AUTOR AKIRA ORDINE
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
AME O POEMA
Ame o poema
Ame o poema
De frente pra trás
Ame o poema
De trás pra frente
Ame o poema, ele ama você
Ame o poema
Ame-o ou deixe-o
O poema é você
E você é o poema
O poema é tri, tetra, penta
Por isso, ame o poema
Você se esquece
Mas ele te lembra:
Ame o poema
É dever seu
Amar o poema
AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI (1962), é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e seu último lançamento foi o livro "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM".
EFEITO BORBOLETA
Com certeza, o conceito do "Efeito Borboleta" tem fascinado cientistas, filósofos e escritores por décadas. Mas você já parou para pensar no profundo impacto dessa teoria em sua própria vida? Toda escolha que fazemos, por mais trivial que pareça, tem o poder de mudar nossa trajetória e a das pessoas ao nosso redor de forma irreversível.
Considere minha história, que começou com um simples clique em um anúncio sobre como publicar um livro durante a pandemia. Esse clique levou à criação da minha editora e ao nascimento de uma rede de relações que só cresce.
Lá no início estava Alessandra Valle. Uma mensagem dela me levou a organizar uma antologia de Natal. Esta, por sua vez, tornou-se o estopim para a editora e a antologia "Sentimento Maternal". Foi então que, Simone Gonçalves entrou em contato e me introduziu ao universo da Copa de Poesia, organizada por Ricardo Reis. A partir daí, conheci Rick Soares e muitos outros poetas talentosos. Como em um efeito dominó, um evento levou ao outro, moldando minha vida profissional e pessoal de maneiras que nunca poderia prever.
Mas e se eu retrocedesse ainda mais no tempo? Em 1986, conheci minha esposa em uma boate em Botucatu. Sem ela, teria minhas filhas? Teria criado minha editora? Sem dúvida, os eventos poderiam ter acontecido de formas diferentes, mas cada decisão, cada pessoa que conheci, acrescentou um tijolo na construção da minha vida como a conheço hoje.
Mas imagine agora: e se um desses tijolos fosse removido? O que aconteceria? Faça este experimento mental. Escolha alguém que seja fundamental em sua vida e imagine sua trajetória sem essa pessoa. Volte ao momento exato em que cruzaram caminhos e imagine um cenário diferente. É quase como um filme em sua mente, onde você pode visualizar os diferentes caminhos que sua vida poderia ter tomado.
Isso nos faz refletir sobre como cada decisão, cada pessoa, cada momento são preciosos. Então, da próxima vez que você estiver diante de uma escolha, por mais insignificante que pareça, lembre-se: você pode estar prestes a desencadear seu próprio "efeito borboleta", com resultados que podem reverberar para o resto de sua vida e até mesmo além dela. E você, está preparado para viver com as consequências de suas escolhas? Reflita sobre isso. E depois, compartilhe suas descobertas. Estou curioso para saber.
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
OUTRA VEZ?
Minha ansiedade retorna, é como uma repetição de querer, de desejar, de entender e não entender.
Outra vez? É uma pergunta solitária dentro de mim aberta e de lábios fechados. Não há ninguém para responder, é uma sensação de um mundo que vive outra vez em mim, transbordando de perguntas sem respostas.
Novamente o inesperado, novamente o retorno, tudo tão louco, mas, ao mesmo tempo, tão real.
Novamente a intensidade de querer e não poder ter você, comigo, te abraçar e te sentir.
Ah, brisa suave, outra vez estou em tempestades, em euforias, parece que joguei na loteria e fui contemplada.
Outra vez descubro, que te amar é estar milionária, outra vez, dormirmos juntos e com o contrário de “era uma vez”, mudei a rotina e sou parte do teu todo.
Novamente, tudo acontecendo, e o que resta é viver tudo sem o "era uma vez".
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
FRASES IRRITANTES
Engraçado como certas frases podem mudar o nosso humor, principalmente quando ele já não está muito simpático.
Como em momentos que você quer torcer o pescoço de alguém (literalmente falando), quer esbravejar ou qualquer outra coisa, que possa eventualmente descarregar suas emoções negativas, surge uma criatura que acha que com um simples: — Fique calma! — solucionará todos os seus problemas.
Um fique calma, para alguém que está beirando a insanidade, de nada ajudará.
É lógico que se você conseguisse ficar calma, seria o melhor dos cenários, mas a pessoa do “fique calma” não percebe que o que você quer mesmo, é alguém que grite com você.
Ou seja, se alguém está zangado dizendo que quer torcer o pescoço de alguém, talvez o melhor a dizer seja: — Isso mesmo, vamos acabar com a raça dele, arrancar sua pele, furar seus olhos… pode até ser que a pessoa que está tendo o surto nervoso, perceba o quanto está exacerbando a situação e se veja totalmente ridícula a ponto de realmente se acalmar.
Outra frase muito irritante é a famosa: se eu fosse você…
Todo mundo tem uma receita mágica para solucionar os problemas alheios. Para mim este tipo de pessoa quer mais é tampar o sol com a peneira de seus próprios problemas e enquanto cuida dos problemas dos outros, não pensa nos seus.
Afinal, se a pessoa fosse realmente eu, com certeza estaria intrigada da mesma forma pelo mesmo problema, já que se não fosse assim ela não seria eu.
E como se não bastasse o — se eu fosse você — após muitas tentativas e você nem aí para opinião dela, ainda vem completar a sequência de frases com: — Você que sabe.
Mas não é um simples (você que sabe), é aquele “você que sabe” carregado de ironia e empáfia. Aquele que te joga nos ombros o peso da raiva da criatura que pensa saber o que é melhor para você.
Pode até ser que essas pessoas tenham a intenção de ajudar, afinal não são más pessoas, apenas pessoas que não enxergam o que te incomodam.
E não importa quantas vezes você diga a elas o quanto estas frases são irritantes, pois elas estarão sempre lá repetindo cada frase para que fique gravado em sua mente, te incomodando tanto quanto, uma tatuagem mal-feita.
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
QUANDO A MORTE CHEGAR
Será tempo que não pode ser medido.
O fim para aquele que é tão sofrido.
O desenlace da alma antes aprisionada.
Agora, leve, solta, tampouco cansada.
Sem aquele choro sentido,
Vamos seguindo, sem lamentações ao pé do ouvido.
Mas se engana quem pensa,
Que tudo se alcança.
Ou que se esquece quem ama.
Quem morre é o corpo,
Agora, gélido, inamovível, apodrece.
Enquanto a alma engrandece.
Contam-se os títulos decorrentes dos atos praticados com amor,
E ganhamos as medalhas por termos suportado toda dor.
Quando a morte para nós chegar,
Quero, minha querida, poder lá te encontrar.
AUTORA BETÂNIA PEREIRA
Betânia Pereira, historiadora / enfermeira, colunista na Revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas. Escreve desde que aprendeu a escrever. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Escreve sobre todas as pessoas que rondam as vidas que viveu e as que ainda viverá.
A VIDA: SUA EMBARCAÇÃO
A vida é uma embarcação. No início ela vem lotada de passageiros, alegres, festivos, barulhentos, dançantes, vibrantes e desejosos de iniciar a viagem. No fim da viagem a vela cai, o prumo desanda e a bússola já não funciona, o barco fica vazio.
As embarcações se encontram aportadas e depois se jogam ao mar: umas novinhas, cheirosas, de pernas serelepes, deslizam ao mar, vão rápidas, desaparecem com o vento.
Outras construídas de madeira não tão boa, vão indo devagar, em alto mar: dão pequenos defeitos e passam por acertos, perfuram o casco e a água se apossa. Sentem-se inseguras, e seguem aos pares. No andar da esquadra se perdem de seus pares por inúmeros motivos. E outras atracam no porto e nunca saem de lá, servem de modelos para criação de tantas outras: envelhecem ali, deterioraram e vão aos poucos se desfazendo. Alguns são manchadas por elementos soltos no mar, levam socos e gritam de dor.
A vida é uma embarcação, uma grande embarcação: muitas vezes sem prumo, sem vela, sem bússola. A vida é uma embarcação sem manual. O marinheiro segue o curso sem muita experiência, alguns se tornam experts. Outros morrem sem nunca sair do porto por medo de enfrentar as intempéries, de sentir o sol no rosto, deixar a chuva molhar seu corpo e sentir frio. Alguns apreciam o mar, se apaixonam pelas ondas e mergulham com os hóspedes marinhos, desafiando a CAMINHADA. Muitos olham a distancia o espetáculo e aplaudem os que se atiram ao mar.
A vida é embarcação e segue o curso com ou sem marinheiros.
Vamos?
AUTORA MIGUELA RABELO
Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
METAMORFOSE DA ALMA
Enquanto a chuva cai serena lá fora, acendo uma vela, profiro uma prece singela, onde peço humildemente pela alma dela… para que tudo fique bem, pedindo perdão e agradecendo por tudo ao mesmo tempo. Não estou acostumada a passar por isso e um misto de pesar, vazio e náusea acentua na boca com aquele gosto amargo de partida sem retorno para despedidas ou um "até breve"… então, resolvo colocar em prática o conselho da carta de tarô tirada mais cedo e tento reagir ao oceano de melancolia que pende meu corpo e alma a submergir para o mais profundo de mim mesma.
Por isso, começo a estender as roupas no varal e aproveito para degustar o último copo de vinho que estava há semanas na geladeira. E enquanto a vela ainda teima em queimar, ouço saltos descerem as escadas, e na esquina do condomínio, escuto gritos, através da janela do meu quarto… eram gritos na iminência de confusão, onde pessoas se ofendem e vidros se quebram. Então, crio coragem e boto a cabeça para espiar a confusão e de frente a minha janela, avisto mais uma vez a avó que diariamente vai até a casa do seu neto autista o embalar em passeios noturnos de carrinho até ele adormecer. E pelo que percebi, ela nada tinha a ver com os gritos de outrora.
Agora a avó já estava retornando a pé para sua casa, sem pressa, pesar, cansaço ou mágoas. Faz assim por fazer, como o melhor que pode oferecer e assim faz, todas as noites. E por isso, peço licença e parafraseio Cazuza ao afirmar: “só as avós são felizes”. Seres iluminados que querem a seu contento verem os netinhos sorrindo e bem, mesmo que em troca ouçam sermões dos pais. Não se apoquentam… querem é fazer as crianças felizes. E fazem como uma espécie de traquinagem sadia, às avessas. E dessa forma ela, como tantas outras avós, não era diferente, sempre fazia o melhor para agradar cada netinho singularmente.
E a vela já estava se apagando, assim como ela… com batimentos cardíacos mais fracos, a espera de um frio boletim derradeiro, onde tudo parece escuro e turvo e não sabemos ao certo quais são as reais expectativas. No entanto, nos esquecemos que mesmo já sabendo, desde a mais tenra idade, que a única certeza que temos nesta vida é a da partida… não é fácil conceber ou digeri-la simplesmente.
Porque apesar de podermos confiar nesta máxima, ninguém quer ver ou recebê-la em algum momento… e, por isso, vamos tentando enganar a passagem do tempo com procedimentos estéticos, momentos alegres e outros que vamos empurrando para debaixo do tapete para algum dia e se houver coragem, fazer assim a faxina necessária.
E nessa ilusão de sermos imortais, esquecemos que de fato não somos e assim vamos vivendo sem pensar nas outras possibilidades de outrora ou das questões mofadas debaixo do carpete das emoções que vamos camuflando por uma vida toda. E crendo nesta ilusão de que as mães são imortais. E que por isso estarão sempre ali a nossa disposição, seja para nos agradar ou para solicitarmos algo a elas.
Então, em um dia como outro qualquer, algo acontece e nos é tirado o chão… E percebemos que infelizmente e nem sempre, não temos asas para voar, pois elas eram nosso ninho e porto seguro, onde podíamos buscar conforto, consolo e abrigo… E agora, tudo parece escuro e frio e onde nenhum abraço nos cabe como o colo materno de outrora, perdido e agora presente, apenas nas memórias amarrotadas de um passado sem retorno.
Entretanto, o dia amanhece risonho e límpido, com passarinhos a cantarolar na janela, enquanto a vela já se apagou. Como também, qualquer outra possibilidade de voltar no tempo ou resgatar a vida que restava nela. Então, no fim da tarde recebo uma mensagem com uma voz chorosa do outro lado confirmando o já lamentado e esperado… então a garganta aperta e assim recordo-me dos últimos momentos que tivemos juntas, e ela sempre tentando ser e fazer o melhor para nós, seja com um agrado, um gesto ou palavra amiga, inclusive quando a avistei já desfalecida na UTI, onde pude agradecer e pedir perdão por todos os pesares e dores causadas até aquele momento.
Quando saí perdida do hospital, resolvi voltar a pé para casa. A vontade era correr e gritar: “mãe não me deixa!”. Porém, ela não era minha mãe, mas era como se tivesse sido durante esses quinze anos… e foi com ela também que aprendi a ser mãe e talvez por isso, em tantos momentos ela não tenha se virado as costas para mim, justamente por me sentir como sua filha também, mesmo que torta.
Então horas arrastadas se passaram para ser realizado o procedimento para a doação de órgãos, até o dia do seu sepultamento. E quando chegou o dia, saí mais cedo do trabalho e ao adentrar a sala de velório, com dificuldade cumprimento as pessoas e tento encará-la… Onde já estava no caixão, cercada de pessoas queridas e onde quase não a reconheci…
E de fato, geralmente é isso que acontece, pois a alma não mais habita o corpo e assim este apenas se apresenta como um invólucro vazio do espírito saudoso e vivaz de outrora que nos faz lembrar que aquele ser de luz, apenas não mais habita ali, como uma espécie de casulo rompido para dar liberdade a borboleta que agora revoa leve na natureza que é alimento e combustível para seus voos eternos.
E assim, ao chegarmos no cemitério e termos a última despedida de corpo presente… a terra foi sendo jogada, depois, uma placa de cimento deitada e mais terra despejada como se estivesse voltando de onde veio, como a matéria original na criação de Adão, o primeiro homem que veio do barro. Então, quando nossos olhos ainda estavam molhados a secar pelo sol, nos castigando de calor… Apareceu de maneira mais que inesperada uma belíssima e graciosa borboleta-branca com asas adornadas com fios de ouro que ficou revoando ao nosso redor e pousando em diversas pessoas presentes, encantando assim com beleza e magia aquele momento permeado de saudade e dor.
E neste instante todos entendemos que a presença daquela borboleta era muito mais que uma singela mariposa…, mas era, sim, a presença daquela linda e iluminada mulher que tanto amamos e fomos agraciados em ter tido a oportunidade de assim conviver e aprender com todas as lições que ela nos deixou como herança na busca de sermos melhores que outrora. E sua mensagem foi clara como o dia: depois de todo sofrimento por ela enfrentado nesta jornada como confinamento necessário e imposto que precisou enfrentar para maturar suas asas e desta forma quebrar toda e qualquer prisão para assim ascender seu espirito e revoar alto e levemente, degustando o sabor da vida plena de quem tanto trabalhou para conquistar e nos ensinar… Nos mostrando que de fato que todo sofrimento é apenas um caminho para assim amadurecermos nesta existência, sendo a morte, apenas uma passagem para uma vida renovada e transformadora.
Aos poucos nosso caderno fica recheado de belos textos. Parabéns a todos: Akira, Stella, Arléte, Betânia (que está retornando), Miguela e Alessandra. O curioso dessa edição é que Alessandra e Miguela falam do tema da morte. Sintonia ou coincidência? Não deixem de escutar nosso podcast que ficou ótimo!
Como foi bom ler nossos textos. Eles parecem chuvas de bálsamos para as tempestades interiores do nosso ser invisível. Lindos e com profundidades tão naturais quanto os sinos dos bons ventos. Amei todos 😍🤗