AUTOR AKIRA ORDINE
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
PARA QUE ESCREVER?
Se é pra ganhar pouco,
Vivendo só de troco,
Para que escrever?
Se ninguém te lerá,
E tempo perderá,
Para que escrever?
Se só junta dinheiro
Doutor e engenheiro,
Para que escrever?
Se o país vive ferrado,
E a fome é sempre um dado,
Para que escrever?
Se tem chance de, sem contexto,
Alguém vir roubar seu texto,
Para que escrever?
Se o mundo tá em guerra,
E em breve é o fim da Terra,
Para que escrever?
Escrever, escrever, de novo, e pra valer!
Pra matar a autofagia,
A depressão e a agonia
Que esses discursos tão batidos
Em um mundo tão binário e cru
Vêm trazer
E pra eles...não vale a rima,
Imagine um insulto terminado em "er".
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
EU FICO
FICO feliz quando percebo que o governo tem interesse pela literatura brasileira no ensino público.
FICO animada quando o governo conclui uma obra que incentiva a arte no país.
FICO satisfeita quando, ao longo do ano, as contas do governo vão se ajustando às regras fiscais e a verba bloqueada para educação pode ser liberada.
FICO maravilhada quando percebo que as perspectivas da sociedade contemporânea e os anseios dos jovens são contemplados através de novas organizações curriculares para ensino médio em tempo integral nas escolas públicas do país.
FICO realizada quando o índice de analfabetismo vem sendo reduzido ao longo dos anos e, por impositivo legal, vagas nos institutos federais e universidades são reservadas aos negros, garantindo acesso e permanência.
FICO satisfeita quando o reajuste do piso salarial dos professores corresponde a um acréscimo de 15% quando comparado à remuneração mínima anterior.
Contudo, FICO muito triste quando percebo que os salários dos professores, apesar de reajustados anualmente, continuam defasados e a classe é desestimulada a permanecer na profissão.
FICARIA plena se o governo compreendesse que qualquer política pública educacional só terá chance de sucesso se o Brasil investir fortemente nos professores.
A independência do Brasil está dependente e a educação é um dos elementos fundamentais para garantia da liberdade.
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
MEDO... INSEGURANÇA
Um misto de sentimentos nos envolve a cada dia, mostrando que estamos à mercê do caos que tomou conta de nossas vidas. Sinto como se uma bomba tivesse explodido e espalhado a poeira radioativa do desespero, da insanidade, pelo mundo afora, contaminando toda uma geração de pessoas que aos poucos se tornam escravas de seus próprios cérebros, corroídos pela tecnologia e por tantas informações que vêm como toneladas de cargas, um tanto a mais, negativas. Cargas cheias de coisas ruins, misturadas ao que nos resta da esperança que nos move. Nada se compara ao que vivi, experimentei e degustei com tanta satisfação, na minha doce ingenuidade, tanto quanto muitos da minha geração. Alguns sonhos realizados, outros deixados guardados na caixinha da lembrança, mas mesmo com dificuldades e incertezas, não fomos tomados pela mão da maldade e da escuridão como vem acontecendo com nossos jovens, com nossas crianças. Antes brincávamos na rua, podíamos sair com os amigos por tantos lugares sem desconfiança e hoje… ah! Nada se pode, tudo é perigoso. Meu Deus, saber que minha filha não viverá sua juventude com a liberdade que pude usufruir dói em mim. Tantas coisas a amedrontam… Por que essa nuvem contaminada insiste em pairar no meio de tantas vidas, inundando e encharcando com mentiras, depressão, uma vaidade estúpida que só faz querer o impossível e assim faz pagar um preço tão caro? Talvez por sermos tão mesquinhos, que ao deixarmos o “mundo” tomar conta ao seu modo, nós entregamos as chaves de casa para estranhos e liberamos o que de mais precioso temos: a vida.
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
EM SETEMBRO NASCI
Em setembro nasci
Para a vida em espiral
Se movendo como uma ventania
Sonhos ampliados
Em primaveras brasileiras
E outonos na Europa
Em setembro nasci
Com a grandeza e generosidade do amor
Os sinos e os rouxinóis
Cantaram no meu nascimento
Exaltando a paixão de setembro
Construída a cada dia
Bordada com lótus vermelhas
Acariciando e cobrindo a minha alma
Sou do signo de virgem e forte
Como a esperança
Tendo meus olhos nus
Como no dia em que nasci
Meus sonhos realizo docemente
Em um mar de cores
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
DIREITO DE ENVELHECER
Engraçado que quando chegamos a uma certa idade, passamos a ser chamados de velhos, e isso como se fosse uma ofensa.
Há cerca de trinta anos, quando ainda lecionava, estava reunida com algumas professoras e a conversa era exatamente sobre velhice.
A maior parte na faixa etária dos vinte e cinco aos quarenta anos. Mas havia uma professora com mais idade, acredito que beirava os sessenta.
As mais novas falando sobre o fato de estarem praticamente começando a vida de casadas, ou mães, ou algo parecido e em dado momento uma delas (a mais jovem) comentou sobre a dureza de se envelhecer.
Com certeza uma das qualidades que a velhice nos proporciona é a sabedoria. Vivemos mais, por isso ouvimos sobre mais assuntos do que os mais jovens.
A professora com mais idade, bem quieta em seu canto, ouvindo as mais jovens se vangloriando sobre a juventude, se pronunciou de forma bastante coerente. Levantando-se para sair, virou para as jovens e disse:
— Ao menos sei que já cheguei até aqui e vocês?
Não preciso dizer que houve um silêncio quase fúnebre e após isso, uma gargalhada por percebermos o quanto estávamos sendo tolas por desdenharmos a velhice.
Há muitos jovens velhos aos vinte ou trinta anos. Muitos deles mais parecem zumbis sem saberem que rumo tomar.
Hoje eu, beirando os sessenta anos, percebo que tenho total direito de envelhecer.
Trabalhei duramente desde os quatorze anos e ainda trabalho. Me casei, criei meus filhos e hoje ajudo a criar uma neta.
Tenho direito adquirido de sentir dores, cansaço e de não ter a menor vontade de frequentar lugares barulhentos e abafados.
Conquistei o direito de ficar em casa quando quero, de ficar cansada por pouco, e de fazer as coisas que gosto.
Aprendi que o silêncio vale muito, mas dizer umas boas verdades àqueles que te desprezam, é fundamental para uma boa saúde mental.
Hoje em dia o velho se tornou idoso. Afinal idoso é quem tem muita idade, o velho é quem já perdeu a jovialidade.
Envelhecer é uma arte. Nem sempre importa nos tornarmos obsoletos. Há os idosos que desejam simplesmente apreciar o tempo que lhes resta, não necessariamente sendo úteis a sociedade.
As pessoas cobram demais, daqueles que já fizeram muito.
Não importa o título que nos dão com o passar do tempo, me incomodaria se tivesse trinta anos e fosse chamada de velha.
O que me importa é que tenho o direito de envelhecer.
Não me incomodo de ficar velha ou idosa, o que me incomodaria é se eu estivesse morta, com vida.
O caderno especial n.º 81, escrito por Luiz Primati, relembra os murmúrios de uma tristeza inesquecível. O dia 11 de setembro. Um momento que o mundo parou e em minutos tudo estava no chão. Muito grandioso escrito, parece que foi hoje...!!! 😦
Meus parabéns queridos amigos, seus escritos acolhem meus olhos que os admiram. 😍🤗
Tem dias que a gente se sente sem saber explicar, com a felicidade recheada de encantos, que de repente nos chega. A luz de uma, lótus fazem refrão na minha alma e coração. Quanta doçura essa imagem linda, ela me afaga. Estou com sorrisos de pedacinhos de céu. Muito obrigada, por esse afetuoso presente, Luiz Primati. 😍🌸