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Foto do escritorLuiz Primati

REFLEXÕES Nº 96 — 24/12/2023

Atualizado: 28 de dez. de 2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

SÓ EM UM DIA?

Pode soar meio careta, mas eu sou muito fã da música "Natal Todo Dia", do Roupa Nova, ela é uma das poucas que sintetiza o que eu penso acerca dessa data. Vejo como problemático o fato de, por diversas vezes, as pessoas só refletirem sobre o significado natalino no Natal.

Independente da crença de cada um, o Natal significa, ao meu ver, a bondade. E essa bondade deve ser feita em todo o ano, não só no dia 25 de dezembro.

Outro ponto a ser comentado é sobre o consumismo. Não vejo como positiva a ideia de que a bondade supracitada é possível de ser feita somente pela entrega de presentes. Creio que o melhor presente é sempre aquilo que é abstrato.

Nada paga um abraço, nada compra um sorriso e nenhuma quantia pode alugar uma amizade. Portanto, pode ser coisa de louco, mas acho que o mundo precisa muito investir em trezentos e sessenta e cinco "natais" ao longo do ano, mesmo que só um deles seja o feriado oficial.

Feliz "Natais"!


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

CICLOS


Mais um momento

De um novo tempo

O recomeço de um ciclo

Depois dos 365 dias...tudo novamente se renova

Mas... será que nos renovamos daquele passado? Do que desejamos tanto há 365 atrás?

Como vivemos e como foi chegar até aqui?

Sempre fazemos promessas

À nós mesmos, aos outros

E quando tudo de reinicia...pronto!

Já estamos de novo percorrendo o mesmo caminho, deixamos a mesmice tomar conta e quando percebemos

O ciclo já se fechou novamente

E o que não prestamos atenção é que

Mais um ano que deixamos passar

E nada de se renovar e fazer a diferença.

Será que dessa vez

Nesse fechamento de mais um ciclo

Já não é o momento, a hora

De deixarmos a vida ser mais leve

E assim termos a consciência das mudanças necessárias

Para tudo ser mais prazeroso

Deixando o coração falar por nós?

Claro que a razão continuará exercendo suas funções de ajudante em certos momentos

Mas o coração tá precisando se manifestar mais vezes em nossas vidas...

Vamos refletir e deixar que o próximo ciclo

Seja mais humano do que mecânico...

Feliz Natal e um ano novo com 365 dias de renovações e (re)começos...


 

AUTORA ALESSANDRA VALLE

IG: @alessandravalle_escritora


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

QUEM VIVE O NATAL?

É compreensível a correria frenética pela compra dos presentes, afinal a quem ache mais fácil presentear do que abraçar.

Atendo todas as chamadas telefônicas nesse período, mesmo aquelas de números não identificados, pois muitos parentes e amigos costumam dar notícias nessa época do ano.

Percebo esforço daqueles que marcam presença em várias festas de confraternização, pois é importante se fazer presente mesmo que não necessário.

É comum faltarem palavras para caracterizar as pessoas sorteadas durante a brincadeira de amigo oculto e isso é natural que aconteça, pois durante o ano não temos tempo para nos conhecermos melhor.

Nas festas em família, há aquele parente mais melancólico, saudoso ou auto piedoso com o qual cada um troca não mais do que dez minutos de conversa.

Em algumas residências, há o ritual de oração antes da ceia, mas é pouco respeitado, haja vista a maioria estar com fome, pois a quantidade de bolinho de bacalhau servido como entrada é sempre inferior.

Quem nunca recebeu um presente e imediatamente pensou em trocá-lo, mas acabou desistindo por preguiça, pois os shoppings continuam cheios mesmo após as festas de final de ano?

Gostaria de ser como aqueles que preferem se isolar para refletir sobre o verdadeiro sentido do Natal, mas temo que a depressão tome conta de mim, por esse motivo, prefiro a bagunça em família.

Há quem goste de uva passa e compre durante o ano inteiro, sabiam?

Observo aqueles que se tornam caridosos durante o Natal e vibro para que possam prosseguir nessa sintonia o ano todo, mas se for só no Natal, tudo bem, melhor do ser avarento o ano inteiro.

Se você se identificou com qualquer uma das situações apresentadas, você vive o Natal, assim como eu.


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.

 

SOLIDÃO E O ISOLAMENTO

Já era início de novembro quando a cidade se transformou. As lojas do centro começaram a decorar as fachadas com temas natalinos - luzes coloridas piscando, globos de vidro com neve, Papai Noel, trenós e renas, sinos, fitas vermelhas e douradas.

Nas ruas, as casas também se preparavam. Jardins adornados com duendes e figuras de Papai Noel, árvores-de-Natal reluzentes com suas bolas e luzes, músicas natalinas ecoando das residências. Tudo vibrava em antecipação à grande festa: os lojistas, as pessoas, até os animais desfilando pelas ruas com trajes festivos.

Neste cenário de alegria coletiva, a solidariedade parecia florescer - doações de cestas básicas, campanhas para presentear crianças carentes, ligações para parentes distantes. Mas, nas sombras dessa luz festiva, residia uma realidade mais sombria.

Moradores de rua se apinhavam nos semáforos, olhos suplicantes buscando tocar o coração das pessoas em troca de algumas moedas. Recebiam, por vezes, um lanche ou uma roupa velha. Havia também aqueles envoltos em sua própria solidão, vencidos pela tortura psicológica, vivendo na tênue linha entre o medo da vida e o temor da morte.

Em contraste com as músicas alegres que uniam as pessoas em celebração, havia os que preferiam o silêncio, mergulhando em reflexões sobre suas ações, o futuro incerto ou a estranha sensação de deslocamento das festividades.

Em particular, os idosos, muitas vezes esquecidos em seus lares ou asilos, vivenciavam um isolamento social profundo. Uma visita ocasional com uma caixa de panetone ou uma blusa tricotada às pressas mal disfarçava o peso do abandono que carregavam. Para alguns, o isolamento se tornava uma escolha mais confortável do que essas interações forçadas e superficiais.

As conexões humanas, tão exaltadas nesta época do ano, pareciam se perder em meio a abraços efêmeros e sorrisos com estranhos. Isso me fazia questionar: essa efemeridade das conexões natalinas, será que elas realmente nos preenchem?

Pessoalmente, anseio por um Natal de profundo isolamento e reflexão. Um momento para renovar meu espírito e me dedicar ao autoconhecimento, buscando entender melhor a mim mesmo antes de tentar compreender aqueles ao meu redor.

Talvez, no meio do tumulto das festividades, outros também encontrem esse refúgio solitário, um espaço para refletir sobre seus verdadeiros desejos e aspirações, longe das máscaras e fingimentos, em uma jornada genuína de autoconhecimento e verdade.

À medida que a noite de Natal se aproxima, a alegria festiva é palpável, mas em seu cerne, existe um silêncio profundo - o silêncio da solidão, sentido por muitos em meio à celebração. Este silêncio oferece um espelho, refletindo a verdade de nossas existências: a complexidade, a dor, a esperança.

Neste Natal, que possamos reconhecer o valor do silêncio e da solidão. Que esses momentos não sejam apenas de tristeza, mas também de autoconhecimento e renovação. Ao oferecermos compreensão e solidariedade àqueles que estão sozinhos, talvez descubramos uma luz de nova compreensão, uma esperança renovada.

Que a verdadeira magia do Natal seja encontrada não só nas luzes brilhantes e canções, mas no profundo autoconhecimento e nas conexões humanas autênticas. Que a solidão se transforme em um caminho para crescer, amar e viver plenamente.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

NATAL É AMOR

Olhando para o que mais importa, será que sabemos aonde se dirige esse olhar?

Sim, para nós mesmos, com a nossa fonte de verdades, de energias em sintonias com as esperanças que são geradas por nossas mentes otimistas.

Natal, é vida renascida, é escolha feita em plena consciência do que é melhor para viver nesse universo humano e desafiador.

Jesus, o amor invisível e intocável, mas sentido e praticado.

Sonhos de natal, acredite, busque-os e conviva com as suas realizações. Viver é sim, desafiador, mas a fé e o amor é o sol que nos guia. Nesse natal renove suas energias, suas motivações e desejos.

O que é o natal? Uma pergunta importante, que pode ascender a chama da vida, a nutrição para a felicidade compartilhada.

Atenda aos chamados silenciosos de sua alma e sinta-se um (a) privilegiado (a). Seja protagonista de suas caminhadas, assuma a sua livre vontade de trilhar por caminhos do perdão, do bem e da bondade.

Nesse natal se abra para o amor, para as emoções e crie seus momentos.

Não enraíze medos ou rancores, aprofunde suas raízes no espirito do natal.

Viva a vida, a sua vida e deseje a todos(as) um “Feliz Natal”!


 

 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

O QUE É O NATAL?


Se pesquisarmos sobre o Natal, encontraremos diversos artigos com o título: O verdadeiro significado do Natal ou A verdadeira origem do Natal e todos com histórias um pouco diferentes.

Inclusive sobre o fato de ter sido criado por comerciantes que queriam uma data que vendesse mais do que Dia das Mães (afinal mãe só tem uma, pessoas para presentearmos no Natal, um pouco mais).

Independente de como foi criado, ainda hoje há muitas controvérsias pela data.

Os mal-humorados acreditam que o Natal seja uma data para atormentar a vida de quem está tranquilo e têm que sair para comprar presentes para os familiares que mal se falam durante o ano, por pura obrigação ou por acharem chato o fato de receberem presentes sem retribuir.

Embora a internet facilite as compras, ainda há a necessidade de se manterem em casa até que a mercadoria chegue, o que normalmente acontece naquela saidinha rápida.

Para os mais aventureiros, o Natal é a aventura de sair de loja em loja à procura do presente ideal e se estressando por encontrar o presente certo, mas no tamanho errado.

As crianças acreditam que o Natal é a data em que o Papai Noel lhes traz presentes por terem sido boazinhas, embora tenham brigado com a professora, chutado o coleguinha na escola e jogado pedras na janela do vizinho.

Mas o bom do Natal é que ele traz a sensação de bondade nas pessoas. Embora no decorrer do ano não tenham feito nada, ao menos no Natal elas resolvem fazer doações de cestas básicas ou sacolinhas de presentes para crianças carentes.

Há os que critiquem sobre o fato delas fazerem isso apenas uma vez ao ano. Eu já acredito que é melhor uma do que nenhuma.

Embora o Natal seja uma época de trocas de presentes, eu ainda fico com o clichezão de que o melhor presente é estar presente.

O Natal pode ser a oportunidade de sermos felizes e fazer alguém feliz.

Chegue de repente na casa da tia idosa com um bolinho e diga-lhe que foi tomar um café com ela. Telefone para aquele primo ou amigo que não vê há tempos e diga que está com saudades. Sorria para um estranho e deseje-lhe Feliz Natal. Leve alguém idoso da família para um passeio. Peça desculpas, dê o primeiro passo para ficar bem com alguém.

Perceberá que estas atitudes serão melhores a você do que a quem recebeu o agrado.

Abrace forte, diga aos que você ama, que ama, não guarde para você. Sentimentos são ótimos para o coração, mas os deixe transbordar para que as pessoas saibam o que você sente.

Mesmo que durante um ano todo você tenha se estranhado com um colega de trabalho, dê-lhe a mão para que ele possa estendê-la a dele. Aproveite o momento, mesmo que seja apenas por um momento.

O Natal é uma data passageira, mas quem sabe não consigamos fazer com que o breve momento se estenda por outros dias?

Costumamos sempre esperar que o ato venha do outro. Que tal ser o protagonista de sua própria história?

A felicidade pode ser uma escolha.

Desejo à todos que façam sempre a escolha certa, a escolha que os faça felizes e os levem para lugares de paz.

Um Feliz Natal e uma feliz vida à todos.


 

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1 Comment


Stella Gaspar
Stella Gaspar
Dec 24, 2023

Que privilégio, estar hoje, especialmente entre vocês, meus amados(as) escritores da Vall❤️et Books!!!😍🤗

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