AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
UM GOLPE CONTRA A LIBERDADE
Um pesadelo que nos assombra parece estar a um passo de invadir o nosso cotidiano. A Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet prepara-se para ser votada. Muitos, num primeiro momento, aplaudirão sem questionar, encantados pela beleza das palavras que a nomeiam. Mas já nos detivemos para explorar suas entrelinhas, seus segredos escondidos?
Esta lei tem o poder de acorrentar nossas vozes. Se aquilo que escolhemos compartilhar for considerado uma notícia falsa, um fomento ao ódio ou um chamado à rebelião, nossas palavras serão silenciadas, nosso conteúdo apagado. Eles nos vendem a ideia de que essa é uma batalha contra o mal, mas em breve, essa guerra poderá bater na sua porta, contra a sua liberdade.
Há mais: a lei estipula que aplicativos de mensagens devem limitar a difusão de mensagens em massa. O que isso significa? Se você deseja organizar-se com um grupo, será forçado a enviar mensagens individualmente. E aqueles que dependem desses aplicativos para fazer negócios, como divulgar um cardápio de restaurante, verão seu alcance drasticamente reduzido.
E ainda tem mais: a lei empurra para os provedores a responsabilidade pelo conteúdo postado, exigindo deles uma fiscalização rigorosa. Imagine acordar uma manhã e descobrir que sua conta foi bloqueada e seu conteúdo, apagado sem aviso prévio?
Assim, convido a todos que partilham da minha inquietação a se informarem, a mergulharem no texto dessa lei. Façam como eu: pesquisem!
Poderíamos rebatizá-la como: A Lei do Pensamento Proibido.
Cuidem-se, e que a liberdade prevaleça sempre!
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
A SOMBRA
Um olhar distante...perdido.
O mesmo olhar que antes tinha um brilho tão forte, tão vivo.
A imensidão dos teus sonhos era a chama que incentivava sua jornada na terra, não só como mãe, esposa...mas como a mulher que desejava ser pelo menos um pouco feliz. Era seu direito.
Os anos foram passando, os sonhos foram murchando dentro de si, não por descuido próprio mas pela falta de acolhida daquele que era o único responsável pela sua autoestima se manter viva: seu companheiro.
Ah! Que pena. Ela tinha tantos sonhos guardados para serem realizados nessa vida. Tantos planos cheios de cores e uma luz vibrante, o mesmo que iluminava seu sorriso para todos aqueles que cruzavam seu caminho. Ela foi se apagando para a vida...
E agora? Será que um dia, ainda que seja por um curto período nessa sua trajetória, seu sorriso voltará com brilho? Seu olhar não estará mais perdido?
Que eu possa ainda te ver novamente feliz, tê-la comigo sendo você mesma, com tua ternura e sabedoria, com vontade de viver.
AUTORA LUCÉLIA SANTOS
Lucélia Santos, natural de Itabuna-Bahia, escritora, oetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e mini contos infantis.
LUTO
Imaginamos quão deve ser forte a dor, quando alguém perde o pai ou a mãe, mas, nunca saberemos a intensidade e crueldade desta dor, até perdemos...
Muitas vezes pode acontecer de dizermos a alguém: Seja forte! Não fique assim...
Mas, como? Se a dor é tão forte a ponto de sentirmos rasgando o nosso coração?
O luto tem várias fases, e quem está vivendo, precisa passar por todas elas. Ele pode durar dias,meses ou anos...
Um amigo pode oferecer o seu ombro para amparar lágrimas, pode ser um bom ouvinte e deixar que o outro desabafe a dor que está sentindo. Pode incentivá-lo a chorar, pois, guardar pode fazer muito mal. Mostrar que estará ali dando força com paciência, sem pedir que pare de chorar.
Amor, carinho, compreensão, paciência, empatia, é do que necessitamos ao passar por esta situação, a pior da nossa vida.
A dor não é somente emocional, é uma dor física intensa.
Não pense que está sendo fraco porque o luto está durando muito tempo. Cada pessoa reage e sente de uma forma diferente. Tenha paciência consigo mesmo.
Junto com as lágrimas vão um pouco da dor, então chore! Se precisar ficar sozinho fique!
Lembre-se! Se ainda não passou, não julgue a dor do outro. Ele está sofrendo mais do que possamos imaginar.
AUTORA BETÂNIA PEREIRA
Betânia Pereira, historiadora/enfermeira, colunista na Revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas. Escreve desde que aprendeu a escrever. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Escreve sobre todas as pessoas que rondam as vidas que viveu e as que ainda viverá.
AS ÉPOCAS MUDARAM, PERDEMOS VALORES?
Cresci numa época em que as pessoas eram sensíveis. Os olhos sedentos de amor abraçavam sem nada pedir. As crianças não eram questionadas nas suas ações, inquietações e nem medicadas por seus silêncios. Criança quieta era sinal de que algo não ia bem. Os professores eram extensões dos pais.
Os médicos generalistas olhavam olho no olho, tocavam o paciente e a totalidade do ser. Conseguiam ver e sentir. A visão funcionava direto com o coração.
Os amores reais eram duráveis, e os pais casavam "até que a morte os separe". Uniam-se, antes por amor e os desejos afloraram no meio do caminho. Acreditavam em historias contadas pelos avós e nunca duvidavam das verdades dos pais.
Cresci vendo animais no quintal. Fui ensinada a subir nas árvores e a não ter medo de animais peçonhentos.
Conheci um tempo em que a dor era sentida silenciosamente, o luto retido, as falas silenciadas. O medo era Abafado. Os filhos se intimidavam com olhares. Os pais não choravam e as crianças riam muito.
Hoje pouca coisa, ou quase nada faz mais tanto sentido. Evoluímos mesmo? Qual o sentido de evolução temos absorvido? Num mundo onde quase tudo é doença, nada é normal. Há fuga para tudo e pouco se enfrenta. Ensina-se o respeito e nada acontece de fato. Fala-se de reciprocidade, de diversidade, equidade e as ações são poucas.
Não há descrença aqui, há sim um choque de realidade para que você abra o olho e veja que muito tem que ser feito, só escrever, falar não basta. Talvez alguns valores foram esquecidos ou revestidos de nova roupagem, entendidos de modo diverso dos originais. Ainda há tempo para evoluímos no sentido de melhorar as relações diárias.
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
CORES E PALAVRAS
Engraçado como muitas vezes nos passam pensamentos importantes, vindos de conversas simples. Aquelas conversas que ninguém diz nada com nada, mas que ao mesmo tempo é extremamente filosófica.
Em um simples bate papo podemos tirar uma lição de vida, mesmo que a conversa não estivesse direcionada a isto.
E muitos de meus textos saem destas conversas. E hoje não será diferente.
Acabo não me lembrando da conversa, mas a frase ou a única palavra que me chamou a atenção é o que fica em minha mente.
Não é porque o assunto não me interessava, apenas era uma conversa do tipo “para se ter algo a fazer no momento“.
Inclusive há jogos com este tema, PUXANDO CONVERSA, e dentro deste título há os subtítulos: Puxando conversa em família, em casal, em amigos... e dentro deste universo de conversas pode sair uma ideia para texto.
Muitas vezes a palavra que me impulsionou a escrever acaba por ficar de lado, já que quando me sento para colocar tudo no papel, as ideias que vão surgindo me levam a outro caminho. E hoje não foi diferente.
Me sentei com um titulo na cabeça, e até o coloquei no papel, mas ao começar meu texto, meus pensamentos me direcionaram para algo diferente, e comecei a analisar como meus textos se formam.
Muitas vezes nos sentamos para escrever sem ter ideia alguma, e apenas uma única palavra faz com que passemos a teclar inúmeras outras, que no final, esperamos ter algum sentido.
Mas será que tudo o que escrevemos tem que ter sentido?
Afinal pessoas pensam sempre de forma diferente, e tudo o que acontece ao nosso redor, atinge de forma única a cada um.
Não é necessário que pensemos igualmente para continuarmos uma conversa, o que precisamos é respeitar a opinião alheia.
Me lembro na infância de uma frase que minha mãe sempre dizia: “o que será do amarelo se todos gostarem do verde”? E ainda dentro disto posso gostar do azul, podendo continuar a conversar com as outras cores.
Com certeza aparecerão outras e poderemos ficar nesta roda de cores sem termos que sair por ter uma cor diferente, ou pensamento.
Pessoas se expressam das mais diversas formas, seja escrita, música, expressão corporal, e nem sempre entendemos o que queriam dizer, mas muitas vezes nos agradam.
A questão é que nem sempre me faz sentido hoje, mas amanhã sempre é um novo dia.
AUTOR JOSÉ JUCKA SOULZ
José Juca P Souza, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.
SEXTINA DO SER
É cedo, ao que resolvo ir deitar-me,
o sono já se faz duro e premente,
Deixa-se pra trás caneta e teclado,
Pernas e pés latejam contumaz,
Igual, o peito ao ofegar e sugar,
No entanto, o sono pertinente vence.
Mas o sono a madrugada não vence,
Sobre a cama não vejo submeter-me,
Levanto-me no primeiro pulsar,
Tendo impulso seguinte, café em mente,
Estando este todos os dias primaz,
Permaneço pronto a estar acordado.
O dia esperta mórbido ogro e nublado,
Acinzentado e tosco não convence,
De aurora melancólica tenaz,
Este dia que é preciso urgente abster-me,
Ao puff deito-me a ler intermitente,
E a tristeza e a melancolia a expulsar.
Acordo a leitura por divagar,
Um sentimento deveras alado,
ainda sob dia de céus triste premente,
Em solidão de inepta science,
a desdobrar-se, cotar e abastecer-me,
Em rotina nem sempre contumaz.
Mas que persegue por vezes vivaz,
Da qual insisto em poder vagar,
Em companhia de seres a preencher-me,
Espaços a vagar em torno e ao lado,
De um instinto que hora não se convence,
E discutível será o instinto e a mente.
Mas o dia jaz outrora convincente,
Embora nebulosidade traz,
Minha atitude tendes de pertence,
E sob ansiedade a que se acalmar,
Pra conter-se de momento exilado,
Conturbado e deste limbo conter-me.
Por fim, ao que sente, é tudo o que jaz,
A ferida pertence divagar,
E inteiro, controlado, devo ter-me.
Parabéns queridos escritores !!! 😍