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Foto do escritorLuiz Primati

REFLEXÕES Nº 87 — 22/10/2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

MITOSES


Não se esqueça que somos células a vagar,

A crescer, a mudar diante do mundo

E tal qual as células, nos expandimos.

O pulmão se expande no nascer

As ideias se expandem no viver

Mas...e na morte?


Na morte, não deixamos de nos expandir

Apenas nos tornamos parte do mundo,

Essa grande maçaroca de átomos

Que respira por causa deles

Vive por causa deles

E vai morrer algum dia por causa deles


Ser é vagar, é crescer, é mudar

É saber, mesmo que por alto

Que nunca se banha no mesmo rio

Que nunca se está no mesmo lugar.


Tudo é expansão, expoentes mil

Mitoses, espargir-se como o universo

Que veio e vai pra sabe-se lá onde.


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

EU TE AMO


Engraçado como as pessoas dão tanta importância à essas três palavrinhas.


É claro que um EU TE AMO, diz muito, mas isso se vier com o verdadeiro sentimento de amor.


Essas palavras são tão fáceis de serem ditas quanto escritas. Qualquer criança de seis anos ou menos, as escreve facilmente.


O que importa mesmo é o sentimento que vem junto com elas.


Meu marido sempre foi de dizê-las muito pouco, até mesmo quando namorávamos e isso me incomodava muito.


Afinal se me ama por que não diz?


Aos poucos descobri que diversas pessoas têm essa dificuldade, mas com o tempo, aprendemos a ouvir essas palavras nos pequenos gestos.


Ouço eu te amo, quando ele sai de casa, e ao voltar, traz meu sorvete preferido.


Ele me diz eu te amo, quando me convida para um passeio em um lugar que sabe que me agradará.


Quando me leva ao teatro musical que tanto amo e ele nem sonharia em assistir se não fosse por mim, é outra forma de dizer eu te amo.


Ao respeitar minhas opiniões, mesmo sendo diferentes das dele, está dizendo que me ama.


Com o passar do tempo, aprendemos as diversas formas de dizer eu te amo. E por amá-lo, aprendi a respeitar isso nele.


As palavras são muito importantes, mas mais importante é aprendermos a ouvir, mesmo que sejam palavras silenciosas.


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.

 

DIA DO POETA


20/10/2023


Poetas, ah, chegou o nosso dia — um dia sem caixas de presente, mas repleto de presentes invisíveis que moram nas almas. Em cada linha que tecemos, capturamos sorrisos e lágrimas, curamos corações e reacendemos vidas apagadas. O papel é o nosso altar, as palavras, nosso sacrifício, e você, querido leitor, a divindade a quem servimos.


Nossa arte é o farol num oceano tempestuoso, a bússola para almas perdidas em selvas de concreto e silêncio. Acreditamos — e fazemos você acreditar — que a felicidade não é uma ilha remota, mas um continente compartilhado, vasto e acolhedor. Nossas palavras são o antídoto para o veneno do desespero, o bálsamo para o amor que machuca, pois sabemos, ah, como sabemos, que cada ferida de amor em você é uma cicatriz em dobro em nós.


Somos tecelões de um mundo que poderia ser, pintores de emoções em um cenário em preto e branco. Nunca queremos ferir; nossa única ambição é ser a voz que preenche vazios, a melodia que compõe a sinfonia da humanidade. Então, venha, amplie nosso coro, seja outra voz nessa ode à existência.


Feliz Dia do Poeta. Nosso maior presente? Seus olhos dançando por nossas linhas, seu coração pulsando ao ritmo das nossas palavras. Leia, e então nos diga, para que possamos continuar a escrever a eterna poesia que é a vida.


 

AUTORA JOANA RITA CRUZ


Joana Rita Cruz nascida a 11 de março de 2002, é portuguesa e estudante de Engenharia Informática. Começou a escrever inicialmente no género de ficção com especial interesse em literatura fantástica, mas em 2015, escrever poesia tornou-se uma parte integrante da sua vida.

 

O MEDO DE NÃO SER


Se eu pudesse

Contar às palavras

O medo que tenho

De não ser uma poeta

(suficiente).


Se eu pudesse cantar

Às mágoas

Que me sinto profeta

De uma verdade que é

minha, mas decadente.


Talvez me permitisse chorar

E dar voz aos poemas

Que deixo calados,

Passo tanto tempo sem escrever

Que na alma, se fazem estragos.


Gasto cada segundo a fazer

Outras coisas (que não interessam)

E passo menos tempo a viver

Estas coisas

Que em mim se expressam.


Como poderei triunfar

Se abandono meu talento

Se paro de rimar

E deixo o poema

(sozinho) ao relento.


Como me posso chamar de poeta

Se minha alma

Não se deixa ir ao vento

Se minha essência

Não interrompe o silêncio.


Será que se escrever

Um poema

Sobre o meu sofrimento

Será que se contar ao mundo

Sobre este tão grande medo.


Ele me vai ouvir?

E se o mundo me ouvir

Será que eu mereço

ser poeta

É que sem escrever

Minha saúde é incerta.


Se não for para escrever

Eu simplesmente desapareço

E por isso mesmo,

Embalo este poema

No berço.


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

EM ALGUM MOMENTO


Em algum momento

Meus olhos contemplarão

Um novo horizonte


Novos sonhos acompanharão

Um caminho que pelo olhar

Renovado da vida

Vão se realizar


Meu coração outra vida

Fará disparar de emoção

Quando o amor chegar

Ou por sorrisos que uma criança ofertar


Em algum momento

Onde eu estiver

Acompanharei com satisfação

Na alegria de sentir que vidas eu salvei

Sorrisos e esperanças pude devolver

Abraços desejados e beijos estalados

Sentirei na brisa do amanhecer

No meu novo mundo

Na minha nova vida


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

SER POETA, UMA PAIXÃO...


Ser poeta é sentir tudo

Um tudo que nem sempre todos sentem

Simplesmente criamos vidas

Preenchemos vazios e interpretamos o amor

Bonito, sofrido ou sonhado.


O poeta é inquieto

Nem pede consentimentos ao mundo para pensar

Deitado, sentado ou de pés descalços

Lá está ele, a imaginar.


Poetas e poemas

Corpos capazes de amar

Em cada letra e nas entrelinhas

Como os mistérios dos castelos.


Somos capazes de nos transformarmos

Em um sol, em um som

Nada mais belo do que o seu canto

Quando aprende a cantar a extraordinária

Canção do poetizar.


O poeta quer ser pleno

E ser chamado de sonhador.


Adorando ser poeta

Como um jardim

Em formas de corpos

Que chamamos de gente

Com verdadeira biologia

Que de repente pode voar.


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

FORÇA, FÉ E POESIA


Procuro por qualquer sentimento

Que possa transmitir o que sinto.

Palavras não me ocorrem no momento, seja pesar ou alegria

para que se transformem em poesia.


Os dedos correm o papel

Tentando capturar emoções

Posso escrever a dor

Sem sentir nenhum rancor

Como um poeta faria


Mas a dor no meu peito existe

E meu pensamento insiste,

Em passar meus sentimentos


A lágrima cai no papel

E como um conto de cordel

Se inicia a poesia


A dor me traz pensamentos

Inclusive de alegria

Me lembrando de momentos

Que hoje a vida contraria


Quero arrancar do meu peito

Todo e qualquer sentimento

Transformando-os em memória viva


A vida se desfaz aos poucos

É preciso ter força e fé

Para não sucumbirmos como loucos


Será preciso sofrimento,

Para que ideias saiam de minha mente

E se transformem em poesia?


A tristeza é inevitável

Mas não precisa ser permanente

É preciso força e fé

Para vencermos este oponente


 

AUTORA ALESSANDRA VALLE

IG: @alessandravalle_escritora


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

O POETA EM CADA SER


A malevolência da água que corre,

O canto do pássaro que seduz,

O odor da flor,

Poesia que vida oferece,

Poetas em cada ser.


A firmeza da pedra,

A agilidade da formiga,

O sabor da fruta que sacia,

Poetas em cada ser.


Letras que se unem,

Palavras que dão sentido,

Poesia que o poeta oferece,

Somos todos poetas.


 

AUTOR JÚLIO BARBOSA


Eu sou o Júlio César. Baiano de nascimento, paulistano de coração. Doutor em comunicação - estudei a linguagem das organizações; mestre em comunicação - estudei a estética do cineasta espanhol Pedro Almodóvar; me graduei em Relações Públicas e me tornei diretor-executivo da Associação Movimento da Construção Saudável, uma ONG. Nasci questionador e atrevido. Me perdi e me achei, me vi músico, compositor, cantor, escritor e minha alma me fez poeta.

 

MINHA HOMENAGEM A TODOS OS POETAS


Uma folha de papel em branco sobre a mesa...


Meus olhos brilham, minha mente ferve.


Minhas mãos tremem.


A passos lentos me encaminho na direção da mesa, o coração dilacerado chora.


Vejo o lápis apontado, pronto para o uso.


Sento-me na cadeira bem em frente ao branco quase transparente do papel.


Respiro fundo, lágrimas escorrem pela face em rubor... soluços altos. A incontrolável dor que vem dá saudade me machuca e queima como fogo.


A caneta, agora em minha mão, inicia seu ritmo, sob o qual não tenho domínio.


O poeta nasce da dor, a poesia seu grito... sou apenas o cavalo espiriTual que recebe mil palavras desconexas que ganham forma, cor e emoção.


Meu primeiro poema será sempre pra você... mãe, que me fez tão louco, tão insano, tão poesia e música, tão poetisa e poeta como você.


 

AUTOR CARLOS PALMITO


Nasceu na cidade de Évora, Portugal. Aprendeu a ler e escrever antes de iniciar a escola, por força e dedicação da sua mãe. Trabalha na área de TI, apesar da sua verdadeira paixão se encontrar na escrita, sendo nela que despende grande parte da sua energia. O primeiro livro que leu, e um dos que mais o marcou foi “O Conde de Monte Cristo”, teria sete a oito anos na altura, mas desenganem-se se pensam que ele se fixou só por romances, pois ele lia de tudo, desde banda desenhada a livros de geografia. Durante o seu percurso na escola, foi convidado a ingressar no jornal escolar, odiou esta parte, aqui descobriu que adora escrever ficção, mas odeia escrever sobre realidades. Tem como autores favoritos Alexandre Dumas, Júlio Verne, e o que considera seu ídolo e inspiração, Stephen King. Considera-se um apaixonado por letras, filosofia, psicologia e arte em geral, este autor desde cedo que começou a rabiscar contos e poesia. A sua criação hoje em dia rasa a loucura e a lucidez, a harmonia e o caos. Autor no blog https://allinone.blogs.sapo.pt

 

SER POETA


Ser poeta? Nem sei bem o que será. O que é realmente um poeta?

Será um académico, doutorado em letras, que finge ser um cavalo alado?

Ou talvez um snob que inventa palavras num delírio mental encarcerado?

Ou, acaso, serão aqueles errantes a quem pertence uma alma irrequieta?


Poeta? Ah, meu amigo, um poeta é eterno. Ele vê nenúfares num pôr do sol.

Contempla as freiras nuas, nas suas preces, perdidas numa feira de aberrações.

Um poeta… um poeta é um alcoólico em estado terminal, sem desejos nem emoções.

E sorri, meu amigo. Sorri nos seus pesadelos, sem nunca perceber que é a luz do farol.


Chafurda nos infortúnios dos outros, tentando encontrar o seu próprio.

Vasculha as vidas alheias, e diz que foi ele. É ele que sente… sem jamais sentir.

Poeta? Tanto que um poeta é… é uma flor a morrer naquele jarrão, sem sorrir,

perfumada por bálsamos que nem sequer raiam ao luar. É… talvez, uma casa de ópio,


onde os arautos do conhecimento dão vazão às suas melancolias,

onde as enguias dos açudes rebolam na viscosidade animosa do lodo.

Poeta, poeta, tanto poeta por aí, sem alcateia, sem o uivar do lobo,

sem o salivar do sapo antes de beijar a princesa, sem choros, nem alegrias.


O que é um poeta, perguntas tu?


Os peritos dizem que é sentir mais que os outros, mais que os próprios anjos.

Contudo, sinto sentir menos, sentir um nada, sentir um buraco negro, um vazio.

Muitas vezes, sinto-me apenas um poema sádico declamado por uma cadela no cio,

uma estrela em decomposição numa constelação moribunda, à espera que passem os anos.


Poeta... que mais queres que te diga sobre o que um poeta é?


— Mas qual poeta pá? Eu perguntei-te o que é ser um profeta.

Ser profeta? Nem sei bem o que será. O que é realmente um profeta?

Um profeta… um profeta é um alcoólico em estado terminal, sem desejos nem emoções.


 

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1 comentário


Stella Gaspar
Stella Gaspar
22 de out. de 2023

Escrever, como é bom e surpreendente. Cada um se completando. Lindo demais esse caderno, que honra poder estar entre esses talentos. Feliz domingo. 😍🌹🌈

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