AUTOR AKIRA ORDINE
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
MITOSES
Não se esqueça que somos células a vagar,
A crescer, a mudar diante do mundo
E tal qual as células, nos expandimos.
O pulmão se expande no nascer
As ideias se expandem no viver
Mas...e na morte?
Na morte, não deixamos de nos expandir
Apenas nos tornamos parte do mundo,
Essa grande maçaroca de átomos
Que respira por causa deles
Vive por causa deles
E vai morrer algum dia por causa deles
Ser é vagar, é crescer, é mudar
É saber, mesmo que por alto
Que nunca se banha no mesmo rio
Que nunca se está no mesmo lugar.
Tudo é expansão, expoentes mil
Mitoses, espargir-se como o universo
Que veio e vai pra sabe-se lá onde.
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
EU TE AMO
Engraçado como as pessoas dão tanta importância à essas três palavrinhas.
É claro que um EU TE AMO, diz muito, mas isso se vier com o verdadeiro sentimento de amor.
Essas palavras são tão fáceis de serem ditas quanto escritas. Qualquer criança de seis anos ou menos, as escreve facilmente.
O que importa mesmo é o sentimento que vem junto com elas.
Meu marido sempre foi de dizê-las muito pouco, até mesmo quando namorávamos e isso me incomodava muito.
Afinal se me ama por que não diz?
Aos poucos descobri que diversas pessoas têm essa dificuldade, mas com o tempo, aprendemos a ouvir essas palavras nos pequenos gestos.
Ouço eu te amo, quando ele sai de casa, e ao voltar, traz meu sorvete preferido.
Ele me diz eu te amo, quando me convida para um passeio em um lugar que sabe que me agradará.
Quando me leva ao teatro musical que tanto amo e ele nem sonharia em assistir se não fosse por mim, é outra forma de dizer eu te amo.
Ao respeitar minhas opiniões, mesmo sendo diferentes das dele, está dizendo que me ama.
Com o passar do tempo, aprendemos as diversas formas de dizer eu te amo. E por amá-lo, aprendi a respeitar isso nele.
As palavras são muito importantes, mas mais importante é aprendermos a ouvir, mesmo que sejam palavras silenciosas.
AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
DIA DO POETA
20/10/2023
Poetas, ah, chegou o nosso dia — um dia sem caixas de presente, mas repleto de presentes invisíveis que moram nas almas. Em cada linha que tecemos, capturamos sorrisos e lágrimas, curamos corações e reacendemos vidas apagadas. O papel é o nosso altar, as palavras, nosso sacrifício, e você, querido leitor, a divindade a quem servimos.
Nossa arte é o farol num oceano tempestuoso, a bússola para almas perdidas em selvas de concreto e silêncio. Acreditamos — e fazemos você acreditar — que a felicidade não é uma ilha remota, mas um continente compartilhado, vasto e acolhedor. Nossas palavras são o antídoto para o veneno do desespero, o bálsamo para o amor que machuca, pois sabemos, ah, como sabemos, que cada ferida de amor em você é uma cicatriz em dobro em nós.
Somos tecelões de um mundo que poderia ser, pintores de emoções em um cenário em preto e branco. Nunca queremos ferir; nossa única ambição é ser a voz que preenche vazios, a melodia que compõe a sinfonia da humanidade. Então, venha, amplie nosso coro, seja outra voz nessa ode à existência.
Feliz Dia do Poeta. Nosso maior presente? Seus olhos dançando por nossas linhas, seu coração pulsando ao ritmo das nossas palavras. Leia, e então nos diga, para que possamos continuar a escrever a eterna poesia que é a vida.
AUTORA JOANA RITA CRUZ
Joana Rita Cruz nascida a 11 de março de 2002, é portuguesa e estudante de Engenharia Informática. Começou a escrever inicialmente no género de ficção com especial interesse em literatura fantástica, mas em 2015, escrever poesia tornou-se uma parte integrante da sua vida.
O MEDO DE NÃO SER
Se eu pudesse
Contar às palavras
O medo que tenho
De não ser uma poeta
(suficiente).
Se eu pudesse cantar
Às mágoas
Que me sinto profeta
De uma verdade que é
minha, mas decadente.
Talvez me permitisse chorar
E dar voz aos poemas
Que deixo calados,
Passo tanto tempo sem escrever
Que na alma, se fazem estragos.
Gasto cada segundo a fazer
Outras coisas (que não interessam)
E passo menos tempo a viver
Estas coisas
Que em mim se expressam.
Como poderei triunfar
Se abandono meu talento
Se paro de rimar
E deixo o poema
(sozinho) ao relento.
Como me posso chamar de poeta
Se minha alma
Não se deixa ir ao vento
Se minha essência
Não interrompe o silêncio.
Será que se escrever
Um poema
Sobre o meu sofrimento
Será que se contar ao mundo
Sobre este tão grande medo.
Ele me vai ouvir?
E se o mundo me ouvir
Será que eu mereço
ser poeta
É que sem escrever
Minha saúde é incerta.
Se não for para escrever
Eu simplesmente desapareço
E por isso mesmo,
Embalo este poema
No berço.
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
EM ALGUM MOMENTO
Em algum momento
Meus olhos contemplarão
Um novo horizonte
Novos sonhos acompanharão
Um caminho que pelo olhar
Renovado da vida
Vão se realizar
Meu coração outra vida
Fará disparar de emoção
Quando o amor chegar
Ou por sorrisos que uma criança ofertar
Em algum momento
Onde eu estiver
Acompanharei com satisfação
Na alegria de sentir que vidas eu salvei
Sorrisos e esperanças pude devolver
Abraços desejados e beijos estalados
Sentirei na brisa do amanhecer
No meu novo mundo
Na minha nova vida
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
SER POETA, UMA PAIXÃO...
Ser poeta é sentir tudo
Um tudo que nem sempre todos sentem
Simplesmente criamos vidas
Preenchemos vazios e interpretamos o amor
Bonito, sofrido ou sonhado.
O poeta é inquieto
Nem pede consentimentos ao mundo para pensar
Deitado, sentado ou de pés descalços
Lá está ele, a imaginar.
Poetas e poemas
Corpos capazes de amar
Em cada letra e nas entrelinhas
Como os mistérios dos castelos.
Somos capazes de nos transformarmos
Em um sol, em um som
Nada mais belo do que o seu canto
Quando aprende a cantar a extraordinária
Canção do poetizar.
O poeta quer ser pleno
E ser chamado de sonhador.
Adorando ser poeta
Como um jardim
Em formas de corpos
Que chamamos de gente
Com verdadeira biologia
Que de repente pode voar.
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
FORÇA, FÉ E POESIA
Procuro por qualquer sentimento
Que possa transmitir o que sinto.
Palavras não me ocorrem no momento, seja pesar ou alegria
para que se transformem em poesia.
Os dedos correm o papel
Tentando capturar emoções
Posso escrever a dor
Sem sentir nenhum rancor
Como um poeta faria
Mas a dor no meu peito existe
E meu pensamento insiste,
Em passar meus sentimentos
A lágrima cai no papel
E como um conto de cordel
Se inicia a poesia
A dor me traz pensamentos
Inclusive de alegria
Me lembrando de momentos
Que hoje a vida contraria
Quero arrancar do meu peito
Todo e qualquer sentimento
Transformando-os em memória viva
A vida se desfaz aos poucos
É preciso ter força e fé
Para não sucumbirmos como loucos
Será preciso sofrimento,
Para que ideias saiam de minha mente
E se transformem em poesia?
A tristeza é inevitável
Mas não precisa ser permanente
É preciso força e fé
Para vencermos este oponente
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
O POETA EM CADA SER
A malevolência da água que corre,
O canto do pássaro que seduz,
O odor da flor,
Poesia que vida oferece,
Poetas em cada ser.
A firmeza da pedra,
A agilidade da formiga,
O sabor da fruta que sacia,
Poetas em cada ser.
Letras que se unem,
Palavras que dão sentido,
Poesia que o poeta oferece,
Somos todos poetas.
AUTOR JÚLIO BARBOSA
Eu sou o Júlio César. Baiano de nascimento, paulistano de coração. Doutor em comunicação - estudei a linguagem das organizações; mestre em comunicação - estudei a estética do cineasta espanhol Pedro Almodóvar; me graduei em Relações Públicas e me tornei diretor-executivo da Associação Movimento da Construção Saudável, uma ONG. Nasci questionador e atrevido. Me perdi e me achei, me vi músico, compositor, cantor, escritor e minha alma me fez poeta.
MINHA HOMENAGEM A TODOS OS POETAS
Uma folha de papel em branco sobre a mesa...
Meus olhos brilham, minha mente ferve.
Minhas mãos tremem.
A passos lentos me encaminho na direção da mesa, o coração dilacerado chora.
Vejo o lápis apontado, pronto para o uso.
Sento-me na cadeira bem em frente ao branco quase transparente do papel.
Respiro fundo, lágrimas escorrem pela face em rubor... soluços altos. A incontrolável dor que vem dá saudade me machuca e queima como fogo.
A caneta, agora em minha mão, inicia seu ritmo, sob o qual não tenho domínio.
O poeta nasce da dor, a poesia seu grito... sou apenas o cavalo espiriTual que recebe mil palavras desconexas que ganham forma, cor e emoção.
Meu primeiro poema será sempre pra você... mãe, que me fez tão louco, tão insano, tão poesia e música, tão poetisa e poeta como você.
AUTOR CARLOS PALMITO
Nasceu na cidade de Évora, Portugal. Aprendeu a ler e escrever antes de iniciar a escola, por força e dedicação da sua mãe. Trabalha na área de TI, apesar da sua verdadeira paixão se encontrar na escrita, sendo nela que despende grande parte da sua energia. O primeiro livro que leu, e um dos que mais o marcou foi “O Conde de Monte Cristo”, teria sete a oito anos na altura, mas desenganem-se se pensam que ele se fixou só por romances, pois ele lia de tudo, desde banda desenhada a livros de geografia. Durante o seu percurso na escola, foi convidado a ingressar no jornal escolar, odiou esta parte, aqui descobriu que adora escrever ficção, mas odeia escrever sobre realidades. Tem como autores favoritos Alexandre Dumas, Júlio Verne, e o que considera seu ídolo e inspiração, Stephen King. Considera-se um apaixonado por letras, filosofia, psicologia e arte em geral, este autor desde cedo que começou a rabiscar contos e poesia. A sua criação hoje em dia rasa a loucura e a lucidez, a harmonia e o caos. Autor no blog https://allinone.blogs.sapo.pt
SER POETA
Ser poeta? Nem sei bem o que será. O que é realmente um poeta?
Será um académico, doutorado em letras, que finge ser um cavalo alado?
Ou talvez um snob que inventa palavras num delírio mental encarcerado?
Ou, acaso, serão aqueles errantes a quem pertence uma alma irrequieta?
Poeta? Ah, meu amigo, um poeta é eterno. Ele vê nenúfares num pôr do sol.
Contempla as freiras nuas, nas suas preces, perdidas numa feira de aberrações.
Um poeta… um poeta é um alcoólico em estado terminal, sem desejos nem emoções.
E sorri, meu amigo. Sorri nos seus pesadelos, sem nunca perceber que é a luz do farol.
Chafurda nos infortúnios dos outros, tentando encontrar o seu próprio.
Vasculha as vidas alheias, e diz que foi ele. É ele que sente… sem jamais sentir.
Poeta? Tanto que um poeta é… é uma flor a morrer naquele jarrão, sem sorrir,
perfumada por bálsamos que nem sequer raiam ao luar. É… talvez, uma casa de ópio,
onde os arautos do conhecimento dão vazão às suas melancolias,
onde as enguias dos açudes rebolam na viscosidade animosa do lodo.
Poeta, poeta, tanto poeta por aí, sem alcateia, sem o uivar do lobo,
sem o salivar do sapo antes de beijar a princesa, sem choros, nem alegrias.
O que é um poeta, perguntas tu?
Os peritos dizem que é sentir mais que os outros, mais que os próprios anjos.
Contudo, sinto sentir menos, sentir um nada, sentir um buraco negro, um vazio.
Muitas vezes, sinto-me apenas um poema sádico declamado por uma cadela no cio,
uma estrela em decomposição numa constelação moribunda, à espera que passem os anos.
Poeta... que mais queres que te diga sobre o que um poeta é?
— Mas qual poeta pá? Eu perguntei-te o que é ser um profeta.
Ser profeta? Nem sei bem o que será. O que é realmente um profeta?
Um profeta… um profeta é um alcoólico em estado terminal, sem desejos nem emoções.
Escrever, como é bom e surpreendente. Cada um se completando. Lindo demais esse caderno, que honra poder estar entre esses talentos. Feliz domingo. 😍🌹🌈