AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
MAIS OU MENOS NA VIDA
Na vida sempre estamos em dualidade: certo ou errado, altos e baixos, e isto também acontece com mais ou menos. Ou seria mais e menos?
Afinal poderíamos resumir nossa vida, nada mais, nada menos, como mais e menos.
Antes dos dez anos de idade temos mais broncas e menos preocupações, afinal não podemos fazer tudo o que queremos, em compensação não precisamos nos preocupar com tantas coisas.
Antes dos vinte temos mais estudos e menos tempo para brincar. Esta fase já vai nos mostrando o que nos espera no futuro.
Entre os vinte e trinta anos ganhamos mais responsabilidades e menos tempo livre. Nesta fase muitos já estão casados com filhos, fazendo com o que o nosso tempo não seja mais nosso, e que temos que pensar em outras pessoas além de nós.
Antes dos quarenta temos mais contas a pagar e menos tempo com a família. Liquidar as prestações da casa, faculdade dos filhos, muitas vezes um curso de especialização para nós mesmos, fazendo com que os gastos aumentem e o tempo diminua.
Entre os quarenta e os cinquenta anos, passamos a ter mais medo e menos vontade de nos arriscarmos em algo perigoso, já que temos mais bom senso e menos agilidade.
Aos sessenta muitos passam a ter mais plástica no corpo e menos saúde. A vaidade muitas vezes vai além dos limites, fazendo com que as pessoas se pareçam com bonecos de trem fantasma.
Chegando aos setenta provavelmente teremos mais família do que memória. Chegará um momento em que teremos que fazer reuniões familiares com crachás, afinal é tio, primo, cônjuges, filhos dos primos, netos dos primos. Aumentará também o lugar para encontro em família e diminuirá a paciência para permanecer no local.
Aos oitenta anos teremos mais passado e menos futuro, nos deixando com menos tempo para realizarmos sonhos, mas com isso ficaremos com a opção de reclamarmos mais da vida ou agradecermos pelos bons momentos vividos.
A vida é cheia de imperfeições, sendo sempre mais ou menos e dependerá de nós a escolha, de sermos mais ou menos felizes.
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
A CANÇÃO
Uma melodia suave e profunda
Ouço aqui no meu rádio
Acordes perfeitos da sintonia que ecoam aos meus ouvidos... começo a flutuar.
Tudo é perfeito. As notas musicais já falam por si só, o que quer dizer a letra. Vou levitando, me deixando levar pela imaginação que a melodia me passa.
Lugares que só encontro em meus sonhos.
Olhares que trocamos logo quando nos encontramos, mesmo à distância, que nos direciona ao momento só nosso...
Cada palavra que vai formando frases da canção, vai contando nossa história e nos leva à um mundo secreto, só nosso.
Sinto como se surgissem do céu, anjos guiados pela canção, a nos conduzir por caminhos contornados pelo ritmo do piano, que se destaca na bela melodia.
Tudo se transforma por alguns minutos, logo mais abro os olhos e... volto ao presente.
No meu quarto, ao lado do meu velho rádio. Um zumbido no lugar da canção. A estação saiu do ar, é madrugada. Volto a ficar sozinha e percebo que por alguns minutos estive com você, através da canção.
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
LIVROS ESTRADA AFORA
Esta noite sonhei que tirava meus livros da estante e os encaixotava.
Não para guardá-los no fundo do armário, mas para levá-los até um carro enorme, transformado em biblioteca.
Enquanto arrumava minha nova biblioteca ambulante, vi alguns amigos chegarem, trazendo consigo seus exemplares para expô-los também.
Todos eram bem-vindos e estavam sorrindo, mesmo num momento difícil de despedida.
Separar-se de seus livros dói. É saudade como a que senti na partida de um ente querido. É difícil aceitar que os livros também se vão.
Se pararmos para observar nossas vidas, podemos nos questionar: quantos bons amigos se foram ao longo da jornada? Ficaremos saudosos, na mesma medida dos livros que também se foram.
Mas o carro-biblioteca era símbolo de esperança, pois por onde quer que passasse, espalharia a leitura pelo mundo afora.
Pessoas se aglomeravam nas calçadas para ver o carro repleto de livros dar a primeira partida e seguir seu rumo. Até que acenei para todos com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos, abri a porta do carro, girei a chave na ignição e o carro se acendeu, iluminando todos os corredores e enaltecendo a beleza dos livros.
Engatei a primeira marcha e saí por aí, levando livros estrada afora.
Esta noite, eu concretizei o sonho de todos os escritores.
AUTORA MIGUELA RABELO
Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
A SAGA DE UM CORAÇÃO
Nesta certeza que muitas das vezes carregamos, pensamos ilusoriamente saber todas as verdades sobre nossas vidas e tudo que permeia o amor, mas... a vida com suas surpresas inesperadas nos mostram que viver é se permitir dançá-la e desapegar-se de crenças de outrora, se entregando no seu eterno e contínuo rodopiar reacendendo o que anteriormente parecia inexistente...
E assim percebi que quando se vivencia um grande amor, mesmo que repleto de magoas e amarrotado de recordações ébrios... Ele nunca se apaga. Podemos até o esconder em uma caixinha a mofar no fundo do guarda-roupas, no frio e escuro, camuflado por palavras e ações coléricas e aparentemente morto. Acreditando fielmente que ele se foi, nos deixando apenas tristezas e pesares de um dia ter acontecido. Porque os dissabores parecem realçar mais que os sabores sentidos que cremos piamente que foram só amarguras, esquecendo dos momentos doces, cores, sorrisos e melodias que nos embalaram antes...
Então, nessa desilusão quanto ao amor ou nos jogamos na fluidez da já mal passada liquidez em presente volatilidade das interações, onde cada dançar, se desfaz antes mesmo do compasso acabar e assim tudo se aparenta vazio de essência e até mesmo de presença as quais são efêmeras.
Às vezes podemos dar sorte de encontrar alguém ainda perdido no desejo de unidade, que nos proporcione um girar mais seguro e completo. No entanto, as diferenças existentes nos universos pessoais, podem ser um abismo na construção desta unidade e que se não houver maturidade nesta edificação, a desilusão pode ser derradeira... quando voltamos ao limbo de outrora, onde o desencanto é fatídico, nos levando mais uma vez na descrença da existência do amor.
Porém, as vezes como algo milagrosamente misterioso aquele nosso guarda-roupas envelhecido desaba, nos lembrando que lá dentro, bem escondido e esquecido havia uma caixinha que nem lembrávamos que ainda existia... Então, resolvemos colocá-la ao sol, esterilizando todas mágoas mofadas de outrora, lavando com água salgadamente corrente que desagua ao a abrirmos.... percebendo quantas lembranças belas e singularmente ímpares haviam ali...
E assim, borboletas surgem fora de dentro de nós, nos fazendo perceber que aquele tempo afastados de sentimentos aprisionados naquele baú de emoções foram essenciais para vermos o quanto eles eram preciosamente valiosos, nos ensinando que para entendermos sobre a ilha e o amor, precisamos de fato nos afastar para observá-la de longe, com outros olhos e assim sentir o quanto a mesma nos faz falta, como um vazio que ecoa eternamente e que nada pode preencher sem a essência perdida de outrora. Como também foi com nosso pequeno grande herói que foi preciso se afastar de sua rosa para entender o quanto a amava, mesmo com todas diferenças existente entre eles... Pois nesta lógica de amar, cada um carrega suas razões, independente de quão ou não estas sejam de fato racionais... pois amar é sentir e viver o desejo transbordar da alma na pele.
AUTORA LUCÉLIA SANTOS
Lucélia Santos, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e mini contos infantis.
FRAGMENTOS
Como uma rocha cheia de marcas que nunca somem, assim são as feridas que se abrem em nós, podem cicatrizar com o tempo, mas, ficam as marcas.
Somos feitos assim, de pedacinhos, cada fragmento nos molda, alguns crescem outros se destroem. Aprender com as dores é uma tortura, mas, faz de nós seres humanos mais fortes e perseverantes.
Olhar-se no espelho literal é fácil, ali nós nos arrumamos superficialmente e corrigimos algumas imperfeições, mas, olhar-se no espelho interior dói.
Não nos tornemos escravos das dores, isso maltrata, nos corroem por dentro e quando nos damos conta, estamos quase mortos em vida.
Meditar no nosso íntimo, fazer uma limpeza em nosso coração, pode nos proporcionar um alívio repentino, é a beleza que mais precisamos cuidar, a interior. A externa sempre encontramos um jeitinho de aprimorar, mas, a joia que há dentro de nós pode naufragar e nunca mais ser encontrada.
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
POETA
Os poetas escrevem coisas que ficam e “criam outras que, inesperadamente, desejam” permanecer em suas memórias.
Eles sofrem produzindo as saudades e ficam felizes quando a ausência torna bela, como um caleidoscópio repleto de pérolas.
Os poetas caminham sozinhos ou acompanhados, cantando sua solidão mundo afora em dias azuis, coloridos ou brilhantes, com um sol de verão que demorou a chegar e que magicamente toca no seu mundo inspirador.
Poetas sensíveis, poetas que falam de amor. Uma fome faminta de mostrar alegrias e bonitas poesias, que saem de suas almas, fazendo ecos suaves em voos de livres emoções, como um concerto dos grandes musicais.
Poetas provocadores com diferentes estilos, mas assim são as alegrias literárias, prontas para a edição de lindos romances. Apaixonados, eufóricos, ideais. Na poesia todos somos poetas, professores, com imaginários, mistérios e pensamentos.
A Vida poética desliza calmamente por mundos e levezas, por tranquilidades delimitadas. Ser poeta, artista, sem parar de florescer, não importa se entre choros ou alegrias.
Será que sou poeta?
AUTORA BETÂNIA PEREIRA
Betânia Pereira, historiadora/enfermeira, colunista na Revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas. Escreve desde que aprendeu a escrever. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Escreve sobre todas as pessoas que rondam as vidas que viveu e as que ainda viverá.
PEDRAS MUDAM DE LUGAR, MAS ENCONTRAM-SE
Todo mundo em algum momento de sua história, por menos romântico que seja, sonha em casar (vestido de noiva, véu longo, terno azul) ter filhos e um amor para vida inteira. Mas a vida segue cursos diferentes, os rios deságuam em maior ou menor quantidade, e vamos nos perdendo no percurso, nos desgarrando.
Perdendo, prendendo nas raízes das margens e saímos deixando pedaços de sonhos, ideais e outros, se constituem. Não há ser que se feche para o amor. O amor toma espaço sem pedir licença, a qualquer tempo, sentimos necessidade de amores. Mesmo com amor-próprio, o amor do próximo se faz necessário. Não adianta criar crostas e limitar porque somos humanos e enquanto humanos precisamos sentir, tocar e estar. Estar em contato é necessário.
Não adianta se colocar numa redoma, cheio de alto ego, se lambuzando e cristalizando de amor-próprio, se os vazios existenciais te mostram que somos entrada e saída e assim sendo só sentimos bem em fluxo. Amar-se é a primeira dádiva do ser, e daí para estar pronta para expandir amores.
Os rios nunca deságuam só, junto a eles milhões de seres descem nas pororocas, a natureza nos mostra nosso começo e fim. Mas temos que ter consciência que mesmo que os acontecimentos não cheguem para todos, da mesma forma, num tempo e espaço, mesmo que o amor romântico não tenha sido feito para você ou você para ele, um dia qualquer as pedras se cruzam e ajustam suas pontas.
Com ou sem permanências, passagens também nos fazem bem. Nem toda pedra permanece para sempre no mesmo lugar e as águas seguem cursos diversos.
AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
MONOTONIA
Qual será a alquimia que desenha as imagens de meus dias, pintando-os ora de vivacidade, ora de melancolia sombria? Será acaso a teimosia de meu espírito a acreditar que, além da neblina, há uma estrela a brilhar?
O vento sopra e arrasta com ele a pesada cortina da semana. A ânsia pela conquista, pelo frenesi da labuta que não me deixa ver além. Meu ser, absorvido na engrenagem implacável do produzir, esquece-se de si, esquece-se de ser.
Mas eis que o silêncio do fim de semana chega, como um oceano desabitado onde me encontro à deriva. Ah, solidão! Minha companheira silenciosa que, sem ser convidada, senta-se ao meu lado e me faz perguntas sem respostas.
Minha alma, antes um arco-íris dançante, vê suas cores se desfazendo em tons de cinza que sombreiam meu coração. E nesse mar de quietude, escuto o sussurro mudo do meu próprio coração.
A dualidade do tempo - uma sinfonia complexa de compassos descompassados. Quantas semanas mais poderei dançar ao som dessa melodia? Minha energia, outrora uma fonte inesgotável, torna-se um riacho que se esgota.
Quantos corações, além do meu, carregam o peso dessa dança? Quantos já tombaram ao longo da estrada, as asas da esperança despedaçadas pela tempestade?
A indagação, como uma tempestade, me abraça e beija-me com lágrimas salgadas. Será que sou um náufrago em um oceano de anseios sem fim? Ou haverá outros, cujas almas também ecoam com o cântico da dúvida, compartilhando o sentimento de que talvez nosso tempo nesta esfera terrena tenha chegado ao crepúsculo?
Sigo avante, no entanto. Porque talvez, só talvez, exista ainda uma melodia por compor, uma cor por pintar, e uma estrela que ainda brilha para mim.
Sinto-me abraçada por suas palavras meus e minhas e minhas, amigos poetas, escritores. 🤗