AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
A PAZ MUNDIAL
Ao assistir pela milionésima vez o filme MISS SIMPATIA, me deparei com a cena em que as candidatas passam por uma espécie de questionário (confesso que amo assistir concursos de misses, mas muitas vezes as perguntas feitas deixam as coitadas em tremenda saia justa).
No filme em questão, a resposta é sempre a mesma: A PAZ MUNDIAL, embora não tenha reparado se a pergunta é feita.
Passei então a pensar na paz mundial tão querida por todos nós.
Na verdade, acredito que cada cidadão deste imenso mundo, deseja a paz mundial.
Então passei a me questionar sobre a hipocrisia da paz.
Desejamos tanto ter a paz mundial; mas damos paz aos que nos rodeiam?
Engraçado como o ser humano deseja algo tão longe e não consegue desfrutar o que tem tão perto.
Claro que a paz mundial seria um mundo sem guerras. Mas e nossas guerras particulares?
A briga nossa de cada dia com o marido que deixa a toalha molhada sob a cama, ou o filho que não tampa o tubo de pasta de dente.
A neta que insisti em fazer tudo sozinha por se achar capaz, mas sempre derruba o tubo de tinta ao tentar abri-lo.
Coisas tão pequenas que acabam com a nossa paz e por tabela faz com que acabemos com a paz dos outros.
Não seria mais fácil tirar a toalha da cama e devolvê-la ao seu habitat natural? Ou tampar o tubo de pasta de dentes sem fazer um discurso notório sobre o fato? Ou simplesmente encontrar uma outra tarefa para sua neta, onde ela realmente consiga fazê-la sozinha?
Preferimos sempre mostrar aos outros como estão errados, e acusá-los constantemente de seus erros, nos tirando a paz e fazendo com que a tiremos deles também.
Não estou falando em serviço escravo, onde passamos o dia servindo aos outros. Afinal família é uma comunidade e em comunidade há uma troca de gentilezas.
Com certeza o marido faz outras tarefas que a libertam de fazê-las. Seu filho pode não ser o organizado que você sempre sonhou, mas com certeza tem outras qualidades que compensam.
A neta embora um pouco bagunceira, te traz um sorriso nos lábios todos os dias.
Então por que tornar a vida doméstica uma guerra?
Quer a Paz Mundial, comece-a dentro de sua própria casa.
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
INDEPENDÊNCIA, UMA LOUCURA CONSENTIDA
É preciso buscar a calmaria de uma brisa e deixar-se por ela levar.
Ah! Liberdade, como eu te ansiava. Tanto tenho que viver, que aprender e me atrever aos chamados existenciais. Será que vão me considerar louca?
Não importa ser chamada dessa forma. Nietzsche descreve a independência como uma forma de diferenciação, a saber, a possibilidade de o indivíduo sair da malha de interesses coletivos para poder se enxergar como “destino”, isto é, como o criador de suas vivências, o que Nietzsche chama de “filósofo do futuro”: não possui seu “fim” na crítica, mas na possibilidade de criar valores que afirmem a vida. (CORRÊA, 2016, p. 32).
O que sempre sonhei, foi poder construir um destino despudorado, sem censuras, ter um amor amado com mares e ondas para aprofundar infinitos sonhos que merecem ser sonhados.
Viver cada desejo nos leva a sermos chamados de loucos: loucos por amarmos demais, por nunca saber de tudo, loucos por termos alegrias e não desistir de navegar em mares revoltos.
Ah, esse mundo libertário, mas também cerimonioso, mundo de grandes e pequenas loucuras. O importante é pertencer e nos consentir viver, lembrando-nos da honra de poder ser, generosamente, livres e independentes em nossos pensamentos.
Independência, uma loucura consentida.
Eu queria acordar e estar em um mundo em que as flores e os passarinhos me ensinassem uma língua, em que tudo fosse loucamente lindo!
AUTORA BETÂNIA PEREIRA
Betânia Pereira, historiadora/enfermeira, colunista na Revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas. Escreve desde que aprendeu a escrever. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Escreve sobre todas as pessoas que rondam as vidas que viveu e as que ainda viverá.
EMPATIA FALADA, NÃO É EMPATIA PRATICADA
“Foi assim como destravar de uma trave, apertar o gatilho, a voz ecoou por vários dias em meus ouvidos”.
Penso que para ninguém é fácil, natural ser chamado de esquisita. É como tentar renegar toda sua genética e assumir um posto que nunca foi seu. Ouvir que você é esquisita é agressão moral, psicológica, genética e existencial. É, sobretudo, atestado de ignorância daquele que proferiu tal pensamento. Não sei em que parâmetros, ou que parâmetros são utilizados para avaliar seres humanos. Penso eu que na atual conjuntura, com leituras de mundos diversas, já não se pode mais agir dessa forma. A busca por empatia parece distante, como se fosse utopia. Falamos e não vivemos, mastigamos e não engolimos. Histórias como essa acontece diariamente, comigo, com você: somos xingados de esquisitos, estranhos, e até podemos nos defender e os que não podem?
Fiquei ali imaginando quando crianças autistas, hiperativas, e com outras dificuldades aparentes de relacionamentos escutam de professores, colegas, pais — que não têm olhos empáticos e leitura de mundo — frases como essa e o quanto tudo isso ecoa na sua historia de vida, destrói mesmo, deixa traumas irreversíveis, rasuras não sanadas.
Nós que ainda estamos passando por esse mundo a todo custo buscamos respeito e compreensão ainda somos capazes de olhar atravessado e tachar o outro de esquisito, cadê a evolução?
Ninguém sabe a dor que o outro carrega, os pontos ainda não ligados, então busquemos praticar o silencio, a compreensão. Busquemos ler o outro e não proferir a leitura. Compreender o outro perpassa pela compreensão e aceitação de si mesmo, não se colocar como dona da verdade ou grande sábio responsável a consertar o mundo que te cerca. Ninguém vem conserta, julgar ou apontar o outro, somos seres caminhantes, evoluindo, deixemos que o outro percalce sua própria evolução e decida como se superar. Alcance e ganhe com essa evolução. Nem todas as plantas evoluem na mesma intensidade, nem todas resistem às intempéries. Algumas ganham folhas e outras perdem as flores. Mas a primavera vem para todas! Na época adequada, no tempo de colher ninguém sai da lida sem se alimentar. Acredite!
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