma carta não registada a mim mesma, para que me possa compreender e (espero) libertar.


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

NA CASA DO PAI


Hoje estou aqui

diante de Deus

não... não é apenas

um momento como

outro qualquer

não peço algo para mim

hoje estou na casa do Pai

para pedir pelos meus irmãos

e como serva a te ouvir

diante do silêncio da tua casa

peço... estejas comigo

como intercessor

quero partilhar amor

aos meus irmãos

e na essência que emana da tua paz

vou por caminhos de pedra ser luz

à quem vier me encontrar


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
 

REALMENTE A FELICIDADE É PODER AMAR


De todas as coisas no mundo todas ficam pequenas, diante do amor. Eu não me canso dessa rotina amorosa em minha vida, com ela a flor da minha pele renova-se diariamente. Isso é o meu bem maior, a minha fortuna que perto ou longe tem a cor da verdade.


Sinto-me mergulhada em crescentes doçuras de sentimentos, a solidão não aguça os meus cinco sentidos. Realmente, de todas as coisas que eu gosto amar como se amar fosse o meu último ato de vida, é a mais perfeita vontade que mantenho em mim.


Sinto-me amada, sexo é uma palavra pequena para o que nossas peles sentem, o afeto ressoa tão mais alto, nossos desejos brincam feito crianças. Se eu pudesse te daria uma felicidade que nem o tamanho do mundo acabaria.


Paixão, beijos que deixam nossos lábios vermelhos, perfume que se agarra nos nossos poros, sorrisos pela manhã, ou antes, de dormir, nos anima a dizer que a felicidade também é amar dançando com as músicas de nossas imaginações.


Felicidade não deve ser enquadrada em ansiedades, é importante saber lidar com todas as probabilidades. Sem nos consumirmos correndo a mais de duzentos quilômetros por hora.


A vida, pede calma, a felicidade é como uma janela que vive aberta para receber o sol.


Realmente a felicidade é poder amar

Amar e ser amado (a)

Em todos os diálogos

Nascendo em mim e em ti!


 

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2 Comments


Betânia P
Betânia P
Sep 11, 2022

Bom seria se o mundo todo pudesse nos ler e absorver as riquezas que existem nas reflexões. Parabéns

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Luiz Primati
Luiz Primati
Sep 11, 2022

Bom dia, escritores! Hoje, alguns textos falaram de assuntos semelhantes e isso sem que as pessoas combinassem. É a sinergia que une nós escritores e acabamos tendo sintonia na escrita. Parabéns a todos.

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