Leia, reflita, comente!
AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
ESQUECER POR CONVENIÊNCIA
O cérebro ainda é um grande mistério para a ciência. Podemos lembrar de fatos que ocorreram na infância com riqueza de detalhes, enquanto não lembramos tudo que fizemos nas últimas 24 horas.
Isso tem uma explicação. Nosso cérebro organiza as memórias importantes numa área que é chamado de memórias de longo prazo.
São 3 os tipos de memória: sensorial, curto prazo e longo prazo.
Sensorial é a que é captada pelos órgãos do sentido, percepção do momento.
Curto prazo são as memórias sensoriais que retemos por alguns segundos e logo o cérebro decide se mantêm a informação ou a descarta.
E a longo prazo que é onde vamos armazenar a informação para sempre.
O que ocorre é que o nosso cérebro precisa fazer uma limpeza de tempos em tempos e descartar o que não for útil. É preciso armazenar apenas o que realmente é relevante e nosso cérebro faz essa triagem, descartando o que não necessitamos lembrar mais. Isso é chamado de esquecimento.
Para entender melhor, imagine que nossa memória é como uma biblioteca onde guardamos vários livros. Os livros pouco relevantes a gente descarta.
Podemos comparar com um armazenamento de um computador. Quando a memória está quase cheia fazemos uma limpeza, apagando arquivos desnecessários. É exatamente isso que o cérebro faz. Descarta memórias inúteis para não ocuparem espaço em nossa biblioteca mental.
Dessa forma esquecemos por conveniência.
E por que às vezes não lembramos de nomes de pessoas e fatos da infância? Nosso cérebro organiza as memórias, indexando de várias formas e armazenando na área de longo prazo as coisas importantes.
Quando não conseguimos lembrar de alguns fatos e nomes, muitas vezes não é porque esquecemos e sim porque houve uma falha ao buscar a informação.
Esse caso pode ser observado quando encontramos com um velho amigo e não lembramos seu nome. Dias depois o nome da pessoa aparece na nossa mente como mágica. Estava o tempo todo lá, mas essa falha na busca da informação resultou em não lembrarmos na hora. É comum acontecer isso.
Portanto, não se assuste. O cérebro ainda tem muito mistério a ser descoberto e exerce um fascínio nos cientistas. Meu maior medo, como já falei outras vezes, é meu cérebro parar de funcionar. Espero que ocorra apenas quando eu desencarnar.
Enquanto isso não acontece, escreverei minhas memórias. Vai, que, do nada, eu não me lembre mais do seu nome?
AUTORA MIGUELA RABELO
Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
DESPEDIDA
Da única certeza que todos temos nesta vida é que um dia partiremos. E essa certeza para alguns vem como alívio, para outros, temor da partida em saber que a vida assim continuará a fluir, sem nós… deixando tudo ou nada conquistado para trás.
Alívio para aqueles que andam, cada dia, mais cansados e descrentes da perspectiva de melhora da espécie e da sociedade que somos, peças que se espinham entre o mover da engrenagem da vida, onde precisamos sempre estar em movimento.
E essa convivência conflituosa, seja as diferenças em casa ou fora dela, sempre serão eternas. No entanto, quando o fim de fato chega para algum dos envolvidos, geralmente é um pesar de remorso, culpa, tristeza e saudades…
E assim lembro das perdas ouvidas, vistas e outras vividas… sempre dá um nó na garganta e um vazio no peito… daqueles com sabor amargo de sentir não ter feito seu melhor ou ao menos, não ter tido uma última despedida, antes da derradeira partida…
E quando essa partida não é da vida, mas sim em especial da sua vida… a dor não é menor, mas sim diferente, pois mesmo que aquele alguém querido não esteja mais ao seu lado, ainda resiste na vida, tentando assim ser feliz. No entanto, aceitar isso pode ser absurdamente doloroso, mas se o afeto é de fato genuíno… aprender a lidar com esta perda, se torna um aprendizado em sobreviver mais uma vez com seu coração decepado.
Entretanto, diante a saudade, às vezes a porta se abre para uma última despedida, que diferente das demais inesperadas, está pode ser planejada, mesmo que inconscientemente e permeada de calafrios, estômago a revirar, taquicardia… e você a se questionar, se valerá a pena…
No entanto, o que vale a pena de fato nesta vida? Acredito que viver intensamente, mesmo diante as feridas provocas pela queda… Então, em longos segundos congelados no tempo, você risca o fósforo e fecha os olhos, tentando não se importar com o coração amassado do dia seguinte com a impressão de que tudo foi apenas um sonho…
Onde a química da razão não era bem-vinda, sendo a matéria humana conduzida pelo entorpecer da alma e do desejo que se atraem… Onde a ebulição das emoções produziram um inebriante e raro absinto, daqueles de degustação em dose única e que, no fim, nos deixam anestesiados e embriagados, se entregando ao repousar da carne e do espírito no colo de quem em instantes… irá partir.
Como consentir voluntariamente ao desapego do sossego daquele aconchego que lhe restaurou o âmago de vida que ainda restava em ti?
Despedidas são assim: uma última dose da bebida que te vicia, mas que, no entanto, lhe escoa pela ampulheta da vida que te inebria na saudade infinita desta partida…
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
PENSAMENTOS DE UM DIA
Um dia frio, com um ar de nuvens cinza. Eu desejando estar perto de ti, te deixando com o calor dos meus abraços, mas só me resta a temperatura da saudade em meios aos desejos tão longe nesse espetáculo que é viver, um amor sem toques, mas muito sentido, viçoso e rico de ternuras e afetos. Intenso e lindo, que só o tempo guarda esse segredo de infinitos meses e tempos, de noites e dias com encantos de vida, que chora e sorrir ainda mais, em um dia frio assim.
Para ti as folhas estão caídas inspirando as árvores nuas que esperam pelas flores, que meus olhos acariciam e te enviam.
Em pensamentos de um dia, penso em ti e carrego certezas de que cada momento é especial e tem a sua sabedoria. Há muito me acostumei a apreender o que é possível e intenso, e os limites que as esperas ensinam, para que possamos usar nossas longas paciências.
A cegueira de nossos olhos para o destino nos fazem agarrar os desejos das esperas, de nossos pensamentos tocam as músicas das fomes, dos amores ausentes que moram em nós, capazes de nos embalar por um dia, nos ajudando a lembrar que resta a serenidade para sentirmos os desvio das dificuldades.
Tudo é transitório, rápido e sensível. É isso que precisamos aprender, não exigir demais querendo tudo, mas aceitar a maravilha que é sentir tudo. O importante acontece em segundos.
“Ah - em pensamentos de um dia, posso não me encaixar na beleza da maioria, mas posso ter milhares de pensamentos primaveris, deixando meus olhos deslizarem” nas forças das estrelas que nos guia.
AUTORA LUCÉLIA SANTOS
Lucélia Santos, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e mini contos infantis.
O CORAÇÃO DE UM ANSIOSO
Mais um dia vai embora, já é noite lá fora, chega o momento mais temido, é hora de se deitar para dormir. Dormir? Não! Passar a noite em claro. Os olhos não se fecham, nas pernas sentimos uma agonia, é a terrível insônia, que atormenta todos os dias.
Então o sol nasce, aquele lindo espetáculo, é como uma chama de esperança, mais um dia para tentar sobreviver. O dia se inicia, com aquela correria, e começam os pensamentos acelerados, coração a disparar, fadiga, dor no peito, dificuldade para respirar... a vontade é imensa, para cumprir todos os afazeres de vez, porém, o desanimo não deixa, e desistimos mais uma vez. Sentimentos de inutilidade vêm, insatisfação consigo mesmo, baixa autoestima, e a busca por algo que preencha o vazio.
Se algo der errado, nos desmorona, um pequeno problema é uma tempestade, a tristeza nos aprisiona, a mente inquieta, anceia algo que talvez nem aconteça, a emoção soa mais forte, a decepção nos leva ao chão, mas lutamos para ser fortes, e nos libertar desta prisão.
O coração de um ansioso, sofre tudo de uma vez só, às vezes, seria um refrigério, um abraço, sem precisar nada dizer, ou uma pergunta sobre como estar, e esperar para se responder.
Um ouvido atento, um ombro amigo, palavras confortantes e positivas, pode acolher um coração sofrido.
Não peça para não ficar ansioso, não peça para não ficar triste, apenas diga: estou aqui! Conte comigo! Você não está sozinho.
Este transtorno emocional, é um caos na vida de alguém, ainda tem aqueles que sofrem, porém, não transparece, achamos que está tudo bem.
As expectativas são como um combustível para seguir, os sonhos dão esperança para sobreviver, as possibilidades são um gancho que mantém a força. Talvez sonhar, não custe nada, regar o amor pode aliviar a dor.
E assim segue um coração ansioso, a lutar para sobreviver, derramando as angústias em forma de lágrimas, enxergando o dia como um desafio infinito, na esperança de ser útil para alguém, porque os monstros que enfrenta, fazem a insegurança ir mais além.
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
UNIDOS PARA NOS REESCREVER
Chegamos ao final de um ano, entretanto, estamos apenas completando um ano de existência.
Quem diria que dois profissionais, com experiências tão variadas e distantes, se uniriam para unir outros escritores?
As paredes não foram limitadoras, nem os oceanos, pois nos unimos além-mar.
Concretizamos poemas as segunda-feiras e contamos muitas histórias nas terças.
Nas quartas, amanhece sempre noite e criaturas sombrias despertam a nossa imaginação.
Nos encontramos num beco onde só os poetas podem criar e escrever, todas às quintas-feiras.
Quem não riu com cada fêmea que dominou Pedro Paulo, nas sextas-feiras?
Mas aos sábados, os responsáveis dão atenção aos filhos e colocam a criançada para ler e ouvir as histórias do Valletinho.
Quando todos já estão cansados de uma semana inteira de trabalho, poesia, contos e crônicas, podemos refazer nossas energias refletindo a partir de textos com temas atuais ou antigos e, assim, nossa semana reinicia aos domingos.
Nos unimos para escrever ou seria para nos reescrever?
Ter um espaço para chamar de seu é tão bom quanto dizer que escrevemos para um blog que podemos chamar de nosso.
Aqui, na Valleti Books, cada um é um, mas ao final deste ano somos mais do que fomos.
Homenagem aos autores do BLOG SITE valletibooks.com.br
AUTOR JOSÉ JUCA P SOUZA
José Juca P Souza, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.
CONFLITO DE GERAÇÕES
Várias são as classificações dadas às gerações. Gerações baby boomers, X, Y, Z, alpha. Cada uma com seu significado atribuído. Aqui vamos refletir sobre os principais conflitos entre essas gerações. Como entender a cultura do outro, quando não se vive. Como criar uma relação amigável, salutar.
Ano a ano, as gerações se classificam mais ou menos assim: com divergências. Geração baby boomers (1945-1964), Educação rígida, tradicional e conservadora… Casamento e estabilidade no emprego; Geração X (1955-1984), Ruptura com a geração anterior, individualidade, liberdade, preocupação com a geração seguinte; Geração Y (1980-1995), avanços tecnológicos, comunicação como ponto alto, facilidades materiais, significados distintos para trabalho e carreira; Geração Z (2000-2015), a mais aberta e tolerante. pluralidades religiosas, sociais, igualdade de gênero, muito ansiosa, menos relações sociais, necessidade de expor opinião; Geração alpha (2015-até os dias de hoje), nasceram com a tecnologia, mais independentes, adaptáveis… Mas, precoce saber como pensam.
E no que tange o conflito dessas gerações? Tudo é muito da cultura de cada geração e como expressam. Cada um traz o seu momento vivido para outra geração, seu entendimento, sua fase, sua época e atribuindo como sua geração sendo a mais benéfica e correta. Pais tentando dar exemplo do passado e filhos mostrando que são de outra época. E o conflito está justamente aí. Divergem culturalmente, em visão, entendimento, aprendizagem, o desentendimento é amplo e total.
Sobre entender a cultura diversa quando não se viveu. Pesquisar, estudar, ouvir, pensar, refletir, antes de falar ou dar opinião. Cessar a disputa por opiniões ou querer ter razão. Apontar o melhor ou pior, quem está certo ou errado… Embora, é importante para pais estarem cientes que limites são fundamentais em qualquer época. É um princípio. Porém, entender que seres humanos são diferentes e como lidar com a diferença. Aprender, conhecer, observar…
E para melhorar as relações? Não impor sua verdade, antes de ouvir. Dialogar! Não adianta impor o passado aos mais novos ou a tecnologia aos mais velhos. Mas, mostrar os benefícios de cada geração. Todas têm. Pensar que o que pode ser óbvio para mim, pode não estar para o outro. No diálogo, tentar compreender o ponto de vista contrário. Diante dos conflitos, será que meu comportamento não é igual ao dos meus pais, que abomino?
Enfim! Temos que diferenciar nosso comportamento do comportamento do outro. Diferenciar criações dos seres criados. Quais são suas características? Como você se comporta? É o que gostaria de receber do outro? Está querendo impor sua verdade a qualquer custo? Tem respeitado opiniões alheias? Percebe que o outro pensa diferente e tem o direito? E que todos terão consequências de um jeito ou de outro? E que, talvez, o único comportamento que terá condições de mudar será o seu, para contribuir para uma convivência melhor, um ambiente melhor, uma sociedade melhor.
Me encantam nossos textos, que belos sentimentos eles emanam em olhos leitores. 🤗🤗🤗
Fui inspirada a escrever em homenagem aos escritores, poetas, contistas do nosso BLOG VALLETI BOOKS. Desejo que nossas fontes de inspirações nunca se esgotem e que possamos nos reescrever a cada dia. ✍️❤️📚
Bom dia!
É bom estar aqui de volta, depois de longo jejum da escrita.
Afastando-me, inclusive, de comentários... Há que se respeitar limites e momentos.
Mas, feliz em perceber que reflexões continua cada semana mais rica e grandiosa em seus textos. Parabéns e agradecimento a valletibooks e todos que ela representam. Sucesso... Sempre...
Bom dia, escritores! Que ótimo começar o domingo com tanta reflexão!
Lembrando aos amigos que hoje teremos a live de lançamento do meu livro com a Vivian Duarte: "A Maldição do Hotel Paradisium". Não deixem de assistir.